Procurar saber tudo sobre reprodução assistida é algo fundamental para quem tem o desejo de realizar um tratamento de fertilidade. Para isso, nada melhor do que se informar com quem atua há décadas nesse universo e conhece cada aspecto envolvido.
Para facilitar, a equipe da Fecondare, clínica de reprodução assistida localizada em Florianópolis, SC, reuniu os principais pontos a respeito, inclusive, detalhando cada técnica. Quer saber mais? Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!
Como saber tudo sobre reprodução assistida?
Se você é paciente, não se preocupe em saber tudo sobre reprodução assistida. Preocupe-se em encontrar um bom especialista, pois ele detém o conhecimento necessário e é capaz de orientá-lo na jornada rumo à gestação.
Como fazer um tratamento de fertilidade?
A primeira providência para quem deseja fazer um tratamento de fertilidade precisa ser escolher uma clínica de reprodução assistida e se consultar com um especialista. Constatada a causa da infertilidade, deve-se seguir as orientações da equipe responsável.
Passo 1: escolher a clínica e o médico
Para saber tudo sobre reprodução assistida, deve-se acertar na escolha do médico e da clínica de fertilidade. Para isso, procure por um centro de referência na área, que possua uma equipe multidisciplinar, atualizada e altamente especializada.
Além disso, a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) recomenda conferir as taxas de sucesso dos procedimentos realizados na clínica pretendida. Por exemplo, a taxa de sucesso média na fertilização in vitro é de até 60%.
Passo 2: realizar a bateria de exames
Para indicar a melhor técnica de reprodução assistida, aumentando as chances de sucesso do tratamento, o especialista faz uma pesquisa aprofundada sobre a saúde dos pacientes. Isso, por sua vez, exige a realização de uma bateria de exames.
No caso das mulheres, os principais testes para investigar a infertilidade são:
- exames de sangue, para avaliar os níveis hormonais;
- ultrassonografia transvaginal, para analisar a função ovariana;
- histerossalpingografia (um tipo de radiografia com contraste),para avaliar se existem desvios anatômicos e/ou funcionais no útero e nas trompas de falópio e checar sua permeabilidade.
No entanto, para cada caso, diversos outros exames podem ser solicitados. São exemplos: a colposcopia, a videolaparoscopia, a cistoscopia e a histeroscopia.
Já nos homens, os exames mais requisitados para avaliar a fertilidade são o espermograma, para analisar o sêmen, e exames de sangue, para medir os níveis hormonais. Dependendo do caso, o médico também pode solicitar uma ultrassonografia da bolsa escrotal ou uma biópsia dos testículos.
Passo 3: iniciar o tratamento
Com o diagnóstico em mãos, o especialista em reprodução assistida pode, enfim, indicar o tratamento. Existem várias técnicas capazes de atender a diferentes necessidades — no decorrer do artigo, explicamos cada uma.
Passo 4: fazer acompanhamento psicológico
Como o passo a passo para reprodução assistida pode levar à ansiedade — gerada pelo sonho de ter filhos e construir uma família, é importante realizar um acompanhamento psicológico. Mesmo porque, o preparo emocional dos futuros pais contribui para o enfrentamento das questões relacionadas à gravidez assistida, facilitando o processo ao longo do tratamento.
Quais são as principais técnicas de reprodução assistida?
A reprodução assistida abrange um conjunto de métodos utilizados pela medicina para auxiliar pacientes que desejam gerar filhos, mas não conseguem engravidar pelos métodos naturais. Isso acontece por meio da manipulação:
- de, pelo menos, um dos gametas (espermatozoides e/ou óvulos);
- dos meios de fecundação, onde são preparadas as condições necessárias para que o processo ocorra da maneira esperada.
Como mencionado, para atingir o objetivo esperado pelos pacientes e equipe médica, pode-se adotar uma ou outra técnica. Conheça-as a seguir.
1. Coito programado
A indução da ovulação com coito programado, mais conhecida como namoro programado, é uma técnica de reprodução assistida considerada de baixa complexidade. Para realizá-la, deve-se fazer a estimulação ovariana e acompanhar o desenvolvimento dos folículos, por meio de ultrassonografias seriadas.
Quando atingem o tamanho ideal, administra-se um outro hormônio, para induzir a ovulação. Nessa etapa, os parceiros são orientados a manter relações sexuais nas próximas 36 horas.
2. Inseminação artificial
A inseminação artificial (IA), também chamada de inseminação intrauterina (IIU),é outra técnica de reprodução assistida considerada de baixa complexidade. Nesse procedimento, os espermatozoides (do parceiro ou de um banco) são “preparados” em laboratório e depositados no fundo do útero. Isso é feito no momento em que a mulher, devidamente estimulada, estiver ovulando, para que ocorra a fecundação.
As taxas de sucesso da IA variam em função de diversos fatores. Mas, quando corretamente indicada e bem executada, ficam entre 10 a 20%.
3. Fertilização in vitro
A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida considerada de alta complexidade. O tratamento começa com a estimulação ovariana (administração de hormônios),para aumentar o número de óvulos disponíveis para a fertilização.
Quando os folículos atingem o tamanho adequado, realiza-se a punção (coleta) dos óvulos. Ao mesmo tempo, coleta-se o sêmen do parceiro. Na etapa seguinte, os gametas são colocados em uma placa de Petri, dentro de uma incubadora que simula as condições da trompa, para que ocorra a fecundação. Por fim, o embrião gerado é transferido para o útero da paciente.
As taxas de sucesso da FIV variam caso a caso, podendo chegar a mais de 30%, para mulheres com menos de 35 anos. Mas, com o avanço da idade, esse percentual diminui.
Veja este conteúdo: Existe idade ideal para engravidar?
4. Mini-FIV
A mini-FIV é uma alternativa “low cost” à FIV convencional. Nesse tipo de tratamento, a indução da ovulação é feita sem hormônios ou com uma quantidade muito pequena. No mais, as demais etapas permanecem as mesmas. Entretanto, por gerar menos óvulos, a taxa de gestação acaba sendo menor.
5. Injeção intracitoplasmática de espermatozoides
A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma técnica de reprodução assistida semelhante à FIV. A diferença está na etapa final do procedimento.
Na ICSI, a fecundação é feita por meio da injeção de um único espermatozoide, diretamente, no óvulo. Isso aumenta as chances de sucesso, principalmente, em casos de fator masculino grave.
6. Congelamento de óvulos, sêmen ou embriões
O congelamento de óvulos, sêmen ou embriões, também conhecido como criopreservação, é recomendado para pessoas que decidem ou se veem obrigadas a adiar a maternidade. Graças ao procedimento, é possível preservar a quantidade e a qualidade das células reprodutivas para uso futuro.
No caso das mulheres, para fazer a criopreservação é preciso seguir as etapas da estimulação ovariana, punção folicular e vitrificação (técnica de congelamento). Nos homens, é necessário coletar a amostra de sêmen, fazer as análises e realizar a vitrificação.
Saiba mais em: Por que realizar a criopreservação de óvulos antes dos 35 anos?
Em relação ao congelamento de embriões, o procedimento é realizado em casais que passaram pela FIV convencional ou pela ICSI e obtêm um excedente de embriões. Dessa maneira, os mesmos podem ser usados em gestações futuras.
Qual é o papel dos hormônios nos tratamentos de fertilidade?
Como mostrado, os hormônios desempenham um papel importante na estimulação e controle dos órgãos reprodutivos. Dessa forma, sua administração é parte essencial dos procedimentos de reprodução assistida. Por exemplo:
- na FIV, o uso de hormônios permite que múltiplos óvulos se desenvolvam simultaneamente, maximizando as oportunidades de concepção;
- já na hora da implantação embrionária, a terapia hormonal ajuda a criar um ambiente receptivo no revestimento uterino, facilitando a fixação do embrião e aumentando as chances de uma gravidez bem-sucedida.
Portanto, a utilização cuidadosa de hormônios, acompanhada de perto por profissionais de saúde, é essencial. Dessa forma, é possível criar a melhor oportunidade para realizar o sonho da gravidez.
Principais hormônios utilizados na reprodução assistida
As medicações utilizadas nos tratamentos de reprodução assistida incluem diferentes tipos de hormônios, que desempenham um papel específico na estimulação dos órgãos reprodutivos. Conheça as principais a seguir.
Hormônio folículo estimulante (FSH)
O hormônio folículo estimulante é frequentemente utilizado para recrutar um número maior possível e estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos nas mulheres. Isso é fundamental para a produção de óvulos maduros que podem ser fertilizados.
A dosagem desse hormônio precisa ser correta, evitando que ocorram complicações, como a síndrome de hiperestimulação ovariana, que pode resultar da superestimulação dos ovários. Por isso, a dosagem do FSH é monitorada de perto por meio de exames de sangue e ultrassonografias durante o ciclo de tratamento.
Hormônio luteinizante (LH)
O hormônio luteinizante desempenha um papel muito importante na regulação do ciclo menstrual e na liberação do óvulo. Em tratamentos de reprodução assistida, o LH pode ser administrado para maturar os óvulos e induzir a ovulação em momentos estratégicos. Isso garante que a ovulação ocorra no momento ideal, aumentando as chances de sucesso nos tratamentos de reprodução assistida.
Hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG)
O hormônio gonadotrofina coriônica humana é frequentemente utilizado para desencadear a liberação dos óvulos maduros dos folículos. Isso é importante para a coleta de óvulos em procedimentos como a fertilização in vitro (FIV),por exemplo. Após a administração do hCG, a equipe médica pode se programar para colher óvulos maduros e prontos para a fertilização.
Progesterona
A progesterona é muito utilizada na preparação do útero para a implantação embrionária. Ou seja, o hormônio é administrado após a fertilização, para apoiar o revestimento uterino e facilitar a implantação do embrião. Além disso, ajuda a manter a gestação até próximo das 10 semanas, quando a placenta assumirá o controle hormonal.
Os hormônios usados nos tratamentos podem causar efeitos colaterais?
Embora o uso de hormônios na reprodução assistida seja essencial para o sucesso dos tratamentos, eles também podem estar associados a alguns efeitos colaterais. Ainda que a experiência de cada paciente possa variar e nem todas as pessoas apresentem os mesmos sintomas, os mais comuns incluem:
- inchaço e dor abdominal;
- irritabilidade e alterações de humor;
- sensibilidade mamária;
- cefaleia.
É preciso estar ciente desses possíveis efeitos colaterais e comunicar qualquer preocupação ao médico responsável. Cabe ao profissional oferecer todo o suporte necessário, incluindo eventuais ajustes nas medicações.
Quando procurar uma clínica de reprodução assistida?
Caso você esteja com dificuldades para engravidar e queira saber tudo sobre reprodução assistida, procure um especialista em reprodução humana. As sociedades médicas recomendam que mulheres com menos de 35 anos busquem ajuda após um ano de tentativas infrutíferas e, com mais de 35 anos, após seis meses.
Não deixe de ler: A ação do tempo também compromete a capacidade reprodutiva dos homens
No entanto, é possível — e altamente recomendado — fazer o aconselhamento pré-concepcional assim que decidir engravidar. Isso permite prevenir complicações e, até mesmo, facilitar uma eventual necessidade de tratamento. Vale lembrar que as técnicas de reprodução assistida são mais bem-sucedidas em mulheres com menos de 35 anos.
Até que idade é possível fazer um tratamento de reprodução assistida?
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) determina que a idade máxima para as candidatas à gravidez assistida seja de 50 anos. Isso, vale destacar, desde que existam chances reais de sucesso e baixo risco de complicações, tanto para a mulher como para o(s) bebê(s).
Porém, podem haver exceções, as quais são pautadas em critérios técnicos e científicos, fundamentados pelo médico responsável. Quando considerados plausíveis e há o devido consentimento dos pacientes acerca dos riscos, o tratamento pode ser feito após o limite de idade.
Ter insuficiência ovariana é indicação para a reprodução assistida?
Com certeza. Essa condição, também chamada de falência ovariana prematura, afeta a função dos ovários e, portanto, impossibilita engravidar naturalmente.
O problema ocorre quando os ovarios não funcionam adequadamente, levando à queda na produção de hormônios sexuais (como estrogênio e progesterona). Assim, a reprodução assistida se destaca como uma ferramenta essencial em casos de insuficiência ovariana, oferecendo a essas mulheres a possibilidade de engravidar.
Como escolher o melhor tratamento para mim?
A inseminação artificial e a fertilização in vitro correspondem a mais da metade dos procedimentos de reprodução assistida realizados no Brasil. Mas, segundo o Dr. Jean Maillard, ginecologista da Clínica Fecondare, apesar das taxas de sucesso com a FIV serem cada vez mais altas, as estratégias com técnicas de menor complexidade não devem ser deixadas de lado.
“Sempre iniciamos o tratamento com os protocolos mais simples, para depois utilizar técnicas mais avançadas. O único fator acelerador deste processo é a idade feminina, que limita os resultados”, explica o médico. Portanto, o ideal é escolher a clínica que mais gere confiança e delegar a escolha da estratégia terapêutica à equipe médica!
Como é feito o registro de filhos concebidos por reprodução assistida?
Antigamente, a falta de regras específicas para esses casos fazia com que o registro civil da criança só fosse possível mediante ação judicial. Atualmente, o registro de nascimento de filhos concebidos por reprodução assistida é feito em qualquer cartório competente.
Para tanto, basta levar os documentos que comprovem a regularidade do procedimento. Isso inclui uma declaração do diretor técnico da clínica, especificando a técnica utilizada e o nome dos pais.
Viu só quantas informações você aprendeu? Para concluir, agora que você sabe tudo sobre reprodução assistida, lembre-se que esse tipo de tratamento é composto por etapas imprescindíveis. E que, como mostrado, somente após a análise dos pacientes é possível definir a técnica mais indicada para cada caso. Portanto, seja rigoroso na escolha da clínica e siga as orientações da equipe médica responsável. Essa é a maneira mais segura e eficiente de ir em busca do seu maior sonho!
Ainda tem dúvidas? Sinta-se à vontade para entrar em contato e nos perguntar. A equipe da Fecondare está à sua disposição!