Muitas mulheres sonham em ter filhos e constituir uma família. Algumas engravidam de forma planejada e outras nem tanto, mas a grande maioria delas, uma vez que se descobrem gestantes, preocupam-se em tomar todos os cuidados necessários para que a gravidez prossiga de maneira saudável e, ao final de nove meses, possa dar à luz uma criança com saúde e feliz.
Recentemente, pesquisadores holandeses procuraram saber por que a mulher não tem o hábito de buscar orientação médica sobre a gravidez antes de realmente engravidar – o chamado aconselhamento pré-concepcional. Eles descobriram que elas valorizam essa orientação, mas têm dificuldade de verem a si mesmas como “alvo” para o aconselhamento, apesar de justamente estarem em idade fértil e terem a pretensão de um dia engravidar.
Os pesquisadores buscaram entender quais as razões para essa dificuldade. Uma delas seria que as mulheres consideram o processo de engravidar como algo que deva ser romântico e natural, e buscar orientação médica antes disso cortaria o efeito “mágico” sobre a concepção; ou ainda elas acreditam que, quando se está tentando engravidar, é importante manter segredo para que não haja cobrança por parte de familiares e amigos, e consultar um médico geraria questionamentos desconfortáveis. Outra razão também seria o medo de lidar com uma possível infertilidade no momento em que, mesmo com todo o aconselhamento, ainda não conseguisse engravidar; mas a principal razão de todas é que a busca por essa orientação exigiria uma gravidez planejada, que parece não ser o mais comum.
Mas essas barreiras impedem que a medicina ofereça a elas tudo o que já está ao seu alcance no que compete ao bem-estar e à saúde da futura gestante e de seu futuro bebê, pois dessa forma perde uma importante oportunidade de atuação que é o período pré-concepcional e o primeiro trimestre de gravidez. Como a maioria das mulheres se descobre grávida ao final deste período, a importância dele é devido a ser o mais sensível e importante na formação do feto.
Os pesquisadores sugerem que os médicos fiquem atentos ao grupo de mulheres que deveria buscar o aconselhamento para oferecê-lo a elas e a todos os casais, e não somente àqueles que se sabe ter problemas de fertilidade, pois todos devem se beneficiar dessa preciosa consulta. O aconselhamento deveria inclusive auxiliar o casal a decidir sobre qual momento é o mais apropriado para engravidar, fornecer explicações sobre fertilidade e reprodução de modo geral.