Quem procura um tratamento de reprodução assistida, geralmente, já passou por períodos de muitas dúvidas e expectativas. Após um ano (ou mais) tentando engravidar de forma natural, recomenda-se buscar ajuda especializada para investigar as causas da infertilidade. A boa notícia é que, por meio de tratamentos de fertilização assistida, com técnicas específicas para cada caso, há grandes chances de os casais, enfim, conseguirem gerar um bebê.
Neste artigo, mostramos como o fator psicológico — principalmente, a ansiedade —, pode afetar a fertilidade e impactar no resultado dos tratamentos para engravidar. Para saber mais, continue a leitura!
Qual é o peso da ansiedade em casais tentantes?
A infertilidade acomete até 15% dos casais, podendo ocorrer tanto no homem como na mulher. Ainda que a ansiedade, entre aqueles que estejam, há bastante tempo, tentando engravidar, seja compreensível, ela não pode dominar o dia a dia.
Porém, nem todos têm esse autocontrole. Mulheres, em geral, são as que mais sofrem com a ansiedade, pois, para muitas, gerar um filho é uma cobrança natural. Sendo assim, o fato de ter algum problema que impeça a gestação afeta suas emoções.
Quais são os efeitos da ansiedade no corpo humano?
O cortisol, hormônio ligado ao estresse, é encontrado em níveis mais altos em pessoas com ansiedade crônica. No caso das mulheres, quanto mais estressadas elas estiverem, menores as chances de ovulação — o que dificulta, diretamente, os tratamentos para engravidarem.
Isso acontece porque o estresse inibe o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, o qual leva à interrupção, temporária, das menstruações. Nesse caso, implicando na infertilidade transitória.
Já em relação aos homens, o estresse pode levar à redução da quantidade de esperma e de volume do sêmen. Além disso, o excesso de ansiedade também resulta em falta de libido e problemas de ereção. Todos esses fatores se relacionam às dificuldades para engravidar.
Como a ansiedade reduz as chances de engravidar?
Um estudo realizado pela Escola de Saúde Pública, da Universidade de Louisville, nos Estados Unidos, comprovou que mulheres estressadas têm, aproximadamente, 45% menos chances de engravidar do que quando estão se sentindo tranquilas. Para chegar a esse percentual, foram acompanhadas 400 pacientes, com 40 anos de idade ou menos e vida sexual ativa.
Para fazer a análise, durante um determinado período elas tiveram que anotar seus níveis de estresse diário. Ao mesmo tempo, relataram informações sobre a menstruação, a frequência das relações sexuais, o índice de massa corpórea (IMC) e o consumo de álcool, cafeína e cigarro.
O resultado do trabalho mostrou que fatores emocionais influenciam, grandemente, a fertilidade — assim como outros fatores de risco. Por isso, cuidar da saúde mental e do bem-estar, bem como da alimentação, das atividades físicas e do sono, é essencial para quem deseja engravidar.
Como o estresse se relaciona à anovulação?
A função reprodutiva depende de interações entre o sistema nervoso central, as estruturas endócrinas e os órgãos reprodutivos. Assim, a maneira como cada mulher lida com os agentes estressores impacta nos mecanismos que regulam a fase folicular do seu ciclo menstrual.
Na prática, o estresse ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que, por sua vez, inibe o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano. Isso explica por que a ansiedade decorrente do desejo de engravidar, muitas vezes, desencadeia um quadro de amenorreia temporária, impossibilitando a concepção.
Ao mesmo tempo, pesquisadores consideram a hipótese de que a infertilidade possa ser a causa de diversos distúrbios psicológicos. Entre as consequências psicológicas da infertilidade, pode-se citar:
- o aumento da ansiedade;
- o estresse crônico;
- o isolamento social (inclusive familiar);
- as dificuldades sexuais;
- um estado de apatia nas áreas profissional e emocional.
Quais atitudes ajudam a diminuir a ansiedade?
Sabendo disso, deve-se buscar formas de interromper ou, ao menos, amenizar esse círculo vicioso. Por mais difícil que o dia a dia de quem está tentando engravidar possa parecer, é preciso encontrar algo para dividir a atenção com essa questão.
No entanto, uma das formas de espantar a ansiedade é se dedicar a outros interesses. Os especialistas recomendam que os casais tentantes façam:
- exercícios físicos regularmente, pois, entre inúmeros benefícios, as atividades físicas ajudam no controle do estresse;
- modalidades de relaxamento, como algum estilo de meditação, pois a prática ajuda na percepção para fazer melhores escolhas e, consequentemente, conseguir administrar as situações estressantes;
- sessões de acupuntura, pois a técnica que pressiona pontos-chave ajuda a equilibrar as emoções e aliviar o estresse e a ansiedade, sendo usada como um tratamento integrado às doenças ginecológicas.
Por que é importante cuidar da saúde emocional?
Os tratamentos de infertilidade costumam ser feitos por equipes multidisciplinares, nas quais o psicólogo tem um papel indispensável. O acompanhamento psicológico é altamente incentivado, pois a conversa com um terapeuta cria o ambiente adequado para os pacientes compartilharem seus anseios, questionamentos e reflexões.
Dessa forma, os casais tentantes precisam aprender a lidar, de maneira saudável, com o estresse. Isso ajuda a diminuir a ansiedade, levantar a autoestima e, até mesmo, prevenir a depressão. Tendo consciência de que fatores psicológicos podem estar entre as causas para a dificuldade de engravidar, é preciso buscar um novo estilo de vida. Ter mais equilíbrio na rotina, certamente, ajuda no sucesso da concepção — seja ela natural ou assistida.
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