Na área de reprodução humana, o coito programado (ou namoro programado) e a inseminação artificial (ou inseminação intrauterina) são duas técnicas bastante utilizadas. Esses tratamentos, considerados de baixa complexidade, oferecem esperança para casais que enfrentam dificuldades para conceber de forma natural.
Neste artigo, abordamos as causas da infertilidade e mostramos como funcionam os métodos citados, destacando suas indicações, diferenças e outras informações relevantes. Para saber mais, continue a leitura!
Incidência da infertilidade conjugal
Antes de conhecermos as soluções, precisamos entender o problema. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a infertilidade como a dificuldade de um casal conceber, após um ano de tentativas sem métodos contraceptivos. Para que um casal consiga engravidar, é necessário que tanto o homem como a mulher tenham um organismo saudável.
Estima-se que cerca de 10% a 20% dos casais em idade reprodutiva apresentam algum tipo de dificuldade para engravidar. As causas são diversas e:
Causas da infertilidade feminina
Entre as principais causas da infertilidade na mulher, destacam-se:
- idade avançada;
- alterações hormonais;
- infecções pélvicas;
- endometriose;
- obstrução tubária;
- consequências dos tratamentos para o câncer;
- algumas cirurgias prévias;
- laqueadura das trompas.
Causas da infertilidade masculina
Já entre as causas da infertilidade no homem, pode-se citar:
- redução do número e motilidade dos espermatozoides;
- varicocele;
- alterações hormonais, cromossômicas ou neurológicas;
- sequelas de tratamentos para o câncer;
- impotência sexual;
- ejaculação precoce;
- vasectomia.
Fatores de risco para a infertilidade
Além disso, o tabagismo, o uso de drogas, algumas doenças crônicas e a obesidade também contribuem para a infertilidade de ambos os sexos. É importante entender as causas, assim como aprender a lidar com o diagnóstico. Contar com o suporte adequado durante o processo de descoberta faz toda a diferença.
Quando procurar ajuda médica especializada
Ao perceber indícios da condição, o casal não deve perder tempo em procurar um médico especialista em reprodução humana. Assim, ambos serão avaliados e receberão o tratamento mais adequado para conseguirem engravidar.
Os tratamentos de fertilidade podem ser de:
- baixa complexidade: como o coito programado e a inseminação artificial;
- alta complexidade: como a fertilização in vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática do espermatozoide (ICSI).
Para saber mais, assista: Técnicas de reprodução assistida: baixa complexidade
Neste artigo, vamos nos deter aos tratamentos de baixa complexidade, cuja fecundação ocorre no organismo da mulher (“in vivo”),não no laboratório (“in vitro”). Conheça-os melhor a seguir.
Coito programado
O coito programado é uma técnica que visa aumentar as chances de gravidez ao melhorar o momento da relação sexual. É um procedimento que envolve o monitoramento cuidadoso do ciclo menstrual da mulher, geralmente com o auxílio de ultrassom e alguns exames.
Mas, como funciona? Para ovular mais e aumentar as chances de gravidez, a mulher utiliza hormônios para a estimulação ovariana. Durante o uso dos hormônios são realizadas ecografias para definir o dia ideal para o casal ter relações sexuais.
Leia também: Os hormônios na reprodução assistida podem causar efeitos colaterais?
No período pós-ovulatório, outra ecografia é realizada para confirmar a ovulação. Mas é preciso esperar pelo menos 12 dias para fazer o teste de gravidez.
Essa técnica é indicada para casais com fatores de infertilidade leves ou moderados. Mulheres com ciclos menstruais regulares, tubas uterinas permeáveis e contagem adequada de espermatozoides no parceiro masculino também podem se beneficiar.
Em relação à taxa de sucesso do coito programado, depende de cada casal. Isso porque, as chances de engravidar variam em função da idade da mulher e das causas da infertilidade conjugal. Em geral, mulheres mais jovens e com histórico de tentante não muito longo têm mais chances de conseguir conceber pelo método.
Inseminação artificial
A inseminação artificial é um procedimento que envolve a introdução de espermatozoides capacitados diretamente no útero da mulher. Antes da inseminação, o sêmen passa por um processo de preparação, no qual os espermatozoides de melhor qualidade são selecionados.
Para que a inseminação ocorra, é necessário que o útero e o endométrio da mulher estejam adequados para uma gestação. Também é importante que pelo menos uma das trompas seja permeável, visualizada pelo exame de histerossalpingografia ou laparoscopia prévia.
Já o homem deve ter pelo menos cinco milhões de espermatozoides móveis após o preparo de capacitação realizado no laboratório da clínica. É um tratamento simples, de baixo custo, sem necessidade de anestesia e é realizado no consultório da clínica de reprodução assistida.
Após a inseminação artificial, a mulher fica em repouso por 20 minutos e depois pode retornar às atividades diárias normalmente. Essa técnica é indicada para casais com:
- infertilidade sem causa aparente;
- discordância para o vírus do HIV;
- mulheres com alterações cervicais (alterações no colo uterino);
- mulheres com endometriose mínima ou leve;
- homens com diminuição no número e motilidade dos espermatozoides.
Mulheres solteiras, homens com ausência de espermatozoides ou casais homoafetivos com alterações cromossômicas também podem recorrer à inseminação artificial. Isso é possível por meio do uso de sêmen doado.
Apesar de ser crescente a taxa cumulativa de gravidez a cada procedimento, geralmente indica-se um total de até três ciclos de inseminação. E se após estas tentativas não ocorrer a gravidez, indicam-se os tratamentos de alta complexidade.
Diferença entre coito programado e inseminação artificial
A diferença entre o coito programado e a inseminação artificial está na maneira como os espermatozoides chegam até o óvulo. Na última, após o processamento e capacitação no laboratório da clínica de reprodução, os espermatozoides são colocados dentro da cavidade uterina.
Já no coito programado, o casal é orientado a ter relações sexuais programadas em torno do período fértil da mulher. Portanto, a concepção ocorre de forma natural, dependendo da capacidade dos espermatozoides de alcançar e fertilizar o óvulo.
Esperamos ter esclarecido suas dúvidas! Para ficar por dentro das próximas publicações do blog e conferir dicas de saúde reprodutiva, siga a Fecondare no Facebook e Instagram!