Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),casais que não usam contraceptivos e cujas tentativas de engravidar (após um ano) não têm sucesso, podem ser inférteis. Se a mulher tiver idade igual ou superior a 35 anos, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) recomenda esperar menos: seis meses de tentativas infrutíferas já é tempo bastante para buscar a avaliação de um especialista. Só assim é possível diagnosticar as causas da infertilidade feminina individualmente.
Neste artigo, conheça os principais fatores de impedimento para a gestação. Veja, também, quais são os tratamentos para infertilidade feminina. Continue a leitura e não perca tempo!
Principais causas da infertilidade feminina
Diversos fatores são identificáveis como possíveis causas da infertilidade feminina. Constam desde distúrbios mecânicos dos órgãos reprodutores femininos, como malformações congênitas e cicatrizes de intervenções prévias nesses locais, a distúrbios metabólicos e hormonais. Além disso, existem, ainda, os efeitos colaterais de alguns medicamentos, tais como antidepressivos e quimioterápicos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),as causas da infertilidade feminina mais frequentes são: distúrbios ovulatórios, endometriose, aderências pélvicas e anormalidades na tuba uterina. Conheça-as a seguir.
Distúrbios ovulatórios
Os distúrbios ovulatórios, como o nome indica, são problemas relacionados à ovulação, ou seja, ocorridos na liberação dos oócitos (células germinativas femininas) pelos ovários. Isso pode desencadear baixa frequência de ovulações ou sua ausência completa.
Os sintomas, geralmente, manifestam-se com irregularidades menstruais. As causas dos distúrbios ovulatórios são múltiplas. Elas incluem:
- síndromes com disfunções hormonais, como a síndrome do ovário policístico, hipertireoidismo ou hipotireoidismo e distúrbios alimentares;
- estresse contínuo e outros aspectos emocionais;
- exercícios físicos muito intensos (mais comum nas atletas);
- uso de medicações específicas, como anticoncepcionais orais, antidepressivos, antipsicóticos, corticosteroides ou agentes quimioterápicos.
Endometriose
A endometriose, por sua vez, constitui-se no aparecimento de tecido endometrial (próprio do útero) em outros órgãos ou regiões do corpo. Tais ocorrências podem causar a infertilidade quando afetam os demais órgãos reprodutores, como ovários ou tuba uterina.
Além disso, a endometriose pode estimular a produção de substâncias inflamatórias. Essas influenciam nos processos normais de ovulação, fertilização e implantação do embrião.
Aderências pélvicas
A terceira causa infertilidade feminina é a existência de aderências pélvicas. Elas surgem, geralmente, como consequência de cirurgias ou procedimentos ginecológicos (como curetagens, cesarianas, entre outras cirurgias do aparelho reprodutor feminino).
As aderências se formam durante a cicatrização dos tecidos traumatizados, apresentando-se como bandas fibrosas que ligam tecidos ou órgãos originalmente separados. Elas também podem ocorrer após procedimentos não ginecológicos, como para o tratamento da apendicite — uma das principais causas de cirurgia abdominal na população.
Anormalidades na tuba uterina
As anormalidades da tuba uterina dificultam o transporte dos oócitos e dos espermatozoides no trajeto entre o útero e o ovário. Dessa forma, diminuem a fertilidade.
A principal causa desses distúrbios é a doença inflamatória pélvica (DIP). Entre os fatores de risco para seu aparecimento, destacam-se as infecções advindas do trato genital inferior, por patógenos (como a clamídia ou a gonorreia).
Acrescentam-se a esses fatores outras causas que dificultam a implantação do embrião no útero. Por exemplo:
- tumores ou malformações congênitas;
- síndromes autoimunes, que podem desencadear a rejeição do embrião pelo organismo materno ou danos placentários;
- defeitos genéticos que levem à infertilidade.
Outro fator que não pode deixar de ser mencionado é o envelhecimento. A redução da quantidade e da qualidade dos óvulos é um processo natural que, consequentemente, leva à diminuição da fecundidade. Após os 35 anos, principalmente, diminuem as chances de engravidar naturalmente e, por outro lado, aumentam o risco de aborto e doenças genéticas.
Tratamentos para infertilidade feminina
De acordo com a SBRA, as causas da infertilidade em casais são iguais para homens e mulheres: 35% para cada. O percentual restante está relacionado a ambos (20%) ou a razões desconhecidas.
O lado bom é que, na maioria das vezes, os problemas são tratáveis. A reprodução assistida é a área da medicina responsável por tratar as causas da infertilidade feminina. Entre as terapêuticas, destacam-se:
- indução de ovulação com coito programado, indicada para mulheres com distúrbios de ovulação (menstruações irregulares);
- inseminação artificial, também indicada para mulheres com problemas ovulatórios (como endometriose leve) e homens com semem limitrofe;
- fertilização in vitro (FIV), recomendada quando outras técnicas de reprodução não foram bem-sucedidas;
- injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), usada quando há alterações na qualidade do esperma.
Duração do tratamento
O tempo de tratamento varia de acordo com o diagnóstico da paciente, idade, condições de saúde e tratamento adotado. Ainda que o processo seja individualizado, estima-se que, em média, os ciclos levem de 1 mês a 45 dias.
Durante os tratamentos é importante manter a calma e confiar na capacidade da equipe de especialistas. Mesmo porque, sabe-se que a ansiedade e o estresse estão entre as causas da infertilidade feminina. Mas como mostrado, uma vez diagnosticado o problema, existem grandes chances de ele ser resolvido e da gestação ocorrer de maneira saudável e tranquila!
Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Mas caso ainda tenha alguma dúvida, entre em contato. Teremos prazer em ajudar!