Publicado em 28/02/2021

Quanto tempo depois da cirurgia uterina posso engravidar?

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As cirurgias uterinas são procedimentos responsáveis por remover lesões presentes na cavidade uterina.  De maneira geral, essas operações são consideradas um processo seguro e eficaz, na grande maioria das vezes. 

Entretanto, inevitavelmente, as cirurgias uterinas são capazes de alterar o endométrio, a camada interna do útero. Por isso, é fundamental que após esses procedimentos, haja um tempo de repouso para que o útero esteja saudável novamente para receber uma nova gestação.

Dessa forma, para que a mulher que passa pelas cirurgias uterinas possam engravidar posteriormente, é necessário esperar o processo de regeneração do endométrio e a cicatrização completa do útero. Assim, é possível passar por uma gravidez segura e livre de complicações. 

Mas quais serão as principais cirurgias e procedimentos realizados no útero e para que serve cada um deles?

Conheça as principais cirurgias uterinas

Os principais procedimentos realizados no útero, pode ser definidos por: histeroscopia, laparoscopia e cirurgia convencional. Vejamos cada um deles:

Histeroscopia 

A histeroscopia é um dos procedimentos mais eficazes para identificar doenças e alterações no útero, já que permite a visualização do canal endocervical e da cavidade uterina. O equipamento utilizado é chamado de histeroscópio, sendo introduzido no colo do útero por meio de uma microcâmera que projeta todas as imagens do órgão em um monitor.

A histeroscopia pode ser realizada para duas finalidades: diagnóstico ou tratamento. Ou seja, para a finalidade diagnóstica, o exame é capaz de detectar os problemas que estejam acometendo o útero, visualizando perfeitamente a anatomia do órgão. Já para o tratamento, a histeroscopia atua de forma cirúrgica, corrigindo as lesões que tenham sido encontradas.

Assim sendo, quando funciona como cirurgia, a histeroscopia atua como um tratamento eficaz para patologias benignas do útero sem a necessidade de incisões na barriga. O procedimento é rápido, com duração de cerca de 30 minutos, com alta no mesmo dia.

Como exemplos de lesões que necessitam da histeroscopia podemos citar:

  • miomas submucosos: consistem em nódulos no interior do útero e podendo acarretar em sangramentos e intensa dor pélvica;
  • pólipos uterinos ou pólipos endometriais: tumores, quase sempre de caráter benigno, que se fixam na parede interna do útero (endométrio);
  • septo uterino: anomalia que danifica a reabsorção do septo formado pela fusão dos ductos mülerianos;
  • adesões intra uterinas: lesões que se associam à redução da fertilidade, a alta taxa de abortamento e sangramentos excessivos do útero.

Laparoscopia

A laparoscopia é um exame capaz de identificar uma série de doenças que causam a infertilidade ou que estejam relacionadas com a dor pélvica crônica

Consiste em uma técnica minimamente invasiva ao organismo feminino, em que se introduz pelo umbigo da paciente um instrumento no qual está acoplado uma pequena câmera e mais outros pequenos acessos de até 10mm por onde entra o material cirúrgico. Assim, é possível ter uma ampla visão dos problemas que acometem o útero.

Assim como a histeroscopia, esse procedimento também atua como tratamento de alguns problemas que acometem a saúde reprodutiva da mulher, como podemos citar:

  • endometriose: doença que proporciona um aumento do tecido que reveste a cavidade do útero, resultando em inflamações crônicas;
  • gravidez ectópica: consiste na gravidez que acontece fora do útero e a laparoscopia é capaz de diagnosticar o problema, assim como salvar a vida da gestante, removendo o embrião;
  • cistos de ovário: tendem a aparecer antes da menopausa e podem ser considerados malignos se forem considerados policísticos; os cistos maiores que 60 milímetros devem ser retirados por laparoscopia;
  • miomas: aqueles que se localizam na parede do útero e que não são acessíveis pela histeroscopia;
  • alterações tubárias:desde as salpingo plásticas nas tubas obstruídas até reanastomose tubária pós laqueadura.

Cirurgia tradicional

Por fim, cabe ainda lembrar que, em alguns poucos casos, nem a laparoscopia e nem a histeroscopia poderão ser utilizadas. Nessas situações, a cirurgia deverá ser realizada pela forma tradicional. Ou seja, deve ser feito um procedimento com abertura da parede abdominal e com as devidas orientações pós-cirúrgicas, que geralmente, serão mais delicadas do que os procedimentos não invasivos citados anteriormente.

Mas após detectar o problema uterino e tratar as consequentes lesões, após quanto tempo a mulher poderá procriar novamente?

Cirurgias uterinas: quanto tempo esperar para engravidar novamente?

O tempo necessário de espera para que a mulher engravide, após a realização de uma cirurgia uterina, irá depender do período para a cicatrização da camada interna do útero. Nas cirurgias histeroscópicas o tempo e mais curto, cerca de 5 semanas, nas laparoscópicas e nas abertas, sobretudo em miomectomias com sutura da parede uterina o tempo necessário poderá ser de até 6 meses

Assim sendo, quando o endométrio e a parede uterina estiverem regenerados, a mulher é capaz de suportar uma nova gestação. 

Isso poderá acontecer de maneira natural ou em decorrência de algum tratamento de reprodução assistida, caso a cirurgia uterina tenha causado alguma complicação na fertilidade da mulher.

Mas como saber que o útero se encontra apto para receber uma nova gestação?

Como avaliar o útero após as cirurgias uterinas?

É possível fazer a avaliação da recuperação pós-cirúrgica do endométrio através do exame de ultrassom ou mesmo pela laparoscopia. Dessa maneira, é importante orientar que o tempo para a cicatrização da parte interna do útero irá depender do tipo de procedimento ao qual ele foi submetido. 

Polipectomia

Por exemplo, a técnica que permite a recuperação mais rápida do endométrio é a retirada de pólipos (polipectomia). Nesse caso, a demora para que o útero se regenere é de aproximados 30 dias. 

Esse procedimento é indicado para retirar os pólipos do útero, tratando principalmente o sangramento excessivo do órgão e buscando reparar a dificuldade de engravidar, que a presença dos pólipos sugere.

Miomectomia

Enquanto isso, a técnica mais demorada para a regeneração do útero é a retirada de miomas(miomectomia). Já que a recuperação pode levar de dois a três meses, dependendo da orientação médica. 

Embora a miomectomia provoque um atraso na cicatrização inicial do útero, o procedimento é capaz de garantir uma melhor recuperação da função reprodutiva da paciente, após o órgão estar completamente regenerado. 

Cirurgia tradicional

Caso a paciente tenha passado por alguma cirurgia uterina de caráter mais sério e invasivo, a autorização para engravidar novamente com saúde, será avaliada pelo médico em questão. 

Sabemos então que para receber uma nova gestação, o útero precisa estar regenerado, após passar por algum procedimento. No entanto, existem alguns fatores que são decisivos no momento da recuperação. 

Fatores que influenciam na recuperação das cirurgias uterinas

Alguns fatores influenciam na recuperação das cirurgias uterinas. O primeiro deles é a profundidade das lesões, ou seja, quanto mais intensas e profundas forem as lesões, maior será o tempo de recuperação do útero. 

Outro fator importante é a formação pós-cirúrgica de aderências intra uterinas, que são tecidos que se formam dentro do próprio útero durante o processo de cicatrização. Felizmente, esses tecidos podem ser retirados por histeroscopia. 

Nos casos em que a retirada dos miomas é realizada pela técnica laparoscópica o tempo de espera até uma tentativa de gestação dependerá do número de miomas retirados. Além disso, a profundidade na parede uterina também será considerada, o que poderá demandar sutura em vários planos.

Dessa forma, quando há o desejo de engravidar, é importante que a mulher respeite esses intervalos após a realização de procedimentos cirúrgicos no útero. Assim, é possível que a concepção e o desenvolvimento do feto se façam em um ambiente seguro e preparado para dar o suporte necessário à gestação.

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Publicado por: Dr. Jean Louis Maillard - Ginecologista - Diretor técnico médico - CRM-SC 9987 , CRM-RS 13107 e RQE 5605
Ginecologista formado na Faculdade de Medicina da PUCRS em 1983, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia, Precertopship de Histeroscopia e Fellow nos Hospitais Tenon e Port Royal em Paris

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