Publicado em 28/11/2021 - Atualizado 30/03/2023

É possível engravidar depois da menopausa?

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Engravidar depois da menopausa pode, sim, ser possível. Não que uma concepção natural sob essa condição tenha se tornado viável — o que vemos, raramente, são casos de mulheres que engravidam durante o climatério, período pré-menopausa no qual ainda há ovulação. O que pode viabilizar esse sonho são os tratamentos de reprodução assistida.

Neste artigo, mostramos como funciona a fertilização in vitro com ovodoação compartilhada. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas sobre gravidez na menopausa!

Quais são as taxas de gravidez natural após a menopausa?

Ficar grávida não é tão fácil quanto parece. Casais jovens, saudáveis e que estão tentando engravidar têm até de 25% de chances de terem uma concepção bem sucedida a cada ciclo menstrual.

Conforme envelhece, a capacidade reprodutiva da mulher diminui consideravelmente. A partir dos 35 anos de idade, a taxa de gravidez natural cai para 10%. Dos 40 anos em diante, é de cerca de 5% ou menos.

No período que antecede a menopausa (o chamado climatério),desequilíbrios hormonais podem prejudicar a menstruação, tornando-a irregular e com intervalos bem maiores entre os ciclos. Nessa fase, engravidar de maneira natural é extremamente difícil.

Apenas quando para de menstruar definitivamente, a mulher é, oficialmente, considerada na menopausa. Nessa fase, que para a maioria começa entre os 45 e 55 anos, o ciclo reprodutivo se encerra de vez e as alterações hormonais impedem uma gestação natural — ou seja, a taxa de gravidez é zero. Sendo assim, a única maneira de tentar engravidar depois da menopausa é por meio de um tratamento de reprodução assistida.

Qual é o tratamento para engravidar depois da menopausa?

fertilização in vitro (FIV) com criopreservação ou ovodoação é o tratamento indicado para mulheres em boas condições de saúde que desejam engravidar depois de menopausa. Uma vez que nessa fase ela deixa de produzir óvulos, a menos que tenha realizado uma criopreservação no passado, é necessário recorrer à ovodoação.

Como a criopresevarção de óvulos ainda é bem recente no Brasil, sendo popularizada a partir de 2012, é mais comum que mulheres que já estão na menopausa recorram à ovodoação. A seguir, conheça as recomendações técnicas e possibilidades da FIV com ovodoação depois da menopausa.

Normas para a ovodoação no Brasil

O Conselho Federal de Medicina (CFM) alterou, recentemente, as normas para a realização dos tratamentos de reprodução assistida no Brasil. Segundo a Resolução CFM nº 2.294/2021, não é mais necessário manter o anonimato na doação de óvulos entre parentes de até quarto grau.

No entanto, nos demais casos, doadora e receptora não podem se conhecer. Mas atenção: com ou sem vínculos, a doação de óvulos não pode ter qualquer caráter comercial e/ou lucrativo.

Limite de idade para realizar o tratamento

Em relação à idade máxima para realizar a fertilização in vitro, não houve mudanças. O CFM continua determinando que as técnicas sejam realizadas em mulheres com, no máximo, 50 anos. Porém, se existirem critérios técnicos e científicos, apontados pelo profissional responsável, que justifiquem o tratamento em pacientes mais velhas, o mesmo poderá ser autorizado. Por exemplo, uma mãe pode gestar por sua filha que, comprovodamente, não consegue ter uma gestação bem-sucedida, desde que ela tenha um consentimento do infertileuta, de um obstetra e de um clinico que ateste sua capacidade fisica.

Como funciona a fertilização in vitro com ovodoação compartilhada?

“A ovodoação é um procedimento indicado para pacientes que têm baixa reserva ovariana (óvulos de baixa quantidade e/ou qualidade) ou insuficiência ovariana. Quando se trata de engravidar depois da menopausa, muitas vezes, são mulheres acima de 45 anos (idade em que as taxas de gravidez são naturalmente muito baixas) ou que entraram na menopausa em idades precoces”, explica a Dra. Ana Lúcia Bertini Zarth, ginecologista especialista em reprodução humana da Clínica Fecondare, em Florianópolis, SC.

Nesses casos, o tratamento de fertilização in vitro pode ser feito com óvulos doados por mulheres mais jovens, geralmente, com menos de 30 anos. “Com isso, a taxa de gravidez de uma paciente com poucos ou mesmo sem óvulos passa a ser de 40% a 50% — e não mais de menos de 1%, como é com óvulos de mulheres na faixa dos 45 anos”, ressalta a especialista.

Tipos de ovodoação

Como explicado anteriormente, quando não é realizado entre parentes de até 4º grau, o tratamento de ovodoação é feito com óvulos doados em anonimato, provenientes de bancos de gametas. Nesses casos, as receptoras (pacientes que os recebem) não sabem de quem são.

No Brasil, ainda não existem bancos de óvulos. Por aqui, os gametas femininos são mantidos, criopreservados, pelas próprias clínicas de reprodução humana.

Nesses casos, a escolha da doadora dos óvulos é de responsabilidade do especialista. A preferência, dentro do possível, é sempre por mulheres com características fenotípicas semelhantes às da receptora.

Em relação à ovodoação, ela pode ser feita das seguintes maneiras:

  • ovodoação voluntária, realizada por mulheres sem problemas de fertilidade, com uma boa reserva ovariana, sem doenças infectocontagiosas nem doenças genéticas e com, no máximo, 35 anos de idade, que se apresentam espontaneamente;
  • ovodoação compartilhada, quando os óvulos são procedentes de outras pacientes submetidas aos ciclos de fertilizações in vitro, que, além dos inúmeros testes aos quais já foram submetidas, ainda devem ser avaliadas pelo psicólogo da clínica antes de serem consideradas aptas a realizar o procedimento;
  • via bancos de gametas internacionais, os quais também são bastante criteriosos quanto à seleção das doadoras.

Tanto na ovodoação voluntária como na compartilhada, o processo é sempre realizado com caráter voluntário e altruísta. Além disso, a doação é anônima, coordenada pela equipe da clínica.

Preparo para a doação

Em todos os tipos de doação, as voluntárias passam pelas seguintes etapas:

  • estimulação ovariana, com a administração dos medicamentos hormonais;
  • acompanhamento do crescimento dos folículos, por meio do controle ultrassonográfico;
  • administração do hormônio beta-hCG, para o amadurecimento dos óvulos dentro dos folículos;
  • punção folicular (realizada com a paciente anestesiada e guiada por ultrassom transvaginal),para captura dos óvulos maduros ainda dentro dos folículos.

A partir de então, no caso da ovodoação compartilhada, os óvulos são fertilizados em laboratório para, posteriormente, serem transferidos para o útero da receptora selecionada. Já no caso da ovodoação voluntária, os óvulos costumam ser congelados e armazenados para futuros tratamentos.

Preparo para a implantação

Não é apenas a doadora que precisa passar por um tratamento. A receptora também tem que tomar alguns medicamentos para preparar seu endométrio para a chegada do embrião. Somente quando a avaliação da resposta endometrial, realizada por meio de ultrassonografias, for positiva, ela é considerada apta para a transferência.

Para entender como funciona a ovodoação compartilhada na Fecondare e conhecer as chances de engravidar após a menopausa, assista ao vídeo da Dra. Ana Lúcia Zarth!

A título de esclarecimento, quando a ovodoação é proveniente de uma familiar de até quarto grau, o tratamento de fertilização in vitro também precisa ser feito na doadora e na receptora. Assim como na ovodoação compartilhada, ela precisará tomar os medicamentos indutores de ovulação, para estimular a produção ovariana, e a receptora precisará tomar os medicamentos para preparar seu organismo para receber o embrião.

Momento da fertilização

Os óvulos coletados, independentemente da origem, sempre são avaliados. Se estiverem em boas condições, seguem para a fertilização in vitro. Isso é feito em laboratório, com os espermatozoides do parceiro ou com espermatozoides provenientes de um banco de esperma. Uma vez que o embrião esteja formado, ele é, enfim, transferido para o útero da paciente, onde será gestado.

Características genéticas

Na fertilização in vitro com ovodoação, o código genético (DNA) é proveniente da doadora, não da receptora. Porém, atualmente, sabe-se que os genes não são os únicos responsáveis pelas características de uma pessoa.

O bebê gerado por esse tipo de tratamento irá adquirir características físicas, emocionais e comportamentais de quem lhe gestar. Isso é possível graças à epigenética (que significa, literalmente, “além da genética”),ou seja, à ativação ou desativação dos genes, tanto por influências no ambiente intrauterino quanto pelas que o novo ser receberá no meio ambiente no qual será criado.

Quais são os riscos de uma gravidez na menopausa?

Qualquer gravidez que ocorra após os 40 anos é considerada de risco, tanto para a mãe como para o bebê. Entre os problemas mais comuns, destacam-se:

  • aumento da hipertensão arterial;
  • ocorrência de diabetes gestacional;
  • alterações genéticas (malformações congênitas);
  • aborto espontâneo;
  • parto prematuro ou natimorto.

Isso não significa que engravidar depois dos 40 anos seja contraindicado, mesmo em casos de primiparidade (primeira gestação). Apenas serve para reforçar a necessidade de redobrar os cuidados com a saúde da gestante e do bebê, por meio de um pré-natal ainda mais intenso do que para a maioria das grávidas.

Aliás, alguns cuidados começam antes da implantação no útero. São eles:

  • evitar o estresse;
  • ter uma alimentação saudável;
  • parar de fumar;
  • não ingerir bebidas alcoólicas;
  • não usar nenhum tipo de droga;
  • praticar atividades físicas moderadamente;
  • manter um índice de massa corpórea (IMC) adequado.

Além disso, vale destacar que, quando a mulher tem a possibilidade de usar óvulos jovens, sejam seus próprios gametas congelados ou provenientes de ovodoação, isso previne o risco de uma série de doenças cromossômicas fetais — mesmo que esses óvulos sejam implantados após os 45 anos.

Para concluir, a fertilização in vitro com ovodoação compartilhada é o tratamento sugerido para quem deseja engravidar depois da menopausa. Ainda que existam riscos, o acompanhamento médico atencioso e contínuo permite minimizá-los, aumentando as chances de ter uma gestação tranquila, segura e saudável!

Caso queira conversar a respeito, entre em contato e agende uma consulta com um de nossos especialistas em reprodução humana, em Florianóplis. Além disso, aproveite para seguir a Fecondare no Facebook e Instagram e confira dicas e novidades sobre reprodução humana!

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Publicado por: Equipe Fecondare

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