Quando se trata de gravidez natural, não existe uma idade máxima para engravidar. No Guinness Book, esse recorde pertence a uma chinesa, que deu à luz aos 67 anos, em 2019. A explicação, segundo os médicos responsáveis, é de que seus ovários não condiziam com sua idade cronológica — porém, foram relatadas diversas complicações durante a gestação. Já com a ajuda das técnicas de reprodução assistida, o recorde pertence a uma indiana de 70 anos. Ela deu à luz a sua primeira filha em 2021, graças a um tratamento de fertilização in vitro (FIV).
Neste artigo, mostramos qual é a média da idade máxima para engravidar, tanto naturalmente como por meio dos tratamentos de reprodução assistida. Continue a leitura e saiba mais a respeito.
Por que a engravidar na terceira idade é uma exceção?
Engravidar em idades avançadas é um feito raro, tanto biológica quanto legalmente. Se natural, além da ausência de comorbidades, a mulher não pode ter entrado na menopausa — o que costuma ocorrer por volta dos 51 anos.
No entanto, a taxa de fecundidade feminina entra em declínio após os 35 anos. Assim, os especialistas recomendam que a idade máxima para engravidar de maneira natural seja aos 35 anos. A partir dessa idade, o processo se torna mais difícil.
Já com ajuda da medicina reprodutiva, o “prazo” é maior. O Conselho Federal de Medicina (CFM) determina, tendo como base princípios biológicos, o limite de 50 anos para candidatas aos tratamentos de reprodução assistida.
Porém, podem haver exceções a esse limite, pois a normativa do CFM não pode ferir o direito constitucional de planejamento familiar. Tais exceções se baseiam em:
critérios técnicos e científicos, fundamentados pelo especialista responsável;
comprovação de que a paciente está ciente dos eventuais riscos, para si e para seu(s) descendente(s).
Em uma paciente saudável, qual é a idade máxima para engravidar?
Essa é uma decisão que precisa ser individualizada. Mas, cabe dizer que não é algo fácil para nenhuma das partes, nem para a mulher nem para o médico que a assiste. Afinal, apesar do avanço na reprodução assistida e do aumento da expectativa de vida, deve-se considerar que a determinação do CFM se baseia em fatos científicos.
A partir dos 40 anos, os riscos associados à gestação aumentam consideravelmente — e continuam evoluindo com o passar da idade. Assim, quanto mais velha a mulher, maiores os riscos de:
problemas de tireoide (hipotireoidismo e hipertireoidismo);
diabetes gestacional;
hemorragias;
parto prematuro e
algumas cromossomopatias (como a síndrome de Down).
Como conciliar o desejo de ser mãe ao relógio biológico?
Atualmente, há um verdadeiro conflito. De um lado está o desejo, de muitas mulheres, que querem ter filhos depois dos 40 anos — quando estão estabilizadas economicamente e maduras para arcar com as responsabilidades da maternidade.
De outro, está a própria natureza, que reduz a fertilidade feminina, diminuindo o estoque de óvulos. Dessa maneira, engravidar sem a ajuda da reprodução assistida se torna bem mais difícil.
A boa notícia é que é possível gerar um filho apesar da queda na reserva ovariana. Para isso, é essencial um planejamento familiar, mesmo antes de encontrar um(a) parceiro(a).
Combinando procedimentos de preservação da fertilidade, exames de qualidade e um pré-natal meticuloso, em que todos os riscos e possibilidades sejam muito bem estudados, pode-se garantir o melhor procedimento para a futura mamãe e seu bebê.
Como contornar a diminuição da função ovariana?
Se por um lado o relógio biológico é implacável (pelo menos, para a maioria das mulheres),por outro, existe o planejamento gestacional. Dito de outra forma: a decisão de adiar a gravidez precisa ser pensada quanto antes.
Hoje em dia, muitas mulheres no auge da idade reprodutiva, mas também da carreira e dos projetos pessoais, optam pelo congelamento de óvulos. Dessa maneira, quando decidirem engravidar, poderão utilizá-los em um futuro tratamento de reprodução assistida, sem que haja o comprometimento de sua qualidade devido à idade.
Mas, e quando esse cuidado prévio não existe? Nesses casos, como já mencionado, cabe ao especialista avaliar as condições da reserva ovariana, bem como da saúde em geral da paciente, e decidir:
qual o tipo de tratamento mais indicado;
se ele pode ser feito usando seus próprios óvulos ou se é preciso recorrer à ovodoação.
Por que cada caso deve ser analisado individualmente?
Cada vez mais, há mulheres que encaram o desafio da gravidez após os 40 ou 50 anos com saúde, respeitando todas as orientações médicas. Exemplos, entre famosas e anônimas, não faltam.
Por isso, generalizar uma idade máxima para engravidar é perigoso e injusto. Com os tratamentos necessários e um pré-natal bem assistido, ou seja, feito com responsabilidade por ambas as partes, a maternidade tardia é perfeitamente possível. Caso você tenha o desejo de ser mãe, mas pensa que “já passou do tempo”, procure um bom especialista em reprodução assistida!
Esperamos que o artigo tenha sido proveitoso. Se desejar conversar mais a respeito, conte com a equipe da Fecondare! Agende sua consulta aqui pelo site, WhatsApp ou ligue para a gente: (48) 3024-2523.