Publicado em 11/08/2021

Ginecologista responde: é possível engravidar após os 50 anos?

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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que, entre 2010 e 2020, a quantidade de  mulheres que deram à luz após os 50 anos cresceu 55%. O adiamento da maternidade é uma tendência incontestável. Muitas mulheres com esse desejo planejam engravidar por volta dos 40 anos de idade — prova disso é o aumento no número de partos nessa faixa etária, que cresceu 33% em uma década (entre 2009 e 2019). Outras adiam ainda mais esse sonho. No entanto, mesmo que, com o suporte oferecido pela medicina reprodutiva, a possibilidade de engravidar após os 50 anos seja real, as chances são pequenas e os riscos bem maiores do que para as grávidas mais jovens.

Neste artigo, Dr. Ricardo Nascimento, ginecologista da Fecondare, explica porque a gravidez aos 50 anos é considerada de alto risco e qual é o papel da medicina reprodutiva nesse processo. Continue a leitura e entenda porque essa decisão precisa ser muito bem pensada.

Quais são as chances de engravidar após os 50 anos?

Após os 50 anos, as chances de ocorrer uma gravidez espontânea são raríssimas. Em alguns casos, porém, a medicina reprodutiva pode ajudar — mas ainda assim, as taxas de sucesso são baixas.

“A maioria das pacientes que vem à clínica tem por volta de 40 anos, mas também existem as que nos procuram após os 50”, conta Dr. Ricardo. Nessa idade, as mulheres necessitam de tratamentos específicos para conseguir engravidar.

“Mas é importante lembrar que, para se submeterem a uma técnica de reprodução assistida, elas devem ser, fundamentalmente, saudáveis”, continua. Assim, o primeiro passo é passar por uma avaliação com uma equipe multidisciplinar. Só então é possível saber se existe, ou não, indicação para tratamento.

Quais são os riscos relacionados à gravidez após os 50 anos?

Existem inúmeros riscos associados à gravidez acima dos 50 anos. Os principais são:

“Para fazer um processo de reprodução assistida nessa idade, a mulher precisa ter o aval de seus médicos. Eles têm que atestar que ela possui uma saúde perfeita, principalmente, em relação à parte obstétrica”, afirma o especialista.

Caso consiga fazer o tratamento e engravidar, a paciente deve ser encaminhada para um pré-natal de alto risco. “Isso é essencial para que ela possa ter uma gravidez saudável e para que seu filho também nasça com saúde”, completa.

Existe uma idade-limite para fazer um tratamento de reprodução assistida?

Sim. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), as técnicas de reprodução assistida podem ser realizadas, somente, até os 50 anos. Isso, contanto que exista real possibilidade de sucesso e baixa probabilidade de riscos graves, tanto para a candidata ao procedimento como para seu(s) futuro(s) bebê(s).

Exceções, por sua vez, precisam ser baseadas em critérios técnicos e científicos, fundamentados pela equipe responsável. Se consideradas plausíveis e se houver consentimento do paciente para com todos os riscos envolvidos, pode-se indicar o tratamento acima desse limite.

Quais são os tratamentos para quem já passou da idade “ideal” para engravidar?

Quando se deseja engravidar naturalmente, a idade “ideal” é dos 20 aos 29 anos. Porém, até os 35 anos a maioria das mulheres consegue engravidar sem problemas.

A partir daí, a capacidade reprodutiva feminina diminui gradativamente, com o declínio acentuado da reserva ovariana.

Na faixa dos 50 anos, a probabilidade de existirem óvulos capazes de serem fecundados naturalmente é quase nula. Assista ao vídeo em que Dr. Ricardo falou mais sobre o assunto:

A boa notícia é que, com os avanços na área da medicina reprodutiva, pode-se viabilizar uma gestação saudável até essa idade. Isso, no caso das mulheres que fizeram o congelamento de óvulos (preferencialmente, antes dos 35 anos).

Um estudo elaborado pela American Society of Reproductive Medicine (ASRM),junto à Society for Assisted Reproductive Technology (SART),mostrou que em mulheres mais velhas, com histórico de subfertilidade ou infertilidade, a taxa de implantação a partir de óvulos congelados fica entre 17% e 41%.

Para quem não possui óvulos em quantidade ou qualidade suficientes e não optou pela criopreservação, pode-se avaliar a possibilidade de se realizar uma fertilização in vitro (FIV) com óvulos doados. De acordo com a Resolução CFM nº 2.294/2021, a quantidade de embriões que podem ser transferidos em mulheres com mais de 40 anos de idade é de até quatro.

Assim, é possível engravidar após os 50 anos — no entanto, não se trata de algo simples, garantido ou, muito menos, acessível à maioria das pacientes. “A gravidez nessa faixa etária é, sim, uma realidade. Mas ainda que ela faça parte da modernidade da mulher, é preciso analisar cada caso individualmente”, reforça nosso ginecologista.

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Publicado por: Dr. Ricardo Nascimento - Ginecologista - CRM-SC 3198 e RQE 2109
Formado em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1981. Residência Médica na Maternidade Carmela Dutra- Secretaria Estadual de Saúde-SC, Especialização em Reprodução Humana na Universidade Federal do Paraná.

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