Nos consultórios dos ginecologistas, muito se fala sobre o papel do endométrio para engravidar, assim como para manter a gravidez e possibilitar o desenvolvimento fetal. Uma das primeiras providências em caso de infertilidade, aliás, é investigar se está tudo bem com essa parte do útero.
Mas, afinal, o que é o endométrio e qual é a sua relação com a fertilidade feminina? Para descobrir, continue a leitura!
O que é o endométrio?
O endométrio é a camada interna que reveste o útero. Durante o ciclo menstrual, ele fica mais espesso, sendo devidamente preparado pelos hormônios femininos (estrógeno e progesterona) para receber o embrião.
Porém, quando a concepção não ocorre, o revestimento endometrial se desprende, sendo eliminado sob a forma de menstruação. É assim por toda a vida reprodutiva da mulher, da menarca à menopausa — exceto, durante a gravidez.
Qual é o papel do endométrio para engravidar?
O endométrio é um tecido rico em líquidos e nutrientes, onde se dá a implantação do embrião e o início da gestação. Basicamente, sua função é acolhê-lo e nutri-lo até a formação da placenta. No entanto, falhas hormonais podem deixá-lo inadequado para esse processo, o que inviabiliza a gestação.
A receptividade endometrial ideal para a implantação e desenvolvimento do embrião ocorre quando seu tecido está com uma espessura adequada (pelo menos, 8 mm). Na área da reprodução humana assistida, o momento entre a ovulação e os cinco dias subsequentes, denomina-se “janela de implantação”.
Para medir sua espessura, assim como avaliar as condições anatômicas do endométrio, é necessário fazer um ultrassom transvaginal. Se o endométrio for considerado fino, é necessário adequar um nova estratégia para prepará-lo para a implantação.
Nesse caso, o preparo endometrial é feito com o uso de medicamentos hormonais, à base de estrogênio na primeira fase e progesterona no período final. Com eles, consegue-se induzir o espessamento do endométrio adequado, deixando-o em condições ideais para o desenvolvimento embrionário.
Mas, não pense que o papel do endométrio para engravidar termina aí. É importante ressaltar que, ao deixá-lo com uma espessura adequada, previne-se uma série de complicações, tais como:
- placenta acreta (implantação anormal);
- deslocamento placentário;
- pré-eclâmpsia;
- prematuridade;
- tamanho abaixo do esperado; entre outras.
Quais problemas no endométrio dificultam a gravidez?
Uma vez que se conhece a função do endométrio para engravidar, é fácil entender porque qualquer fator que o afete pode levar à infertilidade. A seguir, conheça alguns desses problemas e veja como tratá-los quando se deseja ter filhos.
Endometriose
A endometriose é um processo inflamatório que acomete os órgãos do aparelho reprodutor feminino e da cavidade abdominal. Na maioria das vezes, ela é assintomática ou não gera sintomas específicos, o que faz com que leve muito tempo até ser diagnosticada.
Sem o devido tratamento, a endometriose atrapalha os processos de ovulação, fertilização e implantação do embrião, impedindo a gravidez. Quando ela acontece, as chances de abortamento espontâneo são maiores.
O tratamento varia conforme o local e a gravidade da doença, determinados com ajuda da videolaparoscopia. Ele pode ser feito com terapia de supressão ovariana, por meio de cirurgia ou com a associação de ambas as abordagens.
Após o tratamento, boa parte das mulheres recuperam a fertilidade. Assim, podem tentar engravidar naturalmente ou com alguma técnica de reprodução humana assistida, como a fertilização in vitro (FIV).
Pólipos endometriais
Os pólipos endometriais são um tipo de pólipo uterino. Trata-se de lesões em relevo, pediculadas ou de base séssil. Apesar de tenderem a ser benignos, podem interferir na fertilidade, bem como gerar complicações para a gestação.
Geralmente, são identificados no ultrassom transvaginal ou por meio da histeroscopia diagnóstica. O tratamento é feito com supressores hormonais ou remoção cirúrgica.
Câncer de endométrio
O câncer endometrial é mais comum após o fim da idade reprodutiva, mas, também pode ocorrer precocemente. Caso o tratamento recomendado possa comprometer a capacidade reprodutiva, indica-se preservá-la por meio da criopreservação de óvulos, da cirurgia ginecológica conservativa ou de outras técnicas.
Agora que você conhece a importância do endométrio para engravidar, assim como para levar a gestação adiante, não se descuide. Para isso, basta ir às consultas ginecológicas de rotina e, caso tenha alguma alteração, tratá-la antes de ficar grávida. Dessa maneira, sua saúde e a saúde do seu bebê só têm a ganhar!
Caso ainda haja alguma dúvida, sinta-se à vontade para entrar em contato. Além disso, aproveite para seguir a Fecondare no Facebook e no Instagram e aprofunde seus conhecimentos sobre reprodução humana assistida!