Publicado em 15/03/2021

Dr. Ricardo Nascimento tira dúvidas sobre endometriose e gravidez

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Estima-se que no Brasil, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo),10% das mulheres em idade reprodutiva têm endometriose. Muitas vezes, a patologia está por traz da dificuldade para engravidar, sendo esse um dos principais motivos que levam as pacientes a procurarem uma clínica de reprodução humana. Nosso ginecologista, Dr. Ricardo Nascimento, especialista em endometriose de Florianópolis, conta que essas mulheres chegam ao consultório cheias de preocupações.

Se você também tem dúvidas a respeito, confira nove perguntas e respostas sobre como se dá a relação entre endometriose e gravidez. Esperamos que ajude!

1. A pelve congelada pode atrapalhar a fertilização?

Na pelve congelada, o útero e o ovário (normalmente, móveis) estão aderidos. Esse quadro caracteriza uma endometriose avançada. Essa, por sua vez, pode estar associada à adenomiose (um tipo de endometriose uterina).

O processo inflamatório da pelve reduz a quantidade e a qualidade dos óvulos. Por isso, mesmo em uma fertilização n vitro (FIV), as chances de sucesso na implantação embrionária diminuem.

2. Como engravidar em casos de endometriose avançada?

Em casos de endometriose avançada, é preciso controlar a doença para viabilizar a coleta dos óvulos e, só então, fazer a transferência embrionária. Para realizar esse controle, há duas possibilidades:

  • cirurgia de citorredução;
  • uso de medicações inibidoras.

É importante ressaltar que, antes de fazer o tratamento (com medicação ou cirurgia),indica-se retirar e congelar os óvulos, de modo a preservá-los. Mas atenção: não há uma solução única para todas as pacientes. O ideal é um tratamento individualizado, definido com base no grau da endometriose, idade, necessidade e pressa de cada mulher.

3. A laparoscopia resolve a endometriose ou é melhor fazer uma FIV?

Depende. Em casos de endometriose avançada, muitas vezes, é vantajoso operar e retirar cistos. Mas como já foi dito, é preciso avaliar o tratamento mais indicado para cada paciente.

Deve-se considerar, inclusive, a questão financeira. Ou seja, se é possível proceder com uma FIV ou é melhor fazer a cirurgia (que a grande maioria dos convênios cobre) e tentar engravidar espontaneamente.

4. Por que, quando se trata de endometriose e gravidez, é preciso correr contra o tempo?

Nesse binômio, fundamental é não protelar — pois um ponto crítico associado à endometriose é a idade da mulher. A partir dos 35 anos, a fertilidade feminina começa a diminuir.

Assim, é preciso tomar cuidado para não perder o “timing da fertilidade”. Isso, não apenas por causa de uma doença preexistente (a endometriose),como por conta da diminuição da quantidade e qualidade dos óvulos (devido ao envelhecimento).

5. Quanto tempo depois da cirurgia para endometriose é possível engravidar ou fazer a FIV?

Quanto mais cedo, melhor. Um mês após a cirurgia da endometriose já é indicado tentar engravidar naturalmente ou partir para a FIV.

Sabe-se que, quando se retiram os cistos ou se cauterizam os focos de endometriose, a reação inflamatória que impede a fertilidade melhora muito. Assim, o período de 3 a 6 meses (ou até 1 ano, para alguns autores) após a videolaparoscopia, é reconhecido como um período de fertilidade máxima.

6. Como é o processo de diagnóstico da endometriose?

O mais importante no diagnóstico da endometriose é sempre pensar nessa possibilidade. Além do histórico da paciente e da análise dos sintomas clínicos, quando presentes, é preciso fazer o exame físico ginecológico (toque do útero e ovários) e a ultrassonografia transvaginal (com preparo intestinal para endometriose).

7. Para que servem os medicamentos que inibem a produção de hormônios pelos ovários?

Esses medicamentos (análogos do GnRH) interrompem a produção de estrogênio e testosterona. Assim, a paciente entra em um estado de anovulação e tende a ter sintomas parecidos com o da menopausa.

São medicamentos indicados para casos de endometriose e, principalmente, adenomiose. Ao diminuírem a produção hormonal, também reduzem a endometriose e a adenomiose.

8. Após a cirurgia de endometriose, em quanto tempo a doença pode voltar?

Alguns estudos mostram que, sem o devido tratamento medicamentoso, de 13 a 20% dos casos de endometriose retornam em até um ano após a cirurgia. Em cinco anos, a doença tende a voltar ao estágio anterior ao procedimento.

9. O que fazer quando a endometriose insiste em voltar, mesmo após cirurgia e o tratamento medicamentoso?

Não se sabe os motivos, mas existem endometrioses que evoluem rapidamente, outras lentamente e outras que não evoluem; endometrioses que permitem engravidar ou que geram infertilidade; endometrioses com dor ou assintomáticas. Para endometrioses que progridem rapidamente, pode ser interessante fazer o tratamento com análogos do GnRH, assim como experimentar o DIU hormonal. Mas, ao mesmo tempo, deve ser adotada alguma estratégia de prevenção da fertilidade — ou, pelo menos, começar a tentar engravidar naturalmente o quanto antes.

Para concluir, a relação entre endometriose e gravidez é complexa e merece ser avaliada individualmente. A dificuldade no diagnóstico, principalmente, de casos assintomáticos, exige uma investigação cuidadosa. Portanto, em caso de suspeita para a doença, vá ao ginecologista e faça um check-up. Como mostrado, a dificuldade para engravidar, muitas vezes, é culpa de uma endometriose silenciosa!

Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Sinta-se à vontade para entrar em contato. Marque sua consulta e converse com o Dr. Ricardo Nascimento ou outro especialista em endometriose em Florianópolis!

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Publicado por: Dr. Marcelo Costa Ferreira - Ginecologista - CRM/SC 7223 e RQE 2935
Formado em Medicina pela FURB, Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, Especialização em Reprodução Humana no Centro de Referência da  Saúde da Mulher em São Paulo e Especialização em Reprodução Assistida

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