Publicado em 26/11/2014 - Atualizado 29/03/2022

Mitos e verdades sobre métodos contraceptivos e fertilidade da mulher

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Métodos contraceptivos X fertilidade da mulher

Não é de hoje que a relação entre métodos contraceptivos e fertilidade da mulher gera dúvidas. Existem, também, questões envolvendo a forma de utilizar as ferramentas contraceptivas — deixando, muitas vezes, as usuárias confusas e com medo de encontrarem dificuldades para engravidar posteriormente.

Para acabar com as confusões, reunimos 14 principais mitos e verdades a respeito. Confira!

1. Tomar pílula anticoncepcional por muito tempo prejudica a fertilidade da mulher.

Mito. O uso da pílula anticoncepcional não causa infertilidade, muito pelo contrário. Na verdade, ela costuma, até mesmo, preservá-la.

Isso porque, os anticoncepcionais orais reduzem os riscos de ter endometriosecistos e miomas nos ovários e pólipos uterinos. Esses problemas, por sua vez, podem levar à dificuldade de engravidar.

2. As chamadas minipílulas são fracas e, por isso, podem não funcionar.

Mito. As minipílulas são modernas e apresentam apenas progesterona, ao invés de progesterona e estrogênio. Isso nada interfere na sua eficácia. Elas são indicadas para quem não se incomoda em ingerir a medicação todos os dias e precisa suprimir a menstruação, é mais sensível aos demais métodos contraceptivos, entre outras situações.

3. A pílula pode perder o efeito com os anos, por isso a mulher deve trocá-la periodicamente.

Mito. Nenhuma pílula, devidamente registrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),a perde o efeito com o passar do tempo. O método anticoncepcional só deve ser substituído se houver orientação médica.

4. As mulheres costumam engravidar na troca de anticoncepcionais

Mito. A mulher que segue corretamente as orientações médicas para a troca não corre risco de engravidar. Os casos de fecundação acontecem porque a substituição é feita por conta própria ou não seguindo as orientações médicas.

5. Adesivos são tão eficazes quanto às pílulas anticoncepcionais.

Verdade. Os adesivos liberam, geralmente, progesterona e estrogênio na corrente sanguínea ao permanecerem colados na pele. O índice de falha é o mesmo que das pílulas orais: entre 0,2 e 0,9%, aproximadamente.

Porém, os adesivos não são os melhores métodos contraceptivos para mulheres que não gostam de ter algo visível colado sobre a pele ou que frequentam constantemente praias ou piscinas. Vale lembrar que o contato com o cloro ou o sal marinho pode facilitar que o emplastro desgrude.

6. O risco de engravidar com DIU ou SIU é menor do que com outros métodos contraceptivos

Verdade. O Dispositivo ou Sistema Intrauterino (DIU ou SIU) é um dos métodos contraceptivos mais eficazes. A taxa de falha do DIU/SIU é inferior à da pílula anticoncepcional, injeções ou mesmo laqueadura. Estima-se que uma em cada mil mulheres engravidam usando o dispositivo, o que equivale a 0,1%. Outros métodos costumam apresentar índice de falha entre 0,2 a até 8%.

7. O DIU ou o SIU podem provocar abortos espontâneos.

Mito. O DIU e o SIU não colocam em risco a fertilidade da mulher, nem aumentam o risco de abortamento. Esses métodos contraceptivos evitam a gravidez ao alterar o muco cervical, o que dificulta a movimentação dos espermatozoides, além de deixar o endométrio desfavorável à implantação do óvulo. Tais mecanismos impedem a fertilização — ou seja, o espermatozoide não chega a fecundar o óvulo, sobretudo nos SIU que sao os medicados.

8. Há muito casos de gravidez ectópica (fora do útero) em mulheres que utilizaram DIU ou SIU.

Mito. Ao contrário, o DIU e o SIU costumam reduzir o risco de uma gravidez extra uterina, quando comparado a casos em que não há uso de nenhum método contraceptivo. A gravidez ectópica, geralmente nas trompas, está mais relacionada a condições genéticas e hereditárias.

9. O coito interrompido é o método contraceptivo mais falho.

Verdade. O coito interrompido é a técnica em que o homem ejacula fora da vagina da mulher. Porém, o homem pode não ter total controle de sua ejaculação, além do líquido que antecede a ejaculação conter espermatozoides que podem fecundar a mulher. Nesse método, o índice de falha ultrapassa 20%.

10. A camisinha protege contra DST ou IST, mas não contra uma gravidez indesejada.

Mito. O preservativo (masculino ou feminino) oferece, praticamente, 90% de eficácia contra a gravidez indesejada. Isso, quando aprovado pelos órgãos de regulação, como o InMetro (Brasil),e usado corretamente.

A camisinha ainda é o único modo de se proteger das doenças ou infecções sexualmente transmissíveis (DST ou IST) como a aids, sífilis, hepatite, gonorreia, entre outras. Essas, sim, podem prejudicar tanto a fertilidade feminina como a masculina.

11. Pílula do dia seguinte pode ser usada “à vontade”.

Mito. A chamada “pílula do dia seguinte” deve ser utilizada, somente, quando houver alguma emergência ou imprevisto. É o caso, por exemplo, de a camisinha furar. Portanto, o medicamento não substitui ou sequer deve ser visto como uma alternativa aos demais métodos contraceptivos.

12. O consumo de álcool corta o efeito das pílulas anticoncepcionais.

Mito. A ingestão de bebidas alcoólicas não reduz o efeito das pílulas anticoncepcionais. Isso, excluindo casos em que a mulher vomite após a ingestão da pílula do dia seguinte.

13. O uso de antibióticos pode reduzir a eficácia dos contraceptivos orais.

Verdade, mas com ressalvas importantes. Hoje em dia, as pílulas anticoncepcionais têm uma concentração hormonal mínima, suficiente para manter sua eficácia e minimizar os efeitos colaterais — o que é ótimo.

Porém, isso faz com que qualquer alteração na sua concentração possa comprometer seu efeito. É o que pode ocorrer quando:

  • a combinação do antibiótico e do anticoncepcional acelera o metabolismo, levando o último a uma eliminação mais rápida do organismo;
  • o antibiótico diminui ou elimina as bactérias da microbiota intestinal, responsáveis por metabolizar o estrógeno da pílula, que deixa de ser absorvido em quantidade suficiente.

Ainda assim, o único medicamento que se têm comprovação sobre o efeito prejudicial ao anticoncepcional oral é um antibiótico usado no tratamento da tuberculose (arifampicina). Portanto, o melhor a se fazer em caso de dúvidas sobre associações medicamentosas é perguntar ao seu médico.

14. Posso escolher qualquer método contraceptivo, sem consultar meu ginecologista.

Mito. Apesar de as decisões ligadas à fertilidade da mulher serem exclusivamente dela, a orientação é imprescindível. Afinal, com tantas opções de métodos contraceptivos reversíveis (comportamentais, de barreira, dispositivos intrauterinos, pílulas hormonais e de emergência),compete ao ginecologista indicar a mais adequada. Isso é feito, inclusive, considerando o estilo de vida atual, as condições clínicas e o futuro planejamento gestacional.

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Publicado por: Equipe Fecondare

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