Publicado em 06/06/2025

Como aumentar a fertilidade masculina?

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Quando o assunto é a dificuldade para ter filhos, costuma-se pensar em problemas de saúde nas mulheres. Porém, não podemos deixar de lado a questão da fertilidade masculina.

Isso porque, em cerca de 40% dos casos de dificuldade para conceber, o problema tem origem no organismo do homem, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Então, vamos entender mais sobre o que gera a infertilidade masculina? Além disso, ficar por dentro dos tratamentos? Continue lendo e descubra.

O que leva à infertilidade masculina?

São várias as condições que podem prejudicar a capacidade de um homem de ter filhos. Confira abaixo quais são as principais.

Varicocele

Varicocele são varizes que aparecem no cordão espermático – estruturas que acompanham os testículos, da cavidade abdominal até a bolsa escrotal. Esses vasos sanguíneos anormais fazem com que a temperatura testicular aumente, o que pode afetar a produção dos espermatozoides.

É considerada a principal causa de infertilidade masculina. Ela é diagnosticada por exame físico, já que geralmente não causa nenhum sintoma. Felizmente, é possível ser tratada com cirurgia.

Processos infecciosos

Estamos falando de infecções diversas, como a inflamação dos testículos, que podem agir destruindo ou alterando as taxas dos espermatozoides ou obstruindo os canais deferentes (que transportam os gametas dos testículos até o exterior).

Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs),como clamídia, tricomoníase, ureaplasma e neisseria, que são contaminações que levam à infertilidade.

Nessas situações, é preciso tratar o foco infeccioso, de acordo com o microrganismo que o gerou, além de verificar possíveis sequelas.

Exposição a toxinas

São vários os medicamentos, drogas e outras substâncias que podem comprometer a produção dos espermatozoides. Como remédios, destacamos aqueles usados em quimioterapia e a radiação ionizante, além da finasterida, utilizada no combate à queda de cabelo.

Em relação às drogas, a maconha altera a capacidade de locomoção dos gametas e a cocaína, a sua produção. O álcool também compromete a qualidade do sêmen e o cigarro pode atrapalhar a ereção.

Já os anabolizantes, por dificultarem o funcionamento da hipófise, acabam por bloquear a produção de espermatozoides – em alguns casos, de forma definitiva.

Leia também: quer ter filhos? Evite esses hábitos prejudiciais para a fertilidade

Fatores genéticos na fertilidade masculina

Como fatores genéticos para a infertilidade, temos algumas anormalidades cromossômicas que são encontradas com frequência em pacientes com azoospermia (em que nenhum espermatozoide é detectado no sêmen ejaculado) ou oligozoospermia (em que a contagem de espermatozoides é inferior a 20 milhões por mililitro de sêmen).

Pesquisas conduzidas pelo médico dinamarquês Ojvind Lidegaard indicam que 10% a 15% dos pacientes azoospérmicos possuem alterações cromossômicas, como a síndrome de Klinenfelter e deleções no cromossomo Y. Em homens com oligozoospermia, as anormalidades atingem cerca de 3% a 8% (segundo estudos de H.U. Prauer conduzidos em Oxford).

Algumas destas alterações podem resultar em riscos para a gravidez ou para o bebê, quando a fertilização acontece. Por isso, cada caso deve ser analisado cuidadosamente por um especialista antes de qualquer indicação de tratamento.

Anticorpos contra os espermatozoides

Outro fator para a infertilidade masculina é a situação em que o sistema imunológico do próprio homem ou da parceira detecta que o espermatozoide é um corpo estranho, atacando-o e destruindo-o. Isso pode ser contornado pela injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

Alterações hormonais

Os níveis hormonais masculinos afetam diretamente a produção dos espermatozoides e devem ser avaliados sempre que houver alteração no espermograma.

Os principais hormônios são o FSH (Hormônio Folículo Estimulante),que estimula a produção dos espermatozoides, e o LH (Hormônio Luteinizante),que incita a produção de testosterona e, assim, preserva a libido e a ereção. Ambos podem ser repostos, porém com muito cuidado e acompanhamento médico para não agravar o quadro.

Obstrução dos ductos de transporte

Caracteriza-se pelo bloqueio ou inexistência dos ductos ejaculatórios, que levam os espermatozoides produzidos nos testículos ao esperma que será ejaculado – é o que acontece com o homem vasectomizado.

As causas da alteração envolvem um defeito congênito, infecção ou ferimento, além da própria vasectomia.

O quadro pode ser revertido por cirurgia ou pela retirada dos espermatozoides direto dos testículos para uma fertilização in vitro (FIV). Antes do procedimento, é recomendado verificar se o homem é portador do gene para fibrose cística, uma das causas da azoospermia e que pode levar a complicações de saúde no bebê.

Infertilidade idiopática

É quando a causa da infertilidade não pode ser diagnosticada – o homem simplesmente não consegue engravidar a mulher. Nestes casos, é indicada a reprodução assistida por inseminação ou FIV.

Cabe lembrar que a infertilidade não é um atestado definitivo de que o homem não pode ter filhos. Hoje, um diagnóstico profissional bem feito pode indicar um dos vários métodos que possibilitam a realização do sonho da paternidade.

Impotência e infertilidade masculina: qual a relação?

A impotência sexual, também conhecida como disfunção erétil, é caracterizada pela incapacidade de um homem de alcançar ou manter uma ereção firme o suficiente para a atividade sexual satisfatória.

É um problema que pode ter várias causas, incluindo fatores físicos e psicológicos. Doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, obesidade, tabagismo e estresse, por exemplo, são apenas alguns dos aspectos que podem contribuir para essa condição.

Por outro lado, a infertilidade masculina refere-se à incapacidade de um homem de engravidar uma parceira sexualmente ativa após um ano de relações sexuais regulares sem o uso de contraceptivos.

Embora impotência e infertilidade sejam condições distintas, elas podem estar interligadas em algumas situações, já que determinadas causas subjacentes da impotência, como doenças cardiovasculares e diabetes, também podem afetar negativamente a saúde reprodutiva do homem, reduzindo a qualidade e a quantidade de espermatozoides produzidos.

Contudo, é importante destacar que a impotência nem sempre está associada à infertilidade. Muitos pacientes com disfunção erétil têm a capacidade de produzir espermatozoides saudáveis e podem ser capazes de ter filhos, enquanto aqueles com infertilidade podem não ter problemas de ereção.

Nem sempre a disfunção erétil está associada à infertilidade masculina, mas ambas as situações precisam ser avaliadas por um especialista

Funções distintas: testosterona x espermatozoides

É importante ressaltar que os testículos produzem a testosterona, que é o hormônio ligado à potência sexual, e também geram os espermatozoides, esses sim relativos à fertilidade. São células diferentes para cada ação, o que faz com que uma coisa não dependa da outra.

A baixa produção do principal hormônio masculino pode desencadear uma série de alterações e sintomas na saúde do homem, como cansaço excessivo, desinteresse sexual, problemas de memória e mudanças de humor. O uso abusivo de substâncias como álcool, o tabagismo e a obesidade interferem na produção da testosterona.

Como mencionamos, a infertilidade masculina está ligada a fatores diversos. Portanto, em vista do que foi dito até aqui, é indiscutível que a educação sexual desempenha um papel fundamental na vida dos jovens, fornecendo informações precisas e confiáveis sobre a saúde sexual e reprodutiva.

Os pais são essenciais na transmissão de informações precisas e na promoção de uma atitude positiva em relação à saúde sexual. No entanto, reconhecemos que nem todas as famílias se sentem à vontade ou têm conhecimento suficiente para abordar esses assuntos de forma adequada. Inclusive, existem diversas questões por trás disso, como:

Cultura

Conforme vão crescendo, os homens são estimulados a demonstrarem sua potência. Aos poucos vão assimilando a ideia de que não podem falhar, que seu sucesso depende do desempenho em todas as áreas, principalmente na parte sexual.

Existem muitos casos de impotência sexual que são resultado apenas da falta de credibilidade que o homem tem a respeito de si. O medo de ser chamado de impotente faz com que tome atitudes desnecessárias, como o uso de medicamentos.

Receio das opiniões

Esse assunto costuma ser tratado apenas na intimidade dos casais. Porém, quando enfrentam dificuldade para engravidar, muitos homens temem que outras pessoas possam imaginar que ele seja impotente, e isso impacta a saúde mental.

A cobrança da sociedade para que os casais tenham filhos é muito grande e nos casos de infertilidade fatores como pressão e ansiedade atrapalham ainda mais a situação.

Como aumentar a fertilidade masculina?

Nos últimos anos, com a poluição ambiental, aumento da pressão de vida, mudanças no estilo de rotina e outros fatores, a qualidade do sêmen vem diminuindo. Por esse motivo, realizar o espermograma é fundamental.

Esse exame faz a análise da qualidade do sêmen, sendo um dos métodos importantes para avaliar a fertilidade masculina, além de ser a principal base experimental para o diagnóstico e tratamento da infertilidade. Tenha em mente que essa análise inclui avaliação do volume do sêmen, taxa de sobrevivência do esperma, motilidade, concentração (densidade) e morfologia.

Em uma pesquisa no Reino Unido, foram estudados aspectos modificáveis presentes no dia a dia do homem, como o hábito de fumar ou de usar roupas íntimas apertadas (shorts boxer),além de outros itens, como a idade e o grupo étnico, que não são passíveis de serem modificados, com o intuito de analisar a influência deles sobre a capacidade de fecundidade.

No estudo, a fertilidade foi medida por meio da análise da qualidade do líquido seminal, ou sêmen, ou esperma (expelido pelo homem durante a ejaculação). A característica do sêmen avaliada para esse fim foi a motilidade dos espermatozoides, ou seja, a capacidade de eles se movimentarem adequadamente.

Os pesquisadores queriam saber se essa habilidade sofria influência de alguns hábitos e de outras características. Dentre os fatores passíveis de modificação estudados, destacou-se o:

  • Índice de Massa Corporal (IMC): usado para classificar uma pessoa quanto ao seu peso;
  • uso de shorts boxer;
  • hábito de consumir álcool;
  • hábito de fumar;
  • consumo de drogas ilícitas;
  • trabalho manual.

Já as características imutáveis estudadas foram idade, grupo étnico, já ter engravidado alguém previamente, ter sofrido cirurgia nos testículos, ter feito exame de imagem na região pélvica, ter tido caxumba, idade da parceira e ter tido febre nos meses antecedentes à análise do esperma.

Dentre os aspectos modificáveis estudados, o que mais influenciou negativamente a qualidade do esperma foi o uso de roupa íntima apertada, assim como o trabalho manual. O IMC e o uso de drogas, lícitas ou ilícitas, teve menor influência.

A partir dessas informações, tem como aumentar a fertilidade masculina? Confira algumas dicas para ajudar nesse processo.

Mantenha um estilo de vida saudável

Usufruir de uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, praticar atividades físicas regulares e evitar hábitos prejudiciais, são essenciais em qualquer momento da vida para manter a saúde.

Ter uma rotina saudável pode fazer a diferença, além de ajudar a aumentar a fertilidade masculina.

Evite o uso de roupas apertadas

Usar roupas apertadas apresenta um impacto negativo na fertilidade masculina, uma vez que o aumento da temperatura da região genital pode afetar a produção de esperma.

Trate problemas de saúde subjacentes

Outra forma importante para aumentar a fertilidade masculina é tratar problemas de saúde subjacentes. Certas condições médicas, como diabetes e hipertensão arterial, podem afetar a capacidade do homem de ter filhos.

Portanto, é importante procurar tratamento médico para essas condições e trabalhar em estreita colaboração com um especialista em fertilidade para desenvolver um plano eficaz.

Mantenha o peso saudável

A obesidade pode interferir na fertilidade masculina. Homens com sobrepeso ou obesidade apresentam menor produção de esperma, assim como pior qualidade. Portanto, manter um peso saudável é essencial para aumentar a fertilidade masculina.

Quando suspeitar de infertilidade masculina?

Para que um casal saudável desconfie de infertilidade, deve ter feito tentativas durante um ano, sem contraceptivos e com prática sexual frequente.

Caso depois de 12 meses de tentativas a gravidez não ocorrer, o casal deve procurar uma clínica de saúde reprodutiva para investigar as causas.

Para tratar a infertilidade masculina, existem várias abordagens disponíveis, o médico pode sugerir  procedimentos como inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV).

Em alguns pacientes, pode ser necessário o uso de técnicas avançadas, como microcirurgia testicular ou aspiração de espermatozoides do epidídimo.

De modo geral, para aqueles que apresentam qualquer dificuldade de engravidar, é essencial buscar uma clínica de fertilização, assim como um médico especializado.

Caso você queira saber mais sobre esse assunto, venha conversar com a equipe de médicos especialistas da Fecondare. Conheça os cuidados que oferecemos e mande sua mensagem.

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Publicado por: Equipe Fecondare

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