A relação entre problemas nas tubas uterinas e infertilidade é bastante conhecida — afinal, a dificuldade para engravidar pode ser consequência de doenças que afetam essas estruturas. Quando presentes, elas tanto podem impedir o encontro dos espermatozoides com o óvulo como, se houver fecundação, levar à gravidez ectópica (implantação na tuba).
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Quais são as causas da infertilidade feminina?
Infertilidade é a dificuldade de um casal engravidar após um ano de tentativas, com a prática regular de relações sexuais sem uso de contraceptivos. As causas da infertilidade feminina, especificamente, incluem, entre outros fatores, distúrbios hormonais, metabólicos e mecânicos (malformações congênitas).
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Estima-se que as obstruções, as aderências e/ou outras alterações nas tubas uterinas possam atingir cerca de 30% das mulheres inférteis. Essas estruturas (antigamente chamadas de trompas de Falópio) conectam o útero e os ovários. Portanto, são responsáveis por recolher o óvulo, transportar os espermatozoides e fazer a descida do zigoto (óvulo fertilizado) para o útero.
Quando há anomalias que bloqueiam ou danificam as tubas uterinas, os espermatozoides, muitas vezes, não conseguem alcançar os óvulos. Em outros casos, a fecundação até ocorre, mas o zigoto não pode ser levado para o útero, onde deveria ser implantado.
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Qual é a relação entre problemas tubários e infertilidade?
As patologias tubárias provocadas por danos decorrentes da doença inflamatória pélvica (DIP) são as causas mais frequentemente associadas à dificuldade para engravidar. A DIP tem como etiologia a clamídia, uma infecção sexualmente transmissível (IST) que atinge as tubas e pode causar bloqueios devido à formação de tecido cicatricial.
Mas, ainda existem outras possíveis causas associadas aos danos tubários. É o caso, por exemplo, da endometriose e das aderencias pós-cirúrgicas (devido à cesariana, à miomectomia ou a outros procedimentos realizados na pelve, ou no abdômen inferior).
Qual é a taxa de incidencia da infertilidade tubária?
As taxas de incidência de dano tubário e, consequentemente, de infertilidade tubária após infecção pélvica são de, aproximadamente:
- 8% após um episódio;
- 12% após dois episódios;
- 40% após três ou mais episódios.
Como diagnosticar e tratar problemas nas tubas uterinas e infertilidade?
O exame para diagnóstico de alterações nas tubas uterinas tido como padrão-ouro é a laparoscopia. Outra possibilidade, com custos mais baixos e boa acurácia, é a histerossalpingografia.
A indicação terapêutica se baseia na gravidade da patologia tubária. Ao mesmo tempo, fatores como idade, reserva ovariana, fertilidade prévia e outros aspectos também são analisados pelo médico responsável, sobretudo o espermograma.
Em geral, o tratamento cirúrgico representa a melhor abordagem para pacientes com qualquer tipo de problema nesta região. Assim, a cirurgia de reconstrução tubária (ou recanalização) é considerada como a primeira opção terapêutica em casos de infertilidade causada por laqueadura tubaria previa. Nos casos de sequelas inflamatorias realiza-se a salpingoplastia.
Como são as taxas de gravidez pós-tratamento cirúrgico?
As taxas de gravidez natural após a cirurgia de reconstrução tubária são elevadas. Mas, os melhores resultados ocorrem nas recanalizações pós-laqueadura, em mulheres abaixo dos 35 anos e com boa reserva ovariana.
As taxas de sucesso com ajuda dos tratamentos de reprodução humana assistida também são boas. Mas, vale reforçar que a restauração da fertilidade é um processo e, como tal, passa por várias etapas antes de chegar ao laboratório de reprodução assistida.
“Sempre que possível, deve-se melhorar a fertilidade por meio de técnicas menos complexas. No caso das patologias tubárias, indica-se corrigir a anomalia por meio de videolaparoscopia ou cirurgia robótica”, explica o ginecologista Dr. Jean Maillard, da Clínica Fecondare, localizada em Florianópolis, SC.
Quando a FIV pode ser necessária?
A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução humana assistida considerada de alta complexidade. Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA),ela é indicada para casos de problemas nas tubas uterinas ocasionados por:
- sequelas de endometriose;
- dilatações tubárias;
- hidrossalpinges seguida de cirurgia para remoção da tuba;
- sequelas de doenças infecciosas.
Esperamos ter esclarecido a relação entre as tubas uterinas e infertilidade. Contudo, se ainda houver alguma dúvida sobre o assunto, sinta-se à vontade para entrar em contato com a nossa equipe.
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