A inflamação no útero é um problema que pode estar relacionado a diversos fatores e merece atenção e cuidado imediato. Dessa forma, possíveis complicações, como a infertilidade, podem ser evitadas.
Neste artigo, mostramos as principais causas e sintomas da inflamação no útero. Veja, também, qual é a melhor forma de as diagnosticar e tratar!
Inflamação no útero: o que pode ser?
A inflamação no útero é, basicamente, uma irritação dos tecidos uterinos. Embora alguns sintomas de inflamação no útero se manifestem, muitas vezes, ela pode ser assintomática. Isso, justamente, é o que tende a desencadear complicações, aumentando a gravidade da situação.
O processo inflamatório pode ter origem tanto no colo do útero, instalado no fundo da vagina, ou mesmo na região interna do órgão, no endométrio. Para confirmar o diagnóstico e a causa da inflamação, o ginecologista fará a solicitação de alguns exames, após análise clínica.
A colposcopia é um exame que investiga a fundo a presença de inflamação no colo do útero. Para realizá-la, o ginecologista coleta uma amostra de material e a envia para a análise laboratorial.
Quais são as causas da inflamação no útero?
Como mencionado, a inflamação no útero é um problema que possui diversos fatores desencadeantes. A seguir, conheça as principais causas, bem como seus possíveis sintomas e respectivos tratamentos.
Inflamação no útero relacionada à Doença Inflamatória Pélvica
A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção dos órgãos reprodutores femininos, formados pelo útero, tubas uterinas e ovários. Geralmente, ela é causada por bactérias da vagina, principalmente, as adquiridas por contato sexual com um parceiro contaminado por alguma infecção sexualmente transmissível (IST). É o caso, por exemplo, da gonorreia e da clamídia.
Assim, a infecção provocada por essas bactérias se dissemina da vagina para o colo do útero, provocando a inflamação. Quando o processo inflamatório se espalha, ocorre a doença inflamatória pélvica.
Outra possível causa para a DIP é a vaginose bacteriana. Nesse caso, as bactérias residem na vagina, mas podem se espalhar para outros órgãos.
Outros fatores de infecção e desenvolvimento da doença inflamatória pélvica se dá quando a mulher:
- passou pelo parto normal;
- sofreu um aborto e realiza um procedimento médico, como a curetagem;
- realizou alguma cirurgia ginecológica.
Em todos esses casos, as bactérias localizadas na região da vagina também podem acabar migrando para o útero. Uma vez no órgão, desencadeiam a inflamação.
Para tratar a DIP, o ideal é a utilização de antibióticos e, dependendo do caso, fazer a drenagem do abscesso. Embora na maioria dos casos o tratamento possa ser feito em casa, em caso de agravamento, a mulher deve ser hospitalizada e acompanhada de perto.
Inflamação no útero relacionada à endometriose
A endometriose é uma inflamação crônica provocada pelas células do endométrio (mucosa que reveste a parede interna do útero). Ela ocorre quando algumas dessas células, em vez de serem expelidas pela menstruação, acabam indo para as tubas uterinas, ovários ou outro local na cavidade abdominal.
O problema pode ser assintomático ou manifestar sintomas conhecidos, como fortes cólicas menstruais, dispareunia (dor durante as relações sexuais) e infertilidade. O diagnóstico parte da análise dos sintomas descritos e do exame físico, sendo confirmado pela ultrassonografia transvaginal e, em certos casos, outros exames
O tratamento de endometriose depende do quadro de cada paciente, do seu desejo, ou não, de engravidar e de outros aspectos. Geralmente, recomenda-se:
- fazer algumas melhorias na alimentação;
- o uso de medicamentos (análogos do GnRH) para provocar um estado de anovulação;
- e/ou a abordagem cirúrgica (por videolaparoscopia).
O tratamento deve começar assim que confirmado o diagnóstico da doença. Isso porque, além de preservar a fertilidade, ele melhora, consideravelmente, a qualidade de vida da paciente.
Inflamação no útero relacionada a reações alérgicas
A inflamação no útero também pode surgir em decorrência de reações alérgicas ao preservativo ou ao uso do dispositivo intrauterino (DIU). Em qualquer caso, ao notar desconforto ou qualquer tipo de reação, procure ajuda médica urgente.
Inflamação no útero relacionada à higiene íntima
Tanto a falta como o excesso de higiene na região íntima feminina são prejudiciais. Por mais que a limpeza dessa parte do corpo seja fundamental, é necessário realizá-la da forma correta — inclusive, para evitar uma inflamação no útero.
A melhor forma de higienizar a vagina é com água e sabão neutro, diariamente. Isso é suficiente, pois o órgão já possui um mecanismo natural de auto-limpeza.
Por outro lado, o uso inadequado de alguns sabonetes íntimos e produtos perfumados pode desregular o pH da vagina. Isso, por sua vez, aumenta as chances de excluir as bactérias benéficas para a região, deixando a mulher mais suscetível à vaginite.
Vale reforçar que cada mulher possui um cheiro característico de sua vagina e isso é natural. No entanto, se o odor for intenso e incômodo, consulte um ginecologista para conversar a respeito e investigar se há alguma infecção.
Quais são os principais sintomas de inflamação no útero?
Embora os sintomas de inflamação no útero variem conforme as causas — isso, quando a doença não é silenciosa —, alguns deles são bastante comuns. Fique atenta aos sinais do seu corpo e busque a avaliação de um ginecologista em caso de:
- desconforto ao praticar relações sexuais;
- sangramento após ter tido relação sexual;
- sangramento fora do período menstrual;
- dor ao urinar;
- dor e sensação de inchaço na parte inferior da barriga;
- corrimento com mau cheiro, de cor cinza, marrom ou amarelada.
Portanto, se notar a presença de algum desses sintomas, procure atendimento médico com urgência. Porém, isso não significa que você deva ir ao ginecologista apenas se surgir algum problema. Independentemente de sinais, deve-se manter a frequência às consultas ginecológicas de rotina.
Como prevenir a inflamação no útero?
Para prevenir a inflamação no útero relacionada à endometriose, à DIP ou a qualquer outro fator, deve-se fazer os check-ups médicos regulares. Aliás, essa medida é necessária, também, para prevenir ou evitar o agravamento de outras doenças, tanto do aparelho reprodutor como do organismo como um todo.
Para concluir, quando se trata de inflamação no útero, apenas um bom ginecologista, baseando-se em uma investigação individualizada, pode indicar o diagnóstico correto. A partir de então, tem início o tratamento das causas e, com isso, a prevenção de um futuro quadro de infertilidade. Mas atenção: não esqueça que, quanto antes o tratamento for iniciado, maiores são as chances de evitar complicações. E que, mesmo caso a paciente fique infértil, ainda há esperança, pois as técnicas de reprodução assistida podem ajudar!
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