Admitir a própria infertilidade não é nada fácil. Ainda mais complicado, é reconhecer que se necessita da doação de óvulos para poder engravidar. Mas, quando as prioridades — como o desejo de constituir uma família — são colocadas à frente, alguns aspectos envolvidos na realização desse sonho acabam se tornando irrelevantes e todo o sacrifício vale a pena!
É sobre isso que tratamos neste artigo. Para entender quando a ovodoação é indicada e como se dá o processo, continue a leitura!
Quando é necessário recorrer à doação de óvulos?
Mulheres com problemas de fertilidade podem contar com a ajuda das técnicas de reprodução assistida para conseguir engravidar, como a fertilização in vitro (FIV). No entanto, para viabilizar o processo, algumas vezes, é preciso recorrer à doação de óvulos.
As razões para o envolvimento de uma terceira pessoa na geração de um filho são várias. Por exemplo:
- sofrer com insuficiência ovariana primária (falência ovariana precoce, popularmente conhecida como menopausa precoce);
- possuir óvulos de má qualidade;
- ter passado por diversos abortos espontâneos;
- ter histórico de tratamentos de reprodução feitos com os próprios óvulos e que foram malsucedidos;
- desejar evitar a perpetuação de certas doenças genéticas; entre muitas outras.
Quais são as questões envolvidas na escolha da doadora?
Há muitas questões envolvidas no processo de seleção da mulher que irá fornecer o seu material genético. A preferência, normalmente, se dá por mulheres mais jovens e com fertilidade comprovada, ou seja, que já tenham filhos.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou, recentemente, as regras para as técnicas de reprodução assistida realizadas no Brasil. Em relação à doação de óvulos, a Resolução CFM Nº 2.294/2021 determina que:
- o processo não pode ter caráter comercial ou lucrativo;
- a doadora deve ter até 37 anos de idade, no momento da coleta, sendo que exceções a esse limite podem ser aceitas em caso de doação de óvulos criopreservados;
- é permitida a ovodoação entre parentes de até quarto grau de um dos receptores (como mães, avós, irmãs, tias, sobrinhas e primas),desde que não incorra em consanguinidade;
- doadora e receptora não devem conhecer as identidades uma da outra, com exceção da doação de óvulos entre parentes;
- caso recorra a um banco de gametas (no Brasil, as clínicas de fertilização possuem seus próprios “bancos”),a escolha da doadora é de responsabilidade médica, sendo guiada pela maior semelhança fenotípica com a receptora.
Como o procedimento de ovodoação é realizado?
Antes da doação ser efetivada, é necessário haver um preparo, tanto por parte da doadora quanto da receptora. Na prática, ambas precisam estar com seus ciclos menstruais regulados e sincronizados.
O objetivo é potencializar todo o processo e tentar aumentar as chances de gravidez. Isso é feito por meio da estimulação ovariana, ou seja, da indução da ovulação com estímulo de hormônios, acompanhada por exames de imagem (ecografias seriadas).
Essa fase dura de 10 a 12 dias. Só então chega a hora da coleta dos ovócitos dentro dos folículos ovarianos. Para isso, realiza-se uma punção (aspiração com o uso de uma agulha fina, guiada por ultrassom transvaginal). Em seguida, os óvulos coletados são analisados no laboratório e, caso estejam realmente aptos, podem ser usados no tratamento de reprodução.
Vale destacar que a aspiração é um procedimento rápido e indolor. Ela leva de 15 a 30 minutos e é feita com a paciente sedada, sob supervisão de um médico anestesista.
Quais são as taxas de sucesso esperadas?
Na ovodoação, o mais importante é a “idade do óvulo” e não do útero. No caso da FIV, em receptoras cujas doadoras têm menos de 35 anos, as chances de engravidar são de até 50% por transferência embrionária.
Assim, apesar da complexidade da doação de óvulos e do tratamento de reprodução assistida em si, ao final do processo, as taxas de sucesso são bem altas. No fim das contas, é isso que motiva as mulheres a passarem por tudo isso!
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