Publicado em 20/12/2020

Qual é a taxa de hormônio ideal para engravidar?

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Para mulheres que estão tentando engravidar, siglas como FSH são bem conhecidas. Afinal, esse é um dos hormônios considerados essenciais para a fertilidade feminina. Checar seus níveis, por meio de exames simples, permite descobrir se a paciente está com a taxa de hormônio ideal para engravidar ou se precisa de algum tratamento.

Neste artigo, abordamos tudo sobre os hormônios envolvidos na concepção. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!

Quais são os hormônios mais importantes para engravidar?

Nas mulheres, o hormônio folículo estimulante, conhecido como FSH, e os estrogênios são essenciais para engravidar. Funciona assim: durante os primeiros 15 dias do ciclo menstrual, o FSH, liberado pela glândula hipófise, prepara os folículos ovarianos para a fecundação, estimulando-os a produzir estrogênios.

Os estrogênios, por sua vez, são os hormônios responsáveis por amadurecer apenas um óvulo por mês. Quando a ovulação começa, a partir do 15º dia do ciclo, a hipófise aumenta a liberação de hormônio luteinizante (LH), o qual após promover a saída do óvulo, estimula os ovários a produzirem progesterona.

Quando há fecundação, a progesterona assegura a passagem do embrião pela trompa, para que ele possa ser implantado no útero e dar continuidade à gestação. Mas se não houver fecundação, o endométrio descama e a menstruação desce.

Já o hormônio mais importante para a fertilidade masculina é a testosterona. Ela é fundamental para a produção e amadurecimento dos espermatozoides.⁶

Assim como nas mulheres, tudo começa na hipófise. Estimulada pelo hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH),a glândula produz FSH e LH, que estimulam a produção da testosterona.

Existe uma taxa de hormônio ideal para engravidar?

A taxa de hormônio ideal para engravidar é a taxa normal, nem abaixo e nem acima dela. A dosagem de FSH é um bom indicativo. Caso esteja normal, a pessoa tem mais chances de engravidar.

Sendo assim, para os homens, o nível de FSH considerado normal varia de 0,7 a 10 mUI/ML. Para as mulheres, os valores de FSH considerados normais são:

  • na fase folicular, que vai do primeiro ao 12º dia do ciclo menstrual, entre 2,8 até 12 mUI/ML;
  • na fase de pico ovulatório, por volta do 14º dia do ciclo menstrual, entre 12 e 25 mUI/ML;
  • na fase lútea, que vai do 16º dia até a próxima menstruação, deve ir de 1,2 a 12 mUI/ML.

Quais exames analisam a capacidade reprodutiva?

Diversos exames ajudam os médicos a avaliar a capacidade reprodutiva. A técnica mais usada para avaliar a reserva ovariana, como já mencionado, é a dosagem de FSH. Outro exame de sangue com a mesma proposta é o hormônio anti-mulleriano (AMH).

AMH foi desenvolvido para ser mais preciso, atendendo à tendência global de postergar a maternidade. Porém, assim como a dosagem de FSH, o AMH também não é capaz de aferir, com precisão, as reais chances de concepção — seja espontânea ou por meio de técnicas de reprodução assistida.

Existe, ainda, a contagem de folículos antrais (CFA), com uso de ultrassonografia. Nesse exame, também realizado para avaliar a função ovariana, somam-se todos os folículos, entre 2 mm e 10 mm, dos dois ovários.

Além desses, os médicos também solicitam exames de dosagem de estrogênio, LH, progesterona, prolactina e testosterona.

É possível precisar a chegada da menopausa?

Nenhum marcador de avaliação de reserva ovariana é capaz de determinar a chegada da menopausa. Na realidade, eles sequer podem precisar o declínio da fertilidade, visto que os resultados indicam o estado de funcionamento momentâneo do ovário.

Fato é que o futuro reprodutivo, a médio e longo prazo, não pode ser previsto. Assim, taxas de reserva ovariana reduzidas não determinam a incapacidade de engravidar, assim como taxas normais não garantem o sucesso da concepção.

Por outro lado, os marcadores de reserva ovariana são úteis para pacientes inférteis em tratamentos de reprodução assistida. Isso porque, testes de reserva ovariana alterados são um fator de risco importante para a pouca resposta a esses tratamentos.

Os resultados dos testes determinam a capacidade reprodutiva?

É importante ficar claro que, nem os exames relacionados à produção dos hormônios ovarianos (estradiol e inibinas) e nem sua ação sobre o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano (FSH  e LH) são capazes de verificar a capacidade reprodutiva dos gametas. Por isso, os resultados não podem ser usados como parâmetro de inferência acerca da capacidade reprodutiva futura.

Dessa forma, os testes de reserva ovariana não devem ser utilizados como critérios definidores de tratamentos — nem mesmo em pacientes inférteis. O resultado serve apenas para nortear os protocolos e sugerir, de forma limitada, os possíveis prognósticos.

Como melhorar suas taxas hormonais?

Os altos índices de FSH têm inúmeras causas. Além da idade, uma das possíveis explicações é a síndrome dos ovários policísticos (SOP), assim como problemas com a tireoide. Para melhorar o quadro, é preciso buscar ajuda médica especializada, investigar a causa e seguir o tratamento indicado.

Ao mesmo tempo, deve-se controlar os demais fatores de risco. Pode-se citar como corresponsáveis pela alta de FSH a obesidade e o tabagismo.

Por isso, abandone os maus hábitos e adote um estilo de vida saudável, regido pela tríade dieta-exercícios-sono. Esse é um pré-requisito muito importante para quem deseja manter a taxa de hormônio ideal para engravidar. Reduzindo os fatores de risco, muitas vezes, um pequeno ajuste hormonal pode ser suficiente para conseguir realizar o sonho de ter um bebê!

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Publicado por: Dr. Ricardo Nascimento - Ginecologista - CRM-SC 3198 e RQE 2109
Formado em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1981. Residência Médica na Maternidade Carmela Dutra- Secretaria Estadual de Saúde-SC, Especialização em Reprodução Humana na Universidade Federal do Paraná.

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