Para ser fértil, um homem deve ter um bom funcionamento não somente dos testículos, onde são produzidos os espermatozoides, mas também de outras estruturas e glândulas envolvidas no processo, como o hipotálamo e a glândula pituitária. Por isso, há diferentes causas para a infertilidade masculina.
A avaliação da infertilidade masculina deve apontar para uma causa de base, que deve guiar o melhor tratamento. Nessa avaliação é importante que seja detalhado o histórico de eventos que tenham acometido a saúde do paciente. Deve ser perguntado sobre o seu desenvolvimento durante a infância e a puberdade, seu histórico sexual, as doenças, as infecções, as cirurgias, os medicamentos, sua possível exposição a certos agentes, como álcool, radiações, esteroides, quimioterapia e se há teste de fertilidade prévio. O exame físico geralmente inclui avaliação do peso e da altura, da distribuição de músculo e gordura pelo corpo, a inspeção da pele e dos pelos, além de um exame visual da genitália.
Deve ser dada uma atenção especial a sintomas que indicam deficiência de testosterona (hormônio diretamente responsável pela função sexual e fertilidade),como perda de pelos na face e no corpo e a diminuição do tamanho dos testículos.
Também podem afetar a fertilidade:
– Varicocele, que são varizes nas veias da região escrotal.
– Ausência dos canais deferentes (que conduzem os espermatozoides até a uretra, de onde são ejaculados) ou engrossamento do epidídimo, que é um ducto que coleta e armazena os espermatozoides.
Para melhor avaliação da causa da infertilidade, podem ser solicitados alguns exames complementares, entre os quais:
– A análise do sêmen (contagem de espermatozoides) que é a parte central da avaliação da infertilidade masculina. Esta análise fornece informações sobre a quantidade de sêmen, a mobilidade e o formato dos espermatozoides.
– Exames de sangue, que fornecem informação sobre os hormônios que desempenham papel na fertilidade masculina. Se a concentração do esperma está baixa ou o médico suspeita de um problema hormonal, ele deve solicitar exames de sangue para dosar o nível de testoterona total, do hormônio luteinizante (LH),hormônio folículo estimulante (FSH) e prolactina, que é o hormônio produzido pela glândula pituitária.
Outros testes também podem ser feitos, caso esses mais rotineiros não consigam detectar a causa da infertilidade.
Caso suspeite-se de um bloqueio no trato reprodutivo (do epidídimo ou dos canais deferentes) uma ultrassonografia pode ser solicitada. Se a suspeita recai sobre ejaculação retrógrada, uma amostra de urina pós-ejaculação é necessária. Ainda pode-se lançar mão da biópsia testicular para os casos em que não há nenhum espermatozoide no sêmen analisado.
Como vemos, existem várias causas para a infertilidade masculina, cujo diagnóstico e tratamento exigem uma série de etapas que só podem ser bem conduzidas por uma equipe de profissionais diversificados e especializados.