A infertilidade masculina é um problema que também está relacionado às alterações no líquido seminal. Entre uma das causas é possível citar as infecções genitais, que podem ser causadas, por exemplo, pelo HPV. Mas qual será a relação da qualidade do sêmen com essa e outras doenças?
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Quais doenças podem causar infertilidade masculina?
De caráter quase sempre assintomático, as infecções seminais podem prejudicar os parâmetros do sêmen, por meio de bactérias desencadeadoras da sífilis, gonorreia e clamídia.
Quando nos referimos à infecções virais, sabemos que o HPV (papiloma vírus humano) pode acabar interferindo na qualidade do sêmen, o que pode prejudicar técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), além de aumentar os riscos de aborto.
Da mesma forma, o câncer testicular apresenta maior susceptibilidade do paciente de se contaminar pelo papilomavírus humano, o que consequentemente, também aumenta as chances de infertilidade masculina.
No artigo, explicamos de que maneira acontece essa alteração no sêmen e a consequente infertilidade masculina. Também esclarecemos como é possível estar mais atento a tais problemas, além de salientar a importância de procurar uma clínica de reprodução especializada, quando for acometido pelo problema.
HPV e infertilidade masculina
A incidência de HPVtem aumentado de forma significativa, causando uma enorme preocupação para a população. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o HPV atinge cerca de quase 700 mil pessoas no Brasil, atualmente.
O vírus é transmitido sexualmente, podendo levar ao câncer tanto em homens, quanto em mulheres. Assim sendo, o HPV pode ser dividido em dois grupos: o de doenças malignas e o de verrugas genitais.
Por exemplo, no sexo feminino, o HPV pode desencadear o câncer de colo de útero, além de verrugas na vagina e sintomas incômodos como corrimento, coceira e prurido. Enquanto isso, o HPV nos homens pode desencadear o câncer de pênis, o câncer anal e verrugas genitais.
Além disso, o HPV está relacionado à infertilidade masculina e seus desdobramentos. Mas por qual motivo isso acontece?
Qual a relação do HPV com a infertilidade masculina?
A presença de infecção seminal pelo vírus HPV afeta não somente homens que apresentam verrugas genitais como também em homens assintomáticos, mas com esposas sabidamente portadoras de HPV.
Dessa forma, concluiu-se que na grande maioria dos casos, a presença do vírus HPV no espermatozóide é identificada na zona equatorial da superfície referente a cabeça do espermatozóide, embora a presença dentro do núcleo ainda seja incerta.
Assim sendo, os principais efeitos da infecção pelo vírus HPV ocorrem na motilidade dos espermatozóides. Isso acaba resultando na redução da velocidade e na redução de amplitude lateral do batimento ciliar.
Por isso, a infecção seminal pelo HPV pode também comprometer a fertilidade do casal, já que as células espermáticas transportam os vírus e promovem a dispersão e penetração dos mesmos na mucosa do aparelho genital feminino.
Papilomavírus humano e a infertilidade masculina
Os papilomavírus humanos (HPVs) são os agentes mais comuns de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Também podem levar ao aparecimento de verrugas genitais e câncer, tanto em homens como em mulheres, conforme citamos anteriormente.
Dessa forma, uma alta incidência de infecção pelo HPV tem sido verificada no esperma de homens inférteis e sexualmente ativos, sejam eles predispostos ou não em relação aos fatores de risco para esse tipo de infecção. Isso sugere que o HPV pode desempenhar um importante papel na infertilidade masculina.
A presença do vírus HPV no sêmen
Quando o HPV está presente no sêmen, apenas uma porcentagem do total de células será infectada. Além disso, o vírus pode estar localizado tanto no esperma como nas células esfoliadas, o que pode causar diferentes impactos na mobilidade dos espermatozóides.
Outro indicativo é que os espermatozóides com HPV são capazes de penetrar no gameta feminino, ou seja, ao originar um embrião, o genoma do HPV poderá desenvolver a presença do vírus. Assim sendo, na sequência da formação do embrião, o gameta feminino fertilizado passará a transcrever os genes do HPV.
Por isso, é tão fundamental conscientizar sobre a infecção do papilomavírus nos homens, além de naturalmente já ser prevenida pelas mulheres. Assim, é possível diminuir as taxas de infertilidade e o aborto precoce, quando dizem respeito à essa infecção.
Outro fato observado é que, quando o HPV se faz presente no sêmen, as taxas de sucesso com as técnicas reprodutivas são menores. Entretanto, o tratamento para apenas retirar o órgão acometido, sem outra terapia, está associado a uma melhora dos parâmetros do sêmen.
Isso poderia ser explicado como se o organismo do homem tentasse compensar a presença de apenas um testículo.
Câncer e a infertilidade masculina
Embora seja uma doença rara, o câncer de testículo vem se tornando cada vez mais frequente. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de testículo corresponde a 5% do total de câncer entre os homens. O instituto também indica que apesar de não ser muito frequente a incidência desse tipo de câncer, a maior parcela do sexo masculino que o apresenta, estão em idade reprodutiva, entre os 15 e 50 anos.
A história familiar positiva, ou seja, quando um parente próximo é acometido pela doença, é um dos fatores significativos para o surgimento do câncer de testículo. Por isso, é fundamental o cuidado, com visitas regulares ao urologista, para um diagnóstico eficiente para o tratamento.
Sobre o câncer de testículo, um dos levantamentos que vem sendo avaliado nos últimos anos é a associação dessa doença com a infecção pelo HPV e, consequentemente, com a infertilidade masculina.
O câncer de testículo e a infertilidade masculina: qual a relação?
Aparentemente, homens com câncer testicular estão mais suscetíveis à infecção pelo HPV, o mesmo vírus causador do câncer de colo do útero nas mulheres, assim como o câncer de vagina e o câncer de pênis.
A propensão da infecção pelo vírus se dá pelas modificações que ocorrem no sistema imunológico do homem, após o surgimento do câncer ou mesmo em decorrência do seu tratamento. Lembrando que o tratamento do tumor consiste na radioterapia ou quimioterapia, mas, às vezes, também se faz necessária a retirada do testículo acometido pela doença.
A análise do sêmen de homens que haviam sido diagnosticados com câncer testicular demonstra uma diminuição na movimentação das suas células reprodutivas, o que poderia afetar a fertilidade daqueles pacientes.
Assim sendo, após o tratamento do câncer, nota-se uma redução ainda maior nessa movimentação, em relação a concentração e a contagem total dos espermatozoides. Portanto, se os parâmetros do sêmen se alteram, isso implica na capacidade reprodutiva do homem.
Infertilidade masculina não impede homens de ter filhos
É importante ressaltar que problemas de fertilidade não impedem o homem de reproduzir.
Isso porque é possível que esses pacientes, após tratada a doença, recorram à técnicas de reprodução assistida para ter filhos. Para o sucesso da reprodução assistida é necessário examinar as condições do sêmen e a saúde do esperma.
Testando o esperma
Recomenda-se, portanto, que quando o homem decide por uma técnica de reprodução assistida, o esperma seja testado anteriormente, com o intuito de detectar a infecção pelo HPV. Isso deve ser feito em todo homem com histórico de câncer testicular, principalmente se o indivíduo tiver sido submetido à quimioterapia.
Esse cuidado é muito importante de ser realizado previamente, já que ambas as condições citadas favorecem ainfertilidade masculina e a impossibilidade de gerar uma gravidez bem sucedida.
A importância de escolher uma clínica de reprodução especializada
Assim sendo, o médico especialista em reprodução assistida deve conhecer toda a história de saúde do casal, já que são muitos os fatores que podem influenciar no sucesso do tratamento.
Após uma análise detalhada, o especialista em medicina reprodutiva que estiver acompanhando o casal poderá identificar quais os caminhos possíveis para promover a saúde dos pacientes e sugerir os tratamentos mais adequados para uma gestação bem sucedida.
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