Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o consumo nocivo do álcool é um fator causal para mais de 200 doenças e lesões. Neste artigo, o foco está na relação entre o álcool e a fertilidade masculina. Para saber quando seu consumo prejudica a capacidade reprodutiva, bem como de que maneira os respectivos danos podem ser mensurados, continue a leitura!
Como o álcool impacta a saúde?
O álcool é uma substância psicoativa com propriedades que causam dependência. Portanto, não existem níveis seguros para seu consumo. A tolerância varia de pessoa para pessoa e deve ser discutida com um médico de confiança.
Para a maioria dos indivíduos saudáveis, o que se sabe é que o consumo baixo e esporádico não impacta a capacidade reprodutiva. Já o uso nocivo do álcool é prejudicial, sendo determinado pelos seguintes fatores:
- volume ingerido;
- padrões de consumo;
- qualidade da bebida.
Além disso, existem diferenças de gênero relacionadas ao impacto do álcool. O organismo das mulheres é ainda mais suscetível ao consumo, sendo que, na gravidez, seu uso é absolutamente contraindicado. Isso porque, além de aumentar o risco de parto prematuro, a ingesta pode provocar síndrome alcoólica fetal (uma série de anormalidades físicas e cognitivas). Portanto, independentemente do sexo, pessoas que planejam ter filhos biológicos devem evitar o consumo de álcool.
Qual é a relação entre álcool e fertilidade masculina?
Por muito tempo, os potenciais efeitos negativos das bebidas alcoólicas foram controversos. Atualmente, sabe-se que, a longo prazo, o consumo de álcool prejudica a quantidade, a qualidade e a motilidade dos espermatozoides, assim como diminui os níveis de testosterona. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA),tudo isso reduz as chances de gravidez espontânea.
A OMS determina como uma dose de bebida alcoólica 10 a 12g de álcool puro. Essa quantidade equivale a uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado.
Nos homens, o consumo de 30g de álcool já é considerado um fator de risco para a infertilidade. Assim, os casais devem evitar ou, pelo menos, reduzir ao mínimo a ingesta de bebidas alcoólicas de 3 a 6 meses antes de começarem tentar engravidar.
O mesmo cuidado vale para aqueles que pretendem iniciar um processo de reprodução assistida. Afinal, o consumo excessivo de álcool também diminui as taxas de sucesso nos tratamentos.
Vale destacar, também, que o consumo crônico de álcool afeta mais a fertilidade do que o consumo agudo. Ou seja, usuários moderados e diários de álcool têm mais chances de terem problemas para engravidar as parceiras do que bebedores ocasionais.
Quais exames permitem checar a fertilidade masculina?
As causas da infertilidade masculina são diversas. Para diagnosticá-las, além da anamnese e do exame físico e visual, os especialistas em reprodução podem solicitar exames complementares. Conheça alguns deles a seguir.
Espermograma
O espermograma é o principal exame para checar a fertilidade masculina. Ele não apenas permite fazer a contagem de espermatozoides como possibilita a análise das características do sêmen.
Exames de sangue
Os exames de sangue permitem avaliar as taxas hormonais do paciente, tais como testosterona total, hormônio luteinizante (LH),hormônio folículo estimulante (FSH) e prolactina. Sempre que os níveis de esperma estão baixos, os especialistas suspeitam de problemas relacionados aos hormônios.
Pesquisa de HPV no sêmen
O HPV prejudica a motilidade dos gametas masculinos, sendo relacionado a diversos casos de infertilidade. Além disso, a infecção não tratada pode levar ao comprometimento do DNA do espermatozoide (o que aumenta o risco de abortos).
Ultrassonografia
A ultrassonografia é solicitada quando existe alguma suspeita de bloqueio no aparelho reprodutivo masculino. Quando confirmada, o problema costuma estar no epidídimo ou nos canais deferentes.
Exame de urina
A amostra de urina (colhida logo após a ejaculação) pode confirmar a suspeita de ejaculação retrógrada. Isso acontece quando o sêmen, em vez de ser ejaculado, acaba indo para a bexiga.
Biópsia testicular
A biópsia testicular serve para detectar a azooespermia (condição na qual o sêmen do paciente não contém espermatozoides). O exame é feito por meio da retirada de uma pequena amostra de tecido dos testículos.
Para concluir, álcool e fertilidade masculina são uma combinação arriscada. Se você e sua parceira pretendem engravidar em breve, o melhor conselho é evitá-lo. Mas caso já tenham suspendido o consumo de bebidas alcoólicas e de outros hábitos prejudiciais à saúde (como tabagismo, má alimentação, sedentarismo etc) e, ainda assim, não chegaram a tão desejada gravidez, procurem ajuda especializada.
Se você quer investigar o que pode estar lhes impedindo de se tornarem pais, o primeiro passo é fazer uma avaliação individualizada. Sendo assim, aproveite e agende sua consulta!