Publicado em 25/05/2025

Álcool e fertilidade masculina: quais são os impactos?

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Nos mais diversos materiais existentes sobre dicas de saúde, você sempre verá a recomendação de evitar o consumo excessivo ou até mesmo eliminar as bebidas alcoólicas da rotina. Porém, já refletiu sobre a relação entre álcool e fertilidade masculina?

Afinal, está claro que os impactos da substância no organismo não são bons. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),o álcool está relacionado a mais de 200 doenças e lesões.

No âmbito da fertilidade, também há prejuízos. Um estudo publicado na revista científica Andrology mostrou que as bebidas alcoólicas podem afetar os espermatozoides até um mês depois de serem consumidas. Assim, é recomendado aos homens evitar o álcool em excesso, pelo menos, três meses antes de tentar ter um filho, a fim de evitar prejuízos ao desenvolvimento fetal.

Vamos entender mais sobre o assunto? Neste artigo, iremos descrever a relação entre álcool e fertilidade masculina, além de apresentar orientações essenciais para a saúde dos homens e dos futuros bebês.

Como o álcool impacta a saúde?

O álcool é uma substância psicoativa com propriedades que causam dependência. Portanto, não existem níveis seguros para seu consumo, como definem as novas diretrizes da OMS.

No entanto, é preciso ressaltar as diferenças de gênero relacionadas ao impacto do álcool. O organismo das mulheres é ainda mais suscetível ao consumo, sendo que, na gravidez, seu uso é absolutamente contraindicado.

Isso porque, além de aumentar o risco de parto prematuro, a ingestão de forma rotineira e em grande quantidade pode provocar síndrome alcoólica fetal (uma série de anormalidades físicas e cognitivas).

Contudo, como você verá a seguir, independentemente do sexo, pessoas que planejam ter filhos biológicos devem evitar o consumo de álcool.

Qual é a relação entre álcool e fertilidade masculina?

Por muito tempo, os potenciais efeitos negativos das bebidas alcoólicas foram controversos. Atualmente, sabe-se que, a longo prazo, o consumo de álcool prejudica a quantidade, a qualidade e a motilidade dos espermatozoides, assim como diminui os níveis de testosterona. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA),tudo isso reduz as chances de gravidez espontânea.

Preparamos a lista abaixo com os principais impactos que surgem da relação entre álcool e fertilidade masculina. Confira.

1. Redução na produção de testosterona

O álcool interfere na liberação de hormônios como o LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante),fundamentais para a produção de testosterona nos testículos. Com níveis hormonais desequilibrados, há uma queda na espermatogênese e, consequentemente, na fertilidade.

2. Alterações na qualidade do sêmen

Como mencionamos no início deste texto, o consumo de álcool também impacta nos espermatozoides, com baixa contagem desses gametas, menor motilidade (capacidade de movimento) e alterações no formato, o que dificulta a fecundação.

3. Estresse oxidativo e danos ao DNA

O consumo crônico de álcool pode aumentar a produção de radicais livres no organismo, levando ao estresse oxidativo. Isso prejudica a membrana dos espermatozoides e pode causar danos ao DNA espermático, o que não apenas compromete a fertilização, mas também pode estar relacionado a abortos espontâneos e malformações.

4. Impactos indiretos entre álcool e fertilidade masculina

Além dos efeitos diretos sobre os espermatozoides e hormônios, o álcool pode afetar a fertilidade masculina indiretamente, com:

  • Redução do desejo sexual;
  • Dificuldades de ereção;
  • Alterações no sono e no humor;
  • Ganho de peso e síndrome metabólica.

Todos esses fatores geram sofrimento psíquico no homem, danos ao relacionamento e, consequentemente, dificuldade na concepção.

Quais exames permitem checar a fertilidade masculina?

As causas da infertilidade masculina são diversas. Para diagnosticá-las, além da anamnese e do exame físico e visual, os especialistas em reprodução podem solicitar testes complementares. Conheça alguns deles a seguir.

Espermograma

O espermograma é o principal exame para checar a fertilidade masculina. Ele não apenas permite fazer a contagem de espermatozoides, como também possibilita a análise das características do sêmen.

Exames de sangue

Os exames de sangue avaliam as taxas hormonais do paciente, tais como testosterona total, hormônio luteinizante (LH),hormônio folículo estimulante (FSH) e prolactina. Sempre que os níveis de esperma estão baixos, os especialistas suspeitam de problemas relacionados aos hormônios.

Pesquisa de HPV no sêmen

O HPV prejudica a motilidade dos gametas masculinos, sendo relacionado a diversos casos de infertilidade. Além disso, a infecção não tratada pode levar ao comprometimento do DNA do espermatozoide (o que aumenta o risco de abortos).

Ultrassonografia

A ultrassonografia é solicitada quando existe alguma suspeita de bloqueio no aparelho reprodutivo masculino. Caso confirmada, o problema costuma estar no epidídimo ou nos canais deferentes.

Exame de urina

A amostra de urina (colhida logo após a ejaculação) pode confirmar a suspeita de ejaculação retrógrada. Isso acontece quando o sêmen, em vez de ser ejaculado, acaba se destinando à  bexiga.

Biópsia testicular

A biópsia testicular serve para detectar a azoospermia, condição na qual o sêmen do paciente não contém espermatozoides. O exame é feito por meio da retirada de uma pequena amostra de tecido dos testículos.

Álcool e fertilidade masculina: uma combinação arriscada

Como você percebeu, álcool e fertilidade masculina não combinam. Caso você e sua parceira pretendam engravidar em breve, o melhor conselho é evitá-lo.

Contudo, nas situações em que já tenham suspendido o consumo de bebidas alcoólicas e de outros hábitos prejudiciais à saúde (como tabagismo, má alimentação, sedentarismo etc.) e, ainda assim, não chegaram a tão desejada gravidez, procurem ajuda especializada.

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Publicado por: Dr. Jean Louis Maillard - Ginecologista - Diretor técnico médico - CRM-SC 9987 , CRM-RS 13107 e RQE 5605
Ginecologista formado na Faculdade de Medicina da PUCRS em 1983, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia, Precertopship de Histeroscopia e Fellow nos Hospitais Tenon e Port Royal em Paris

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