O verão está aí e, com ele, surge aquela vontade de passear ao ar livre e, consequentemente, tomar sol. Como se sabe, os raios solares são os principais elementos para a síntese de vitamina D pelo organismo. Mas você sabia que, além da saúde óssea, ela pode influenciar na saúde reprodutiva?
Neste artigo, mostramos o que os especialistas em reprodução humana assistida já têm como consenso. Continue a leitura e entenda a relação entre vitamina D e fertilidade.
O que é vitamina D?
A vitamina D é um hormônio que atua em diferentes órgãos. Ela é responsável, principalmente, pela absorção do cálcio e pela formação dos ossos. Além disso, tem um papel importante na saúde reprodutiva, tanto do homem quanto da mulher.
Existem dois tipos de vitamina D: a vitamina D2 (colicalciferol) e a vitamina D3 (ergocalciferol),ambas produzidas com o auxílio da radiação UVB que recebemos pelo sol no dia a dia. O tipo D3 ainda pode ser obtido na alimentação, por meio de peixes gordurosos, por exemplo.
Como é a suplementação de vitamina D?
Os suplementos de vitamina D são indicados para pessoas com hipovitaminose D (níveis de 25(OH)D inferiores a 20 ng/mL). O risco de ter essa produção insuficiente aumenta nas seguintes condições clínicas:
- idade avançada;
- obesidade;
- pele negra ou morena;
- uso constante de barreiras (filtro solar, vestimentas etc);
- baixa exposição solar (por conta do risco de câncer de pele, lúpus eritematoso sistêmico etc);
- insuficiência hepática, doença renal crônica ou raquitismo dependente de vitamina D.
A hipovitaminose D também pode aumentar em pessoas com maior consumo do hormônio. É o caso de quem usa determinados medicamentos (anticonvulsivantes, antibióticos, antirretrovirais, cetoconazol e isoniazida).
O mesmo ocorre em quem tem baixa absorção intestinal. Por exemplo: pessoas com doenças inflamatórias, doença celíaca, fibrose cística, doença de Crohn, insuficiência pancreática, entre outras, além dos que realizaram cirurgia bariátrica.
A dose habitual para a correção da hipovitaminose D é de 50.000 UI por semana. Para a manutenção, a dosagem varia entre 400 a 2000 UI por dia.
Qual é a relação entre vitamina D e fertilidade masculina?
A relação entre vitamina D e fertilidade está sendo estudada e algumas associações já foram bem estabelecidas. Pesquisas recentes destacam que sua presença se associa, positivamente, à velocidade e à motilidade (movimentação) dos espermatozoides.
A deficiência, por outro lado, está associada à baixa produção de testosterona e de espermatozoides. Essa se dá, vale destacar, mesmo quando a quantidade de testosterona no organismo masculino se encontra normal.
Qual é a relação entre vitamina D e fertilidade feminina?
A deficiência de vitamina D no organismo feminino se associa à síndrome dos ovários policísticos. Ela afeta o metabolismo da insulina e a produção das células que formam os óvulos, além de se associar à obesidade. Todos esses elementos são componentes importantes no desenvolvimento da doença.
Sua quantidade insuficiente também se associa à endometriose, tensão pré-menstrual (TPM) e cólica menstrual. E em relação, especificamente, às grávidas, relaciona-se ao aumento do risco de pré-eclâmpsia (doença grave que acontece no final da gestação),diabetes gestacional, baixo peso ao nascer, prematuridade, hemorragia pós-parto grave e aumento da necessidade de cesariana.
A vitamina D interfere nos tratamentos para infertilidade?
A vitamina D tem um papel colaborador no sucesso da fertilização in vitro (FIV). Nessa técnica de reprodução assistida, o óvulo e o espermatozoide são unidos em laboratório e, posteriormente, colocados no útero para se desenvolver.
No que diz respeito à saúde reprodutiva, bem como tratamento de doenças como endometriose e síndrome dos ovários policísticos, os benefícios creditados à vitamina D levaram à hipótese de que sua reposição, em determinadas condições, poderia ser benéfica. No entanto, isso ainda não é totalmente aceito pela literatura científica.
Seja por conta dos benefícios para a fecundação ou para a gestação, a vitamina D já vem sendo adotada por médicos especialistas em reprodução humana. Em alguns casos, ela pode ser considerada durante o tratamento de infertilidade, de forma complementar.
A vitamina D tem relação com o desenvolvimento fetal?
Em relação à saúde fetal, sabe-se que níveis maternos suficientes de vitamina D se associam ao seu adequado desenvolvimento e crescimento, bem como a um parto sem intercorrências. Não à toa, gestantes estão entre os principais beneficiados de manter os níveis de vitamina D maiores do que 30 ng/mL.
Agora que você conhece a relação entre vitamina D e fertilidade, faça seu papel para manter seus valores adequados. Se possível, exponha algumas partes do corpo ao sol, por alguns minutos, todos os dias, e inclua peixes gordurosos na sua alimentação. Quando se trata de cuidar da saúde reprodutiva, toda ajuda vale a pena!
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