Publicado em 29/03/2021

Reprodução assistida e Covid-19: o que você precisa saber

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Há mais de um ano, o mundo inteiro vem travando uma intensa batalha contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Em maior ou menor grau, a pandemia afetou a todos. Para quem deseja engravidar, os medos e incertezas ainda são muitos. Mas se por um lado a relação entre reprodução assistida e Covid-19 não é simples, por outro, há de se considerar o peso do fator tempo na capacidade reprodutiva das mulheres, assim como o impacto de doenças cujos tratamentos levam, invariavelmente, à infertilidade.

Por conta disso, as sociedades médicas do setor têm divulgado algumas orientações importantes sobre como proceder no contexto que estamos enfrentando. Para conhecê-las, continue a leitura!

Reprodução assistida e Covid-19: qual é o cenário atual?

Em decorrência da pandemia de Covid-19, os tratamentos de reprodução assistida, assim como o uso de técnicas auxiliares para a fertilização humana, também tiveram que se adequar. Diversas medidas vêm sendo adotadas para dar mais segurança aos pacientes e doadores de óvulos e espermas.

O Dr. Ricardo Nascimento, especialista em reprodução humana na Fecondare e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),explicou em uma transmissão ao vivo no Instagram da Fecondare como o coronavírus interfere na fertilidade humana. Além disso, mostrou de que forma o vírus afeta os tratamentos relacionados, como a doação de células reprodutivas. Para entender melhor, vale a pena assistir.

Os tratamentos de reprodução assistida devem ser adiados? 

Segundo o Dr. Ricardo, o que o coronavírus representa para a fertilidade ainda é algo desconhecido. Ou seja, como estamos falando de uma doença nova, diariamente, aprendemos algo a respeito. No entanto, muitas medidas vêm sendo tomadas para o controle do problema.

De acordo com a Nota Técnica Nº 23/2020, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),os tratamentos de reprodução assistida devem ser, preferencialmente, adiados até que a situação da pandemia esteja controlada. No entanto, pacientes oncológicos, com insuficiência ovariana prematura, comprometimento da reserva ovariana ou idade avançada podem ser avaliadas individualmente, pesando, junto aos seus médicos, os prós e contras envolvidos.

Essa foi a melhor saída encontrada para trazer segurança e proteção aos doadores e pacientes dos procedimentos de reprodução assistida. A postura leva em consideração o atual momento, onde uma das medidas fundamentais é interromper a propagação acelerada do novo coronavírus.

Reprodução assistida e Covid-19: exceções à parte

Quando se trata da saúde reprodutiva, nem sempre é possível esperar. Por conta disso, a Anvisa liberou o tratamento de alguns casos específicos.

Como mencionado, é o que ocorre com os pacientes oncológicos. Nessa situação, deve-se fazer uma análise do risco-benefício individualantes da realização de qualquerprocedimento de reprodução assistida.

Segundo o Dr. Ricardo, nas primeiras sessões do tratamento quimioterápico já há uma considerávelhttps://fecondare.com.br/artigos/e-possivel-ter-filho-apos-o-cancer/queda da fertilidade. Por isso, para quem deseja ter filhos,é muito importante crio preservar seus óvulos, sêmen ou embriões.

Hoje em dia, é possívelcongelar os gametaspreviamente, para que, após a remissão da doença, o indivíduo possa optar por ter filhos. Acrio preservação tem se mostrado cada vez mais eficaz na preservação da fertilidade.

Outra exceção às recomendações da Anvisa são os casais que têm pressa para engravidar, como os homens com baixa produção de espermatozoidese as mulheres com redução de óvulos. Essas pessoas estão em uma verdadeiracorrida contra o tempo da fertilidade e, por isso, dependendo da situação, também não podem adiar o sonho da maternidade/paternidade. “Grupos de elevada fragilidade física e emocional certamente se incluem nos casos de exceção”, afirma o especialista.

E o que deve ser feito em relação aos bancos de doação?

Ainda segundo a Anvisa, no que diz respeito à doação de células reprodutivas e embriões humanos, algumas orientações devem ser seguidas. Por isso, é fundamental que o candidato à doação esteja atento ao seguinte:

  • viagens internacionais recentes tornam o candidato à doação inapto por até 30 dias após oretorno;
  • caso tenha tido contato com pessoas com diagnóstico de Covid-19 confirmado, o candidato à doação também estará suspenso em até 30 dias após o último contato;
  • se houver infecção do candidato à doação pelo vírus Sars, Mers e/ou 2019-nCov, este também se encontrará inativo por até 90 dias, sendo liberado após a completa recuperação da doença, desde quesem apresentação de nenhum sintoma ou sequela.

Além disso, a agência reguladora faz recomendações quanto à importação de células reprodutivas (óvulos e espermatozoides) ou gametas. A Anvisa determina que os pedidos para amostras colhidas após o dia 30 de janeiro de 2020 não devem ser aceitas pelas clínicas de reprodução assistida.

Sendo assim, quem puder adiar, recomenda-se que espere pela gestação. Mas quem não tiver essa opção, que realize o congelamento dos gametas ou mesmo dos embriões sob os devidos cuidados”, orienta o Dr. Ricardo.

Reprodução assistida e Covid-19: quando é preciso, ou não, esperar?

Com exceção dos casos mencionados, procedimentos como indução da ovulação e inseminação intrauterinadevem ser evitados durante os momentos mais críticos da pandemia (como na chamada fase vermelha). Recomenda-se manter a paciência pois, assim que a situação for controlada, os tratamentos de rotina voltarão a ocorrer normalmente.

Já nos períodos de maior flexibilização do isolamento social (como na fase verde),os quais são determinados pelos governos locais, é possível dar andamentoaos tratamentos. Isso, desde que pacientes, equipes médicas e demais envolvidos respeitem todos os protocolos de segurança.

Quem ainda não tomou a vacina contra a Covid-19 pode fazer os tratamentos de reprodução assistida?

Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA),com base no posicionamento de diversas outras associações da área, a imunização contra a Covid-19 é muito importante para todos. Isso inclui as gestantes e quem pretende engravidar.

Sabe-se que a vacinação é efetiva e segura, superando, para os grupos de maior vulnerabilidade (como populações de risco entre as grávidas),o suposto “perigo” de ser vacinado. Vale ressaltar que nenhuma vacina disponível até o presente momento contém o vírus Sars-Cov-2 vivo, mas somente o vírus inativo, partículas de RNA mensageiro ou adenovírus.

No entanto, mulheres em idade reprodutiva, que não pertencem aos grupos prioritários, ainda terão que esperar bastante para chegar sua vez na fila da vacinação. Assim, as entidades médicas do setor dizem não haver razão para atrasar as tentativas de gravidez ou os tratamentos de reprodução assistidacaso sejam imprescindíveis. Dessa maneira, quem ainda não tomou a vacina contra a Covid-19 pode, sim, fazer o devido tratamento.

Para concluir, muito em breve todoscasais com dificuldade para engravidar poderão procurar uma clínica de reprodução assistida de confiança e realizar o sonho de ter filhos. Se quiser saber mais sobre a relação entre reprodução assistida e Covid-19, acompanhe a entrevista completa com o Dr. Ricardo. Nela, o especialista também aborda algumas recomendações para as gestantes e cuidados com os recém-nascidos nesse momento de pandemia.

Esperamos que o conteúdo tenha sido informativo e esclarecedor. No entanto, caso ainda tenha alguma dúvida sobre o assunto, entre em contato com a Fecondare!

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Publicado por: Dra. Ana Lúcia Bertini Zarth - Ginecologista - CRM-SC 8534 e RQE 10334
Formada na Faculdade de Medicina da PUC – RS em 1993, Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) em 1997.

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