Contanto que seja diagnosticada e tratada precocemente, a gonorreia tem cura. Caso contrário, essa doença sexualmente transmissível pode desencadear uma série de complicações — levando, inclusive, à infertilidade. Além disso, se não tratada, a infecção pode evoluir para doenças graves e crônicas, como problemas neurológicos e cardiovasculares.
Neste artigo, explicamos tudo sobre essa perigosa DST. Para saber mais, continue a leitura!
O que é a gonorreia e como ela é contraída?
A gonorreia é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS),estima-se que seus casos correspondam a 56% do total de DSTs registradas no Brasil. Aliás, se não tratada, ela aumenta a suscetibilidade do organismo ao contágio de outras DSTs, inclusive a Aids.
Em adultos, a doença é contraída durante o ato sexual desprotegido, infectando a uretra (canal condutor da urina). Em caso de sexo anal ou oral, o reto e a garganta também são infectados, levando à obstrução anal e, até mesmo, a alterações da voz (por conta da faringite gonocócica),entre outros problemas.
Em recém-nascidos, a gonorreia é transmitida de mãe para filho, no momento do parto. Nesse caso, provoca a chamada oftalmia neonatal (um tipo de conjuntivite).
Como ela afeta o organismo?
A uretrite gonocócica (ou blenorragia), infecção resultante da gonorreia, pode causar sérios danos à saúde. Se as bactérias entrarem em contato com a corrente sanguínea, elas podem se alastrar pelo corpo e atingir as articulações, levando à chamada infecção gonocócica generalizada.
Nesse caso, a infecção pode ser notada por sintomas como eritemas (feridas avermelhadas e doloridas na pele),dores e inchaços nas articulações, enrijecimento muscular e febre.
A gonorreia tem cura?
Felizmente, a gonorreia tem cura. No entanto, é fundamental que, para se livrar da doença, o tratamento seja feito da maneira correta, a fim de eliminar as bactérias completamente.
Em caso de suspeita, é necessário procurar um especialista que, imediatamente, irá solicitar a realização de alguns exames para confirmar o diagnóstico. Além do hemograma direcionado, o exame microscópio da secreção é indispensável.
Uma vez iniciado o tratamento, a infecção começa a regredir rapidamente. Quando há sintomas, eles levam de 10 a 14 dias para desaparecerem.
Como é o diagnóstico e tratamento da gonorreia?
O período de incubação varia de 24 horas a 14 dias. O diagnóstico é feito por meio da análise clínica e exames laboratoriais.
O tratamento da gonorreia é à base de antibióticos, administrados via oral ou parenteral em dose única (injeção),e deve ser feito em caráter de urgência.
Devido ao risco de contágio, é importante não manter relações íntimas durante o tratamento, nem mesmo com o uso de preservativos. Uma vez curada, prevenir-se, usando camisinha, é a melhor opção.
Mas atenção: em casos assintomáticos, as relações sexuais podem ser retomadas após o 7º dia de tratamento. Quando há sintomas, apenas após o desaparecimento completo.
É possível reconhecer os sintomas da doença?
Com certeza. Mas para isso, é importante estar sempre atento aos sinais que o corpo emite sobre a própria saúde.
No caso da gonorreia, os sintomas podem surgir nas primeiras 24 horas após a infecção. Isso porque, a bactéria causadora da doença possui ação bastante rápida. Em outros casos, no entanto, os sinais podem aparecer cerca de duas semanas dias após o contágio.
Sintomas da gonorreia na mulher
Embora a gonorreia nas mulheres seja, quase sempre, assintomática, a manifestação da doença pode causar:
- incontinência urinária;
- dor ao urinar;
- corrimento semelhante ao pus, de coloração branca-amarelada;
- sangramento entre as menstruações;
- inflamações nas glândulas de Bartholin (localizadas nas laterais da vagina),responsáveis pela lubrificação da mulher;
- inflamação no ânus, quando houver relação íntima anal;
- dor na garganta e alteração na voz, no caso de relação íntima oral.
Sintomas da gonorreia no homem
Os homens apresentam os sintomas logo nos dias seguintes ao contato sexual desprotegido. Entre o primeiro e o terceiro dia do contágio, podem surgir os seguintes sinais:
- vontade frequente de urinar;
- ardência ao urinar;
- febre baixa;
- corrimento de cor amarelada (semelhante ao pus) por meio do pênis;
- inflamação no ânus, quando houver relação íntima anal;
- dor na garganta e alteração na voz, no caso de relação íntima oral.
Como a gonorreia pode levar à infertilidade?
Não tratar a gonorreia — adequadamente e no momento certo — pode ocasionar complicações sérias. Caso não seja cuidada, essa doença leva à infertilidade em ambos os sexos.
Nos homens, a infecção pode chegar ao epidídimo e provocar uma inflamação no reservatório de esperma que fica junto ao testículo, chamada epididimite. É possível, também, que haja o estreitamento da uretra e a inflamação da próstata.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS),organismo da Organização Mundial da Saúde (OMS), a gonorreia, assim como a clamídia, são os principais fatores de doença inflamatória pélvica e infertilidade em mulheres. Nelas, a infecção pode chegar ao útero, trompas e ovários.
Qual é o perigo do contágio na gravidez?
Além de aumentar os riscos de complicações gestacionais, a gonorreia também pode ser a responsável pela gravidez fora do útero (gravidez ectópica). Já a transmissão da gonorreia, assim como de outras DSTs (como a clamídia, a sífilis e a tricomoníase),para o bebê pode levar ao:
- aborto espontâneo;
- morte neonatal (antes do 28º dia de vida);
- nascimento prematuro
- baixo peso ao nascer;
- conjuntivite (oftalmia gonocócica),lesões na córnea e cegueira.
Outros acometimentos possíveis são:
- aparecimento de sepses;
- otite média;
- meningite;
- endocardite;
- estomatite;
- deformidades congênitas;
- pneumonia;
- bronquite, entre outros problemas.
Por isso, caso o diagnóstico ocorra próximo ao parto, o recém-nascido deve ser acompanhado com atenção. Dessa forma, é possível identificar e tratar esses problemas sem maiores complicações.
Como proceder em relação ao parceiro sexual?
A pessoa infectada tem a responsabilidade de comunicar todos os parceiros sexuais com os quais se relacionou nos últimos dois meses. Eles devem ser testados e, caso apresentem a doença, realizarem o tratamento. Aproveite que a gonorreia tem cura e não permita que o problema se agrave. Em caso de suspeita, busque ajuda. Essa é a forma mais eficaz de evitar tanto o risco de infertilidade como de prevenir complicações obstétricas e neonatais.
Esperamos que o artigo tenha sido útil, mas caso ainda restem dúvidas, entre em contato com a nossa equipe. Nossos especialistas estão à disposição para ajudá-lo da melhor forma possível!