A queda na fertilidade masculina tem a ver com a idade, hábitos de vida, doenças congênitas, infecções, entre outros fatores. Casais cuja mulher menstrua normalmente e, mesmo assim, não conseguem engravidar após 1 ano de tentativas, devem investigar a suspeita de infertilidade em ambos os parceiros. Se o problema estiver na produção dos espermatozoides, existem excelentes opções de tratamentos!
Neste artigo, mostramos como a fertilidade masculina participa da trajetória rumo a tão sonhada gravidez. Veja como é feita a investigação do problema e como superá-lo!
Como começa a suspeita de infertilidade masculina?
Após cerca 1 ano de tentativas de engravidar com a parceira menstruando normalmente, começam as investigações para apurar as causas da infertilidade. A dificuldade de um casal em conseguir gerar um filho nem sempre se deve à infertilidade feminina. Muitas vezes o problema pode ser com o homem — ainda que a investigação, geralmente, comece pela mulher.
Nelas, tudo é verificado, desde as taxas hormonais até alguma má formação uterina. Hábitos de vida também são avaliados.
Mas antes da investigação feminina avançar para exames mais invasivos, como o raio-X do útero e das tubas uterinas (histerosalpingografia) e a videolaparoscopia, recomenda-se realizar a avaliação do parceiro. No caso deles, o primeiro exame costuma ser o espermograma. Entre os fatores analisados, destacam-se a contagem de espermatozoides e a motilidade (rapidez com que cada um deles se locomove para chegar ao óvulo e conseguir fecundá-lo).
Como medir a fertilidade masculina?
O espermograma é o principal exame para analisar a fertilidade masculina. Ele é feito conforme orientação prévia do médico. O paciente coleta seu próprio sêmen, geralmente, após 3 ou 4 dias de abstinência sexual, ou de acordo com a orientação do especialista responsável.
A coleta deve ser feita pela manhã, em laboratório ou hospital. Para que o resultado não seja comprometido, é preciso seguir uma série de recomendações.
Características avaliadas no espermograma
O espermograma permite fazer uma análise macroscópica de todas as características dos gametas masculinos, tais como cor, odor, viscosidade, pH e volume. Além disso, também possibilita a realização de uma análise microscópica, na qual se avalia a concentração de espermatozoides, motilidade e morfologia.
O resultado desses fatores pode ser determinante para uma possível infertilidade masculina. Para estar dentro da normalidade o homem deve ter, pelo menos:
20 milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen;
50% deles com uma boa motilidade, ou seja, com capacidade para chegar à trompa e encontrar o óvulo, para que ocorra a fecundação.
O que prejudica a fertilidade masculina?
Diversos fatores podem estar relacionados à baixa produção de espermatozoides ou, até mesmo, à ocorrência de azooespermia (ausência de espermatozoides no sêmen). Confira alguns exemplos a seguir.
Criptorquidia
Quando a criptorquidia (condição conhecida como testículo escondido) não é tratada em tempo hábil, ela afeta a produção de sêmen. O impacto pode ser tanto no que diz respeito à qualidade como à quantidade dos espermatozoides, prejudicando a fertilidade masculina.
Varicocele
Com o avanço da idade, a dilatação das veias (varizes) na região escrotal piora a qualidade do sêmen e a quantidade de espermatozoides produzida. Sem o devido tratamento, a varicocele leva à infertilidade masculina.
Hipertermia testicular
A alta temperatura pode impedir a espermatogênese. Por isso, recomenda-se que os homens não usem o notebook sobre o colo. Saunas e banheiras muito quentes também são prejudiciais.
Hábitos de vida não saudáveis
O consumo frequente de bebidas alcoólicas e o tabagismo, bem como o uso de drogas ilícitas e de anabolizantes, prejudicam a produção de espermatozoides. O estresse e a má alimentação contínuos também entram na lista. Portanto, quem pretende ter filhos biológicos adotar bons hábitos de vida.
Problemas anatômicos ou funcionais
Diversas condições podem atrapalhar o coito, inclusive, impedindo que o sêmen seja depositado no interior da vagina. Por exemplo: a hipospadia (abertura anormal da uretra),a ejaculação precoce (ou retrógrada) e problemas de ereção.
Infecções e doenças
Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs),como a clamídia e a gonorreia, podem atrapalhar a produção de espermatozoides e piorar a qualidade do sêmen. Se não tratadas, elas provocam infecções na uretra, próstata e epidídimo que levam à infertilidade.
Tumores, como no câncer de testículo, também afetam o esperma. Nesse caso, o tratamento oncológico costuma prejudicar, ainda mais, a produção de espermatozoides.
Como são os tratamentos para a infertilidade masculina?
Depois de identificada a infertilidade no homem, o ideal é que o casal se mantenha calmo e a ansiedade seja controlada — pois acredite, ela atrapalha nos resultados. Para ajudar nessa etapa, muitos recorrem a um acompanhamento psicoterápico.
O importante é que o casal seja otimista, acredite que o problema será resolvido e que conseguirá ter seu filho. E, logicamente, siga as orientações do especialista em reprodução humana, inclusive no que diz respeito ao estilo de vida.
Após os exames e a conclusão do que está causando a infertilidade o médico responsável direcionará o casal ao tratamento adequado ou ao procedimento ideal para que a gravidez ocorra. Caso o alvo seja a melhora da fertilidade masculina, pode-se recorrer aos seguintes tratamentos.
Tratamento medicamentoso
O tratamento medicamentoso é indicado em casos considerados mais simples. Por exemplo: quando a infertilidade está ligada à alguma infecção no aparelho reprodutor ou à dificuldade de ereção.
Terapia hormonal
A terapia hormonal (via oral) é usada em pacientes cuja as baixas taxas de gametas masculinos têm a ver com uma deficiência hormonal. Para isso, existem hormônios que regulam a produção dos espermatozoides.
Inseminação artificial
Caso o problema esteja na motilidade dos espermatozoides, pode-se realizar o tratamento com inseminação artificial. Nesse caso, há a coleta do sêmen (na maioria das vezes, manualmente, pelo próprio homem) e posterior avaliação em laboratório. Se comprovada a qualidade, ele é introduzido no útero da parceira.
Fertilização in vitro (FIV)
A fertilização in vitro é um procedimento indicado para homens com alterações no sêmen consideradas moderadas a graves. Na FIV, a coleta do espermatozoide e dá da mesma forma ocorrida na inseminação artificial.
No entanto, nesse tipo de técnica, a fecundação do óvulo é feita no laboratório (in vitro). Só após gerar o embrião ocorre a transferência do mesmo para o útero da companheira.
Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)
A injeção intracitoplasmática de espermatozoides é recomendada para homens com baixa quantidade e qualidade de espermatozoides. Na ICSI (sigla em inglês),a fecundação ocorre dentro do laboratório de reprodução assistida. Após a seleção de um gameta saudável, utiliza-se uma espécie de microagulha para injetá-lo no óvulo. Uma vez gerado o embrião ele será introduzido no útero da mulher.
Assim, são muitas as possibilidades de tratamentos para a fertilidade masculina. Com o acompanhamento de uma equipe altamente capacitada, as chances de sucesso são altas. Mas tudo começa com a decisão do casal em buscar ajuda.
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