Publicado em 25/01/2021

A vitamina D influencia no tratamento de fertilidade?

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O verão está aí e, com ele, surge aquela vontade de passear ao ar livre e, consequentemente, tomar sol. Como se sabe, os raios solares são os principais elementos para a síntese de vitamina D pelo organismo. Mas você sabia que, além da saúde óssea, ela pode influenciar na saúde reprodutiva?

Neste artigo, mostramos o que os especialistas em reprodução humana assistida já têm como consenso. Continue a leitura e entenda a relação entre vitamina D e fertilidade.

O que é vitamina D?

A vitamina D é um hormônio que atua em diferentes órgãos. Ela é responsável, principalmente, pela absorção do cálcio e pela formação dos ossos. Além disso, tem um papel importante na saúde reprodutiva, tanto do homem quanto da mulher.

Existem dois tipos de vitamina D: a vitamina D2 (colicalciferol) e a vitamina D3 (ergocalciferol),ambas produzidas com o auxílio da radiação UVB que recebemos pelo sol no dia a dia. O tipo D3 ainda pode ser obtido na alimentação, por meio de peixes gordurosos, por exemplo.

Como é a suplementação de vitamina D?

Os suplementos de vitamina D são indicados para pessoas com hipovitaminose D (níveis de 25(OH)D inferiores a 20 ng/mL). O risco de ter essa produção insuficiente aumenta nas seguintes condições clínicas:

  • idade avançada;
  • obesidade;
  • pele negra ou morena;
  • uso constante de barreiras (filtro solar, vestimentas etc);
  • baixa exposição solar (por conta do risco de câncer de pele, lúpus eritematoso sistêmico etc);
  • insuficiência hepática, doença renal crônica ou raquitismo dependente de vitamina D.

A hipovitaminose D também pode aumentar em pessoas com maior consumo do hormônio. É o caso de quem usa determinados medicamentos (anticonvulsivantes, antibióticos, antirretrovirais, cetoconazol e isoniazida).

O mesmo ocorre em quem tem baixa absorção intestinal. Por exemplo: pessoas com doenças inflamatórias, doença celíaca, fibrose cística, doença de Crohn, insuficiência pancreática, entre outras, além dos que realizaram cirurgia bariátrica.

A dose habitual para a correção da hipovitaminose D é de 50.000 UI por semana. Para a manutenção, a dosagem varia entre 400 a 2000 UI por dia.

Qual é a relação entre vitamina D e fertilidade masculina?

A relação entre vitamina D e fertilidade está sendo estudada e algumas associações já foram bem estabelecidas. Pesquisas recentes destacam que sua presença se associa, positivamente, à velocidade e à motilidade (movimentação) dos espermatozoides.

A deficiência, por outro lado, está associada à baixa produção de testosterona e de espermatozoides. Essa se dá, vale destacar, mesmo quando a quantidade de testosterona no organismo masculino se encontra normal.

Qual é a relação entre vitamina D e fertilidade feminina?

A deficiência de vitamina D no organismo feminino se associa à síndrome dos ovários policísticos. Ela afeta o metabolismo da insulina e a produção das células que formam os óvulos, além de se associar à obesidade. Todos esses elementos são componentes importantes no desenvolvimento da doença.

Sua quantidade insuficiente também se associa à endometriose, tensão pré-menstrual (TPM) e cólica menstrual. E em relação, especificamente, às grávidas, relaciona-se ao aumento do risco de pré-eclâmpsia (doença grave que acontece no final da gestação),diabetes gestacional, baixo peso ao nascer, prematuridade, hemorragia pós-parto grave e aumento da necessidade de cesariana.

A vitamina D interfere nos tratamentos para infertilidade?

A vitamina D tem um papel colaborador no sucesso da fertilização in vitro (FIV). Nessa técnica de reprodução assistida, o óvulo e o espermatozoide são unidos em laboratório e, posteriormente, colocados no útero para se desenvolver.

No que diz respeito à saúde reprodutiva, bem como tratamento de doenças como endometriose e síndrome dos ovários policísticos, os benefícios creditados à vitamina D levaram à hipótese de que sua reposição, em determinadas condições, poderia ser benéfica. No entanto, isso ainda não é totalmente aceito pela literatura científica.

Seja por conta dos benefícios para a fecundação ou para a gestação, a vitamina D já vem sendo adotada por médicos especialistas em reprodução humana. Em alguns casos, ela pode ser considerada durante o tratamento de infertilidade, de forma complementar.

A vitamina D tem relação com o desenvolvimento fetal?

Em relação à saúde fetal, sabe-se que níveis maternos suficientes de vitamina D se associam ao seu adequado desenvolvimento e crescimento, bem como a um parto sem intercorrências. Não à toa, gestantes estão entre os principais beneficiados de manter os níveis de vitamina D maiores do que 30 ng/mL.

Agora que você conhece a relação entre vitamina D e fertilidade, faça seu papel para manter seus valores adequados. Se possível, exponha algumas partes do corpo ao sol, por alguns minutos, todos os dias, e inclua peixes gordurosos na sua alimentação. Quando se trata de cuidar da saúde reprodutiva, toda ajuda vale a pena!

Ficou com alguma dúvida? Se desejar, entre em contato. A equipe da Fecondare pode auxiliar!

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Publicado por: Dr. Ricardo Nascimento - Ginecologista - CRM-SC 3198 e RQE 2109
Formado em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1981. Residência Médica na Maternidade Carmela Dutra- Secretaria Estadual de Saúde-SC, Especialização em Reprodução Humana na Universidade Federal do Paraná.

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