A relação entre vitamina D e fertilidade vem ganhando cada vez mais destaque. Isso porque, suspeita-se que além de promover a saúde óssea e fortalecer o sistema imunológico, ela também influencia a saúde reprodutiva. Ou seja: o hábito de tomar sol, realizado de maneira saudável, melhoraria a fertilidade.
Aproveitando que o verão está aí, resolvemos falar a respeito. Neste artigo, mostramos o que os especialistas em reprodução humana assistida têm, atualmente, como consenso. Para entender a relação entre vitamina D e fertilidade, em ambos os sexos, continue a leitura!
O que é a vitamina D?
Para começo de conversa, é preciso saber que a vitamina D (25(OH)D) é um hormônio que atua em diferentes órgãos. Ela é responsável, principalmente, pela absorção do cálcio e pela formação dos ossos.
Existem dois tipos de vitamina D: a vitamina D2 (colicalciferol) e a vitamina D3 (ergocalciferol). Ambas são produzidas com o auxílio da radiação UVB, que recebemos pelo sol.
Além disso, a vitamina D3 também pode ser obtida na alimentação. Isso ocorre por meio do consumo de peixes gordurosos (como salmão, truta, cavala, entre outros),gema de ovo, cogumelos, manteiga, queijo, leite, entre outros alimentos.
O que provoca a falta de vitamina D?
Diversas situações podem afetar a produção de vitamina D. O risco de ter a chamada hipovitaminose D aumenta sob os seguintes fatores e condições clínicas:
- idade avançada;
- obesidade;
- pele negra ou morena;
- baixa exposição solar (por conta do risco de câncer de pele, lúpus eritematoso sistêmico etc);
- uso constante de barreiras contra o sol (como filtro solar, vestimentas com proteção UVA e UVB etc);
- presença de insuficiência hepática, doença renal crônica ou raquitismo dependente de vitamina D;
- uso de medicamentos anticonvulsivantes, antibióticos, antirretrovirais, cetoconazol e/ou isoniazida;
- baixa absorção intestinal, presente em pessoas com doenças inflamatórias, doença celíaca, fibrose cística, doença de Crohn, insuficiência pancreática, entre outras;
- realização prévia de cirurgia bariátrica.
Como funciona a suplementação de vitamina D?
Um estudo realizado recentemente apontou baixos níveis de vitamina D na população brasileira saudável, mesmo no verão. No referido trabalho, a prevalência foi de 15,3% de deficiência (níveis abaixo de 20 ng/mL) e 50,9% de insuficiência (níveis abaixo de 30 ng/mL).
Assim, os suplementos de vitamina D são indicados para pessoas com hipovitaminose D (níveis inferiores a 20 ng/mL), condição diagnosticada por meio de exames. A dose habitual para a correção do problema é de 50.000 UI por semana. Já para a manutenção, a dosagem indicada varia entre 400 a 2000 UI por dia.
Qual é a relação entre vitamina D e fertilidade?
A infertilidade é definida como a dificuldade de um casal engravidar, após o período de um ano de tentativas. Muitas podem ser as causas da infertilidade, seja para os homens, como para as mulheres.
Uma vez que a vitamina D é considerada um dos principais hormônios, não apenas para a saúde óssea, mas para diversos processos fisiológicos, é comum questionar se existe relação entre ela e a fertilidade. Contudo, conforme defende a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), ainda não há evidências científicas suficientes para comprovar tal influência.
Segundo os especialistas da Fecondare, clínica de fertilidade localizada em Florianópolis, SC, o “boom” de artigos sobre aplicabilidades da reposição de vitamina D tem ocorrido em diversas áreas. Eles salientam, entretanto, que é preciso aguardar estudos mais relevantes. Mesmo porque, a magnitude da prevalência de níveis inadequados de vitamina D é incerta e não há consenso sobre qual nível deve ser atingido para a obtenção de efeitos benéficos.
Qual é a possível relação entre vitamina D e fertilidade masculina?
Até o momento, apenas algumas associações entre vitamina D e fertilidade masculina foram bem estabelecidas. Pesquisas destacam que manter seu nível adequado se associa, positivamente, à velocidade e à motilidade (movimentação) dos espermatozoides. A deficiência, por outro lado, pode estar relacionada à baixa produção de testosterona e de espermatozoides.
Qual é a possível relação entre vitamina D e fertilidade feminina?
Suspeita-se que a deficiência de vitamina D no organismo feminino se associe à síndrome dos ovários policísticos (SOP). Isso porque, ela afeta o metabolismo da insulina e a produção das células que formam os óvulos, além de se associar à obesidade. Todos esses elementos são componentes importantes no desenvolvimento da SOP.
Em relação às grávidas, os estudos são mais conclusivos. Sabe-se que a falta de vitamina D aumenta o risco de pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, baixo peso ao nascer, prematuridade, hemorragia pós-parto grave e aumento da necessidade de cesariana já é devidamente comprovado.
A vitamina D ajuda nos tratamentos de fertilidade?
No que diz respeito à saúde reprodutiva, bem como tratamento de doenças como SOP e endometriose, a reposição de vitamina D, em determinadas condições, pode ser benéfica, desde que haja hipovitaminose, Nos valores normais não há evidencia de que ela melhore. No entanto, os benefícios para a fecundação ainda não são totalmente aceitos pela literatura científica.
Em relação aos tratamentos de fertilidade, especificamente, sabe-se que a vitamina D colabora para o sucesso da fertilização in vitro (FIV). Nessa técnica de reprodução humana assistida, o óvulo e o espermatozoide são unidos em laboratório e, posteriormente, o embrião formado é colocado no útero.
Quanto à saúde fetal, sabe-se que níveis maternos suficientes de vitamina D se associam ao seu adequado desenvolvimento e crescimento, bem como a um parto sem intercorrências. Não à toa, as gestantes estão entre os principais beneficiados de manter os níveis de vitamina D maiores do que 30 ng/mL.
Quando tentantes devem fazer a suplementação de vitamina D?
Em alguns casos, a suplementação de vitamina D pode ser indicada durante o tratamento de fertilidade. Isso, no entanto, é sempre feito de forma complementar.
Como mostrado, a relação entre vitamina D e fertilidade ainda precisa avançar. O que é possível concluir, até o momento, é que ela faz bem para a saúde em geral e, como tal, deve ter seus níveis adequados. Portanto, exponha algumas partes do corpo ao sol, por alguns minutos, diariamente, e inclua os alimentos recomendados na dieta. Afinal, quando se trata de cuidar da saúde reprodutiva, toda ajuda vale a pena!
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