A maioria dos casais que procura a reprodução assistida se depara com muitas dúvidas quanto aos procedimentos, principalmente com relação à criopreservação.
Esses casais precisam de informações seguras para se sentirem confiantes quanto ao que realmente acontece nestes momentos, assim como entender quais as soluções possíveis que podem ser utilizadas para o seu caso.
O total esclarecimento do casal em relação aos procedimentos técnicos é muito importante, bem como a informação sobre alternativas, riscos e chances de sucesso. As regras éticas e morais são definidas através da resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), pois não há outra lei no país que regulamente a reprodução assistida.
É importante saber que a criopreservação, embora recente em termos de ciência, tem demonstrado sua eficácia.
Preservando óvulos para o futuro
A criopreservação, ou congelamento, é uma técnica usada na reprodução assistida cujo um dos principais objetivos é preservar a fertilidade, além de possibilitar o armazenamento prévio de diferentes células envolvidas no processo de fertilidade.
Ou seja, a criopreservação dá a oportunidade de congelar não só o sêmen, mas também os oócitos, os embriões e até mesmo tecidos gonadais com a intenção de serem usados no futuro.
É importante destacar que um dos pontos a esclarecer sobre esse assunto é que quando o paciente decide fazer o congelamento para utilizar em uma inseminação futura, apenas o óvulo é congelado e não o embrião já fecundado como algumas pessoas acreditam.
A capacidade de armazenamento é praticamente ilimitada e o material é acondicionado em contêineres de nitrogênio líquido a uma temperatura de -170° C.
Esta temperatura é tão extrema que o material pode ficar armazenado por tempo indeterminado. Estudos demonstram não haver limite de tempo para uma conservação de material orgânico em tão baixas temperaturas.
Criopreservação dos embriões excedentes
Durante o processo de tratamento de Fertilização In Vitro (FIV), existe a possibilidade de se obter mais embriões do que aqueles necessários para realizar a transferência para o útero.
Nessa situação, os embriões excedentes podem ser congelados e, caso seja esta a opção, utilizados posteriormente. No entanto, o CFM declara na resolução de procedimentos da reprodução assistida que o número total de embriões gerados em laboratório não deve passar de oito.
Em alguns casos, pode haver impedimentos na transferência imediata do embrião fecundado para o útero, como quando há risco de síndrome da hiperestimulação dos ovários, por exemplo, ou quando o endometrio nao esta adequado para a trnasferencia então é recomendado o congelamento da totalidade dos embriões.
A estimulação dos ovários, embora não seja obrigatória, tem demonstrado sua eficiência, pois a presença de dois ou três ovócitos aumenta a chance de fecundação. Essa situação acaba por, consequentemente, aumentar a probabilidade de uma gestação múltipla.
Quando a criopreservação é indicada?
O congelamento de óvulos é indicado nos casos em que a mulher está em tratamento de câncer ou qualquer outro quadro de saúde que a impeça de desenvolver a gestação naquele momento.
Portanto, as mulheres acima dos 35 anos com histórico familiar de menopausa precoce ou de falência ovariana, assim como as que apresentam reserva ovariana diminuída, elas também podem recorrer a criopreservação, caso nao pensem em gestar num periodo curto.
Já as mulheres com idade inferior aos 35 que estão preocupadas com a diminuição progressiva da fertilidade também podem procurar saber sobre o procedimento, contudo, é importante uma conversa bem cuidadosa com o especialista.
É importante deixar bem claro que o congelamento garante a preservação da possibilidade de reprodução, facilitando realizar o desejo de ter um filho no futuro.
Também é relevante destacar que não existe nenhuma diferença nas probabilidades de gravidez gerada por um embrião recém-fecundado, ou por um embrião congelado durante certo período.
Regras do CFM para criopreservação
Em 2020, o CFM voltou a atualizar a resolução sobre a criopreservação na reprodução assistida no Brasil. A revisão anterior havia sido feita em 2013, após permanecer sem alterações por mais de 20 anos.
A idade máxima da mulher para ser submetida a tratamentos de fertilidade continua estabelecida em 50 anos, no máximo. Contudo, pode haver exceções a esse limite, desde que existam critérios técnicos e científicos documentados pelo médico responsável.
Sobre o descarte o conselho definiu que, após 3 anos ou mais, os embriões congelados podem ser doados para fins de pesquisas ou para outros pacientes, assim como podem ser simplesmente descartados.
Só poderão permanecer criopreservados por 3 anos ou mais, os embriões cujo desejo do paciente seja aguardar por mais tempo, no entanto, eles devem assumir total responsabilidade pela decisão.
Já em relação aos óvulos e espermatozoides congelados e não utilizados pelo paciente, podem ser descartados normalmente.
Quer entender mais sobre o assunto? Assista ao vídeo que o Dr. Ricardo Nascimento preparou:
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