Publicado em 23/01/2020

Clamídia e infertilidade: qual a relação?

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As patologias tubárias, ou seja, as doenças que acometem as tubas uterinas, notadamente a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), são apontadas como uma das principais causas de infertilidade na mulher

Na maioria das vezes, o diagnóstico da DIP, por sua vez, tem forte associação com a infecção do trato urinário causada pela Clamídia. 

Mas, qual a relação entre a Clamídia e a DIP e, consequentemente, à infertilidade?

Clamídia e infertilidade: qual a relação?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infecção causada pela Clamídia é uma das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) mais prevalentes do mundo. Por isso, é muito importante estar atento à sua transmissão, já que, na maioria das vezes, a doença não manifesta nenhum sintoma. 

No entanto, quando há sinais do problema, é possível notar a doença por meio de: corrimento vaginal com odor, coloração e quantidade anormal; além de dor no baixo abdome; menstruação irregular ou abundante; febre entre outros. 

O fato é que a grande maioria das mulheres só descobre essa doença silenciosa quando percebem que não podem ter filhos e, então, passam a investigar sua fertilidade. 

É a partir desse momento que descobrem o diagnóstico de infertilidade em decorrência da Doença Inflamatória Pélvica (DIP).

O que é a DIP?

A DIP ocorre em decorrência de agentes infecciosos, que entram pela vagina e se direcionam aos órgãos sexuais internos, chegando ao útero e ovário e desencadeando um processo inflamatório. Isso acontece, principalmente, em casos de DSTs não tratadas, como a gonorreia e a clamídia.

Como se caracteriza por uma doença silenciosa, a demora para tratá-la pode desencadear o diagnóstico de infertilidade, além de inúmeras outras complicações.

Por isso, muitas vezes a infertilidade em decorrência da clamídia é determinada pelo diagnóstico da DIP, causada pela sequela da infecção não tratada ou cujo tratamento não foi bem conduzido.

A clamídia pode ser tratada completamente, caso seja descoberta em sua fase inicial e o quadro não tenha se agravado para a DIP. Assim sendo, é fundamental fazer exames periódicos e frequentar uma ginecologista de forma rotineira, antes que apareça a manifestação de qualquer sintoma.

Atenção à clamídia

Felizmente, hoje em dia, já é recomendado exames de screening para a Clamídia, que tendem a prevenir as sequelas causadas por esse patógeno, reduzindo, assim, a taxa de infertilidade

No entanto, como ainda não é uma opção para todas, o indicado é fazer a prevenção correta da clamídia. O uso do preservativo ainda é a melhor forma para prevenir a clamídia e outras doenças sexualmente transmissíveis. 

De qualquer forma, caso haja ineficácia na prevenção e o tratamento para a clamídia seja insuficiente para evitar a DIP e, consequentemente, a infertilidade, ainda é possível reparar a situação. 

Ou seja, mesmo com o diagnóstico de infertilidade, é possível ter filhos com a ajuda de técnicas de reprodução assistida.

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Publicado por: Dra. Ana Lúcia Bertini Zarth - Ginecologista - CRM-SC 8534 e RQE 10334
Formada na Faculdade de Medicina da PUC – RS em 1993, Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) em 1997.

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