Apenas a análise clínica não é suficiente para avaliar a capacidade reprodutiva de uma mulher. Para confirmar, ou descartar, a suspeita de infertilidade, é possível contar com uma série de exames laborais complementares. A dosagem de hormônio antimulleriano, por exemplo, é uma das alternativas para medir os níveis hormonais ligados à função reprodutiva. Segundo os especialistas, trata-se de um recurso válido para investigar a reserva ovariana.
Neste artigo, vamos mostrar a relação do hormônio antimulleriano com viabilidade da gravidez. Se você pretende engravidar com ajuda das técnicas de reprodução assistida, vale a pena a leitura!
O que é o hormônio antimulleriano?
O hormônio antimulleriano (HAM) é um tipo de marcador da reserva ovariana (ou seja, da quantidade e qualidade dos óvulos),assim como a contagem de folículos antrais (CFA),o hormônio folículo estimulante (FSH), o estradiol (E2) e a inibina B. No entanto, ele é considerado mais assertivo e fidedigno que os demais, sendo especialmente benéfico para pacientes com diagnósticos de infertilidade que tentarão engravidar com ajuda de um tratamento de reprodução assistida.
O exame (realizado a partir da coleta de sangue) tem sido cada vez mais solicitado para mulheres que serão submetidas à fertilização in vitro (FIV), com o intuito de prever a resposta de seus ovários à estimulação medicamentosa. Isso porque, o fracasso da FIV costuma ter relação com a baixa reserva ovariana.
Ao mesmo tempo, o teste antimulleriano serve para definir os protocolos de estimulação mais adequados à cada paciente. Isso ajuda a individualizar os tratamentos, aumentando as chances de gravidez.
Por que a individualização dos protocolos de estimulação ovariana é importante?
O teste antimulleriano é essencial para quem pretende engravidar com ajuda da reprodução assistida. Isso porque, a terapia de indução de ovulação, etapa necessária a esses processos, pode desencadear a síndrome da hiperestimulação ovariana (SHO) — uma complicação considerada bastante grave.
Ao permitir individualizar a dose mínima necessária para o estímulo ovariano realizado em cada paciente, o antimulleriano previne o risco de hiperestimulação e os problemas associados. Além disso, evita o uso desnecessário de gonadotropinas em mulheres que irão responder mal ao esquema de estimulação.
O que significam os valores de referência contidos no teste antimulleriano?
Como mostrado, avaliar a função ovariana ajuda a nortear os protocolos de tratamento em mulheres que passarão por um processo de reprodução assistida. Além disso, possibilita sugerir um prognóstico, ainda que de forma limitada.
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo),ainda não existem valores de referência internacionalmente validados para a dosagem do hormônio antimulleriano. Por isso, o consenso médico considera:
- o nível de hormônio antimulleriano inferior a 1,0 ng/mL como baixa reserva ovariana;
- o nível de hormônio antimulleriano superior a 3,5 ng/mL como alto risco de respostas excessivas em terapias de reprodução assistida.
Além disso, a contagem do hormônio antimulleriano também pode indicar a presença da síndrome dos ovários policísticos (SOP). Bastante comum, sabe-se que essa condição é a principal responsável pela infertilidade feminina.
Mas é preciso reforçar que nem o hormônio antimulleriano nem nenhum outro marcador de reserva ovariana é considerado capaz de estimar, precisamente, o declínio da capacidade reprodutiva. Ele, associado a contagem de folículos antrais no período menstrual realizada por especialista em reprodução traz mais a realidade ovariana Assim, a baixa quantidade de ovócitos não implica na impossibilidade de engravidar, assim como níveis normais não garantem o sucesso dos procedimentos de reprodução assistida.
Outro ponto a se considerar é que os resultados do teste antimulleriano indicam o funcionamento do ovário no momento presente, não sendo parâmetro para inferências relacionadas ao futuro reprodutivo. Na prática, isso significa que a gravidez pode ocorrer mesmo se o número de folículos estiver baixo.
De qualquer maneira, especialistas em reprodução assistida acreditam que a checagem do hormônio antimulleriano deverá ser cada vez mais solicitada para candidatas à realização de procedimentos de reprodução assistida. Afinal, os benefícios para mulheres nessa situação são indiscutíveis.
Portanto, caso você esteja se preparando para fazer um tratamento de fertilidade, é provável que o especialista responsável solicite um antimulleriano. Nesse caso, fique tranquila e realize-o conforme sua orientação. Independentemente do resultado, o teste ajudará a planejar sua terapêutica de maneira mais individualizada, com maiores chances de ser bem sucedida!
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