A ciência é uma das principais aliadas dos casais que têm dificuldade para engravidar. Além de tornar o desejo de serem pais algo concreto, permite ao homem e à mulher identificar o embrião mais viável para ser implantado no útero por intermédio do PGS (sigla em inglês para Screening Genético Pré-Implantacional). E por que pais e mães fazem isso?
Primeiro, porque um embrião viável faz com que as chances de a mulher engravidar sejam mais promissoras. Segundo, porque pela técnica de selecionar embriões é possível identificar doenças graves e hereditárias, difíceis de curar ou que não tem cura, e tem potencial para comprometer a qualidade de vida do indivíduo enquanto viver.
Como é feito o PGS
Para detectar as doenças genéticas e cromossômicas é utilizada uma pequena amostra do embrião pela qual os médicos fazem a análise dos 23 pares de cromossomos que contém todas as informações genéticas do ser humano. A atenção maior é destinada àqueles que estão mais relacionados às mudanças gênicas que afetam os bebês.
A seleção de embriões a serviço da vida
Com isso, é possível interromper a progressão de doenças hereditárias, por exemplo. Assim, caso a família toda da mãe sofra com uma doença que ela não quer que o filho tenha, ela pode realizar a fertilização in vitro e, com o PGS, identificar qual embrião está livre da patologia para transferir este embrião para o útero, evitando que mais uma pessoa da família e seus descendente tenham de viver com a enfermidade.
O Diagnóstico Genético Pré-implantacional também é uma esperança para famílias que convivem com doenças cuja cura ou recuperação depende de um doador compatível. Por exemplo, a leucemia, enfermidade que a personagem Kate, vivida pela atriz Sofia Vassilieva no filme Uma prova de amor (2009),enfrenta. Na tentativa de curá-la, os pais decidem ter Anna (Abigail Breslin) por meio de uma das técnicas de reprodução humana assistida. Segundo o exame de seleção de embriões, Anna era o ideal para completar e tranquilizar a família. Nesses casos, mais do que o embrião ser saudável, precisa possuir a mesma carga genética da pessoa doente.
Questões éticas envolvidas
Algumas vidas já foram salvas e outras surgiram por essa prática, que é, sim, permitida no Brasil e regulada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM),que é o responsável por estabelecer regras de conduta para a reprodução assistida no país.
O que o CFM proíbe é usar o PGS para selecionar embriões com características físicas específicas (sexo, olhos azuis, cabelo castanho e assim por diante). Essa é uma prática condenada pelo Conselho, passível de punição.
Todos ganham quando os importantes recursos da ciência são usados a serviço da vida e é a isso que precisam estar atentos, tanto os casais que buscam o auxílio dos especialistas em reprodução humana assistida para engravidar, quanto médicos com conhecimento na área e a população em geral.