Muitas mulheres têm optado pela gravidez depois dos 35 anos de idade — contrariando as consagradas recomendações médicas para otimizar a concepção na juventude. A necessidade de se estabelecer na carreira e se dedicar à formação acadêmica são alguns dos fatores determinantes na decisão de prorrogar a chegada dos filhos. Mas, por mais saudáveis que essas mulheres sejam, o relógio biológico feminino é rigoroso. Assim, para a maioria delas, o adiamento da gestação só é possível graças aos avanços na área da reprodução assistida.
Neste artigo, abordamos os principais riscos de esperar para engravidar. Veja também quais medidas ajudam a minimizá-los e alguns dos benefícios de ser uma mãe mais velha.
A maternidade tardia deixou de ser uma escolha da minoria?
A maternidade tardia tem sido cada vez mais comum. A gravidez depois dos 35 anos é um fenômeno contemporâneo mundial. Nos Estados Unidos, 1 em cada 5 mulheres tem filhos após essa idade.
Um levantamento realizado pelo núcleo de inteligência do jornal Folha de São Paulo, com base em dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc),do Ministério da Saúde, traz dados interessantes sobre o fenômeno no Brasil. Segundo ele:
- de 1998 a 2017, o percentual de brasileiras com mais de 35 anos que deram à luz aumentou 65%;
- nesses mesmos 20 anos, a quantidade das que tiveram filhos entre 20 e 29 anos caiu 15%.
Outro indicativo importante é o aumento no número de embriões congelados no País. Segundo o mesmo levantamento, até 2008 havia 47 mil. Dez anos mais tarde, houve um crescimento de 65% na realização da técnica, somando 78 mil embriões criopreservados em 2018.
Quais são os riscos da gravidez depois dos 35 anos (para a mãe)?
A fertilidade feminina começa a diminuir por volta dos 25 anos, reduzindo, consideravelmente, a partir dos 35. Sabe-se que, a principal causa da infertilidade feminina é a idade avançada.
Entre as que conseguem engravidar, os riscos de uma gravidez depois dos 35 anos são muitos. Quanto mais velha a mãe:
- maiores as chances de ter doenças associadas (como obesidade, problemas cardiovasculares, endócrinos, renais, autoimunes e câncer);
- mais chances de ter complicações gestacionais (como aborto espontâneo, gestação ectópica, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia).
Quais são os riscos da gravidez depois dos 35 anos (para o bebê)?
Em relação aos riscos para o bebê, em mães com mais de 35 anos aumentam as chances de a criança nascer com baixo peso ou ser prematura. Fora isso, há mais chances de ter síndromes cromossômicas, como Síndrome de Down. Enquanto que aos 30 anos esse risco é de 0,1%, aos 35 aumenta 3 vezes e, aos 40, cerca de 20 vezes.
Também há o risco de o bebê nascer com alguma malformação. Nesse caso, as alterações cardiovasculares são as complicações mais presentes. Por fim, aumentam as chances de óbito fetal intrauterino — principalmente em grávidas com mais de 37 anos.
Como minimizar os possíveis riscos associados à gestação tardia?
Se a gestação não ocorrer após 6 meses de tentativas, quem deseja ser mãe após os 35 pode precisar de acompanhamento especializado. As causas da infertilidade devem ser investigadas e tratadas, tanto para que as chances de conseguir engravidar aumentem, bem como as de ter uma gravidez sem intercorrências.
Além disso, entre mulheres que desejam adiar, ainda mais, a gravidez, é necessário recorrer ao congelamento de óvulos ou embriões. O procedimento é feito para preservar as células reprodutivas que estejam em perfeito estado, as quais podem ser usadas em um tratamento de reprodução assistida no futuro.
Quais são os benefícios de ser mãe após os 35 anos?
Respeitar o próprio tempo é o principal benefício da maternidade tardia. Além disso, a maturidade traz ingredientes importantes para criar um filho, como mais paciência, melhor controle emocional, mais tempo livre e até melhores condições financeiras.
Assim, um dos lados bons dos avanços na reprodução assistida é não precisar se conformar com um diagnóstico de infertilidade precoce. Diversos tratamentos (mais ou menos invasivos) podem ajudar as mulheres a se tornarem mães quando decidirem que é a melhor hora. Quando bem assessorada, uma gravidez depois dos 35 anos tem grandes chances de ser um sucesso!
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