O aborto espontâneo ocorre em aproximadamente 10% dos casos de gravidez, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Devido ao seu aspecto traumático, o aborto pode gerar transtornos de ordem psicológica e, até mesmo, afetar o sistema reprodutivo da mulher.
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Leia o artigo e conheça as principais causas, fatores de risco e tratamento para o aborto espontâneo:
Aborto espontâneo: quais são as causas relacionadas?
O aborto espontâneo é mais comum do que imaginamos, embora algumas gestações estejam mais predispostas a vivenciá-lo.
Na maioria dos casos não há um motivo aparente para o aborto espontâneo. Por isso, nessas situações não é possível preveni-lo, mesmo que se mantenha hábitos saudáveis e boa saúde.
A definição de aborto espontâneo se dá pela interrupção natural de uma gestação pelo próprio organismo da mulher, que tende a ocorrer até o quinto mês de gravidez. O que acontece é que os embriões não conseguem se desenvolver como deveriam e isso gera a impossibilidade de sobrevivência dentro do organismo materno, o que provoca a parada do desenvolvimento dos mesmos.
Embora seja uma situação que, na maioria das vezes, acontece sem motivos de maiores explicações, há casos em que o aborto pode ser observado a partir de algum distúrbio do organismo feminino.
Quando isso acontece, muito provavelmente, o aborto está relacionado aos seguintes fatores:
- alterações uterinas, que podem ter origem congênita ou adquiridas;
- fatores endócrinos, como a alteração no funcionamento da tireoide e diabetes; fatores imunológicos, como as doenças autoimunes, principalmente;
- infecções diversas.
Além dessas questões colaboradoras para o problema, alguns fatores de risco estão relacionados ao aumento das chances de uma gestante sofrer um aborto espontâneo.
Como prevenir um aborto espontâneo?
Mesmo que não haja uma forma de prever o aborto espontâneo, é possível adotar algumas medidas que diminuem a probabilidade de que aconteçam.
Uma das mais eficazes é controlar os principais fatores de risco, que podem contribuir consideravelmente para a interrupção precoce da gravidez. São eles:
- idade: quanto mais avançada a idade da mulher, maior o risco de aborto;
- antecedente de aborto espontâneo/ aborto de repetição: a probabilidade de sofrer aborto aumenta após duas ou mais perdas;
- tabagismo, consumo de drogas e álcool;
- uso de anti-inflamatórios não hormonais;
- alto consumo de cafeína, mais de quatro xícaras de café expresso por dia;
- extremos de peso, como magreza ou obesidade.
Embora seja muito recorrente que as mulheres busquem compreender o que houve de errado para levar ao aborto, a investigação médica da causa do problema só acontece quando o quadro corresponde a abortos recorrentes. É o que chamamos de abortos de repetição.
Abortos de repetição: o que é preciso saber
O aborto de repetição é classificado em mulheres que já sofreram mais de três abortos, com menos de 20 semanas de gestação. Quando isso acontece, as causas devem ser investigadas pelo médico e um acompanhamento deve ser realizado com maior atenção.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), as causas que levam aos abortos de repetição podem incluir:
- causas genéticas;
- fatores anatômicos, como a síndrome de Asherman;
- leiomiomas uterinos;
- pólipos endometriais;
- incompetência istmo-cervical;
- defeitos de desenvolvimento uterino, como útero bicorno, útero septado e útero didelfo;
- fatores endócrinos, como a síndrome dos ovários policísticos;
- doenças autoimunes;
- síndrome de anticorpo antifosfolípide (SAAF).
No entanto, graças a evolução da medicina reprodutiva, hoje em dia é possível fazer um diagnóstico seguro e totalmente confiável por meio de um exame que permite acompanhar a gestação de uma mulher que já passou por abortos de repetição.
Diagnóstico seguro
Passar por abortos consecutivos pode desestabilizar a saúde emocional da mulher que deseja ser mãe. Assim, qualquer sinal de anormalidade pode gerar muita ansiedade e medo de levar a frente uma nova gestação.
Como vimos, são diversas situações que podem desencadear um aborto espontâneo, podendo, inclusive, apresentar várias causas e fatores combinados.
No entanto, quando a investigação médica atribui a causa a um fator genético, é possível observar o caso com maior profundidade e evitar perdas futuras. Dessa forma, a mulher pode preparar a sua gestação a partir de uma melhor observação de suas possibilidades como mãe.
Mas de que forma isso é feito?
O Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (PGD)é um exemplo do que pode ser feito para mulheres que apresentam quadros de aborto de repetição. Consiste em um exame diagnóstico que pode ajudar a identificar e prevenir a manifestação de doenças genéticas antes de iniciar uma nova gestação.
Além do diagnóstico, o PGD permite fazer uma seleção eficaz para a transferência de apenas embriões geneticamente normais. Graças a essa investigação, é possível planejar uma gravidez com maiores chances de sucesso, por meio de um tratamento de reprodução assistida.
Atualmente, a maioria das clínicas de reprodução utiliza o Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (PGD). Isso pois aliado às técnicas de reprodução assistida, como a ICSI, é possível reduzir, consideravelmente, as chances de recorrência do abortamento.
Ao mesmo tempo, quando a mulher que passa por abortos de repetição e gestações arriscadas opta por realizar uma técnica de reprodução assistida combinada com o PGD, é capaz de reduzir o tempo de alcance de uma gestação saudável.
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