A insuficiência istmo cervical (IIC) é uma doença que pode gerar abortos tardios e partos prematuros.
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Isso acontece devido ao colo do útero que, em decorrência da doença, fica mais fraco que o natural e, consequentemente, provoca dilatação. No entanto, esse processo não causa contrações ou dores e, por isso, desencadeia uma gravidez de alto risco.
A doença é caracterizada como perigosa e alarmante e deve ser tratada cuidadosamente. De acordo com um estudo publicado na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, a insuficiência istmo cervical é responsável por cerca de 16% a 20% das perdas gestacionais ocorridas no segundo trimestre de gestação.
Leia o artigo e entenda sobre o problema, certificando-se sobre a melhor forma de tratá-lo:
Como descobrir se tenho insuficiência istmo cervical?
Na maioria das vezes, o diagnóstico da insuficiência de colo do útero nem sempre é fácil. Por isso, é fundamental investigar o histórico da paciente para confirmar a existência do problema.
Geralmente, mulheres que passaram por um aborto tardio ou um parto muito prematuro estão mais propensas a desenvolver a doença. Por ser uma doença silenciosa, é necessário identificar esses fatores de risco como sinais de alerta.
Além da observação de possíveis quadros anteriores de aborto espontâneo no segundo trimestre ou parto prematuro sem causa aparente, existem outros fatores que podem colocar a paciente em grupo de risco. São eles:
- histórico de algum tipo de procedimento para retirada de lesões pré-cancerosas no colo do útero, como a conização ou biópsia em cone;
- lesão no colo do útero resultante de um parto anterior, curetagem ou aborto;
- colo do útero mais curto que o normal.
Assim sendo, antes de engravidar novamente, é importante que a mulher procure um profissional especializado e investigue o seu quadro clínico para verificar se há risco de desenvolver a doença.
O que comprova o diagnóstico?
O diagnóstico da insuficiência istmo cervical pode ser feito quando a mulher já está grávida ou quando tem apenas suspeitas.
Quando a mulher não está grávida, o diagnóstico pode ser feito por meio de uma anamnese sobre as perdas gestacionais anteriores, além do teste da vela 8 e histerosalpingografia.
Já o diagnóstico feito durante a gestação, além da avaliação de eventuais situações de prematuridade anterior, é feita uma análise dos sintomas específicos descritos fora do trabalho de parto.
Caso o médico também considere adequado, pode solicitar um ultrassom transvaginal desde o começo da gravidez, para verificar todas as condições do colo do útero da mulher.
Qual o tratamento para a doença?
Assim que o diagnóstico da insuficiência do colo do útero for concluído, alguns tratamentos possíveis serão indicados de acordo com o período de gestação.
Quando a dilatação indevida for descrita a partir do terceiro trimestre, o ideal é que a gestante faça uso de injeções de corticosteroide para ajudar a amadurecer os pulmões do bebê.
Além disso, a gestante também receberá a orientação de manter repouso absoluto, mantendo-se deitada, para evitar que o colo do útero sofra a pressão do peso da criança. Outra forma de tratar o problema é por meio de um procedimento cirúrgico.
Cerclagem: procedimento cirúrgico para tratar a doença
Outro tratamento possível é a cerclagem, que consiste em uma cirurgia que ajuda a manter o colo do útero fechado. Essa técnica é recomendada no início da gestação, em mulheres que já possuem um diagnóstico prévio de insuficiência istmo cervical.
Nesse caso, o procedimento é feito entre 13 e 16 semanas, antes que as alterações no colo do útero estejam muito aparentes. Isso acontece pois, se esse procedimento for realizado muito tardiamente, há um alto risco da gestante sofrer um parto prematuro.
Existem três técnicas principais de cerclagem:
- Shirodkar, que requer abertura da mucosa vaginal, por via transvaginal;
- Benson-Durfee, realizada por via abdominal;
- McDonald, que é a sutura circular transmucosa, também por via transvaginal;
Vale ressaltar que dessas alternativas acima, a mais utilizada é a McDonald, devido ao seu baixo nível de complicações posteriores.
O procedimento é feito no hospital, sob efeito de anestesia e, na maioria dos casos, a mulher consegue alta no mesmo dia. É comum que a paciente sinta um pouco de cólica, sensação de incômodo na região pélvica ou tenha um leve sangramento.
Após 36 ou 37 semanas de gravidez, os pontos da cirurgia serão retirados em consultório, e a mulher poderá esperar o trabalho de parto acontecer de maneira natural.
Como prevenir a insuficiência de colo do útero?
Como vimos, o principal indício de insuficiência cervical é o histórico de dilatação do colo uterino sem sentir dor. Por isso, dizemos que a insuficiência istmo cervical é uma doença silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas.
Sendo assim, a melhor maneira de prevenir a doença é por meio da identificação de um colo do útero mais curto e, a partir disso, é possível realizar uma investigação mais profunda.
Além disso, conhecer os fatores de risco também ajudam a mulher a se prevenir e manter-se sempre atenta sobre a possibilidade de desenvolver o problema.
Por isso, é fundamental fazer exames regulares e visitar um médico regularmente, principalmente se você deseja engravidar. Sem dúvida, essa é a melhor forma de evitar abortos e partos prematuros em decorrência da doença.
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