Criptorquidia é um termo de origem grega que significa testículo escondido. Trata-se de uma condição na qual o testículo “não desce”. Na maioria das vezes, é diagnosticada em bebês. Por meio do exame físico, o pediatra percebe que um ou ambos os testículos não estão no saco escrotal, permanecendo retidos nas regiões abdominal, inguinal ou supraescrotal.
Apesar de, geralmente, não gerar dores nem outros incômodos, se não houver a correção espontânea, o problema deve ser corrigido cirurgicamente. Do contrário, pode levar a problemas de saúde na vida adulta.
Não à toa, muitos pais se preocupam se essa condição causa infertilidade. Por isso, neste artigo vamos mostrar se quem tem criptorquidia pode ter filhos. Continue a leitura e descubra!
Quais são as causas da criptorquidia?
A criptorquidia acomete de 3 a 5% entre os nascidos a termo e em cerca de 30% dos prematuros. Na maioria dos casos, o problema é unilateral e o testículo escondido migra, naturalmente, em direção à bolsa escrotal durante os 6 primeiros meses de vida. Ao completar 1 ano de idade, somente 1% dos meninos ainda têm essa condição.
Não se sabe ao certo quais são as causas da criptorquidia. No entanto, a existência de histórico familiar da doença, problemas hormonais, entre outros fatores, tais como alcoolismo, tabagismo e contato com substâncias tóxicas durante a gravidez, aumentam as chances de o problema ocorrer.
Apesar de ser mais comum em bebês, em alguns meninos a criptorquidia pode acontecer mais tarde, entre os 4 e 8 anos. Nesses casos, um dos testículos ascende, ficando retido na região inguinal.
Outros pacientes têm os chamados testículos retráteis. De tempos em tempos, seus testículos entram e saem, espontaneamente, do saco escrotal. Além disso, podem ser facilmente empurrados com os dedos para o local correto.
Quais são os possíveis tratamentos?
A terapia hormonal para estimular a descida dos testículos presos foi amplamente testada, mas não se mostrou eficiente. Assim, o tratamento para a criptorquidia é sempre cirúrgico.
Na orquidopexia, o cirurgião reposiciona os testículos criptorquídicos que estejam saudáveis, colocando-os dentro da bolsa escrotal. O procedimento é relativamente simples, exigindo um pequeno corte na área da bolsa escrotal ou da virilha.
Já no caso de o testículo estrar atrofiado e com sinais de inviabilidade, realiza-se sua remoção. Dessa forma, minimizam-se as chances de ocorrem futuros problemas de saúde, entre eles o mais grave que é o cancer de testiculo.
Pós-operatório da orquidopexia
Meninos submetidos à orquidopexia costumam receber alta no mesmo dia ou, no máximo, na manhã seguinte. O pós-operatório é tranquilo, com uma considerável melhora do desconforto após 24 horas. Porém, recomenda-se que a criança evite permanecer sentada no primeiro mês, para prevenir lesões.
Precocidade do tratamento
A cirurgia pediátrica é indicada a partir dos 6 meses de idade, sendo realizada, de preferência, até os 2 anos. A precocidade assegura melhores resultados, principalmente no que diz respeito à fertilidade futura.
Nos casos em que a criptorquidia surge mais tarde, deve-se realizar a orquidopexia em um prazo de 6 meses. A rapidez ajuda a prevenir danos permanentes à produção de espermatozoides.
Quem teve criptorquidia pode ter filhos?
A criptorquidia pode desencadear diversas complicações, como hérnia inguinal e torção testicular. Outro problema associado é a compressão dos testículos, devido a traumas na área onde ele está retido. Existe, ainda, o risco aumentado para câncer do testículo.
Além disso, se não tratados, os testículos criptorquídicos podem provocar infertilidade. A boa notícia é que, quando a criptorquidia é unilateral, o tratamento cirúrgico costuma ser um sucesso.
No futuro, os meninos submetidos ao procedimento atingirão uma taxa de paternidade de 89,5%. Esse percentual é próximo ao da população masculina geral, que é de 94%.
Porém, em pacientes com criptorquidia bilateral, as chances de se tornar infértil aumentam. Eles apresentam um risco 6 vezes maior do que os meninos que tinham um único testículo criptorquídico. Por isso, talvez precisem recorrer a algum tratamento para infertilidade na vida adulta.
Assim, se não tratada, existem grandes chances de a criptorquidia causar infertilidade. No entanto, se após a confirmação do diagnóstico o paciente for submetido, rapidamente, à orquidopexia, as chances de ter uma futura vida reprodutiva sem complicações são muito altas. Ainda mais quando se trata de uma criptorquidia unilateral!
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