Publicado em 21/05/2019

Corrida contra o tempo: como funciona o ciclo reprodutivo feminino?

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ciclo reprodutivo feminino, tecnicamente conhecido como o menacme, ocorre entre a menarca – a 1ª menstruação – até a menopausa. Nesta fase as mulheres são capazes de engravidar. Na média da população feminina do nosso meio, o ciclo acontece entre 11 a 12 anos até próximo dos 40 anos. Claro que ao longo desses anos vários fatores poderão comprometer o potencial reprodutivo das mulheres.

Quer entender como funciona o ciclo reprodutivo feminino e como o passar dos anos impacta em suas funções? Então, continue a leitura!

Como é o ciclo reprodutivo feminino?

O ciclo consiste no espaço entre as menstruações. Ele pode variar de mulher para mulher e é importante que ela saiba o seu, para poder identificar o período ovulatório – quando estará fértil – tanto para ter mais chances como para evitar a gravidez. Este método descrito por Ogino-Knaus também é chamado de tabelinha.

Quais são as fases do ciclo reprodutivo da mulher?

Período Menstrual

Neste período, o endométrio descama e neste dia iniciamos o ciclo contando como o 1º dia.  Independente dos dias de fluxo de cada mulher, este processo acontece pela queda da produção hormonal ovariana, já que não houve fecundação do óvulo.

A partir deste momento os ovários inciam o recrutamento de um folículo – estrutura que liberará o óvulo – que produzindo o hormônio estrogênio fará o endométrio desenvolver-se e espessar – esta é a fase proliferativa.

Período Fértil

O folículo recrutado atinge um tamanho entre 17 e 21 mm. Os ovários estarão produzindo o estrogênio no maior nível no ciclo. Isto deixara o endométrio mais espessado e além dele a mulher perceberá um aumento da libido, maior lubrificação vaginal e a presença do muco cervical. Neste momento a hipófise libera o LH – hormônio da ovulação. Algumas vezes, uma mínima dor na pelve pode ocorrer de forma fisiológica – a dor ovulatória ou mittelscmerz.

A fase fértil pode durar até 3 dias, porque um espermatozoide pode conseguir fertilizar um óvulo em até 60 horas após penetrar na pelve feminina. O óvulo, depois de liberado, via de regra consegue ser fertilizado em até 12 a 18 horas.

E como saber quais são esses dias caso essa mulher não perceba os sinais da ovulação? Existem os aplicativos que fazem o cálculo após pelo menos 3 ciclos anotados.

Como e feito esse cálculo? Sabemos que o período entre a ovulação e a menstruação é de 13 a 15 dias em todas as mulheres. O que muda então? O tempo até a ovulação. Veja os exemplos:

  • Ciclo de 26 dias – ovulação no 12º dia do ciclo.
  • Ciclo de 27 dias – ovulação no 13º.
  • Ciclo de 28 dias – ovulação no 14º.
  • Ciclo de 29 dias – ovulação no 15º.
  • Ciclo de 30 dias – ovulação no 16º e assim por diante

Após a ovulação, inicia a produção da progesterona. Este é o hormônio que dá os sintomas de dor nas mamas, retenção hídrica e diminuição da libido, mas é de suma importância para preparação do endométrio que deverá estar pronto para receber o embrião caso haja fecundação.

Havendo fecundação o HCG – hormônio da gravidez – mantém a produção hormonal do ovário e não haverá menstruação. Não ocorrendo fecundação, o corpo lúteo – folículo que rompeu e liberou o óvulo – sera reabsorvido, cairá o nível hormonal e vira nova menstruação!

Como a idade afeta o ciclo reprodutivo feminino?

Os óvulos que a mulher ovula em toda a sua vida já existem antes mesmo de nascer, ainda no 6º mês da sua gestação. Por isso, além da diminuição dos óvulos, a idade traz uma menor capacidade de a célula do óvulo ser fertilizada.  Assim, a taxa de gravidez vai caindo e a de aborto vai subindo com o avançar da idade.

Quais são os tratamentos para infertilidade?

TRATAMENTOS DE BAIXA COMPLEXIDADE

  1. COITO PROGRAMADO:neste tratamento, além de usarmos medicação para aumentar a capacidade ovulatória, controla-se a resposta dos ovários com Ultrasom transvaginal (USTV) e quando o folículo estiver no tamanho adequado usa-se medicação para que ele rompa em dia mais calculado, orientando o casal a manter relações sexuais neste dia. Técnica indicada para jovens anovuladoras principalmente.
  2. INSEMINAÇÃO INTRA UTERINA (IIU):assim como no coito programado, os ovários são estimulados com medicação e controlados por USTV. Quando o(s) folículo(s) estiverem prontos usa-se medicação para que rompam e no período específico coleta-se o sêmen – quando ele não provem de um banco de sêmen – e após o preparo laboratorial a amostra e injetada no fundo do útero. Mais indicada para casais com amostra seminal limítrofe – contagem entre 10 e 15 milhões/ml, também para casais homoafetivos ou após cirurgia para retirada de endometriose entre outros.

TRATAMENTOS DE ALTA COMPLEXIDADE

  Também conhecidos como ART – da sigla em inglês de Técnicas de Reprodução Assistida – são as técnicas onde se utiliza o laboratório de reprodução humana.

Basicamente utiliza-se duas formas – FIV (Fertilização in vitro) e ICSI ( Injeção Intracitoplasmatica de Espermatozoide).

Em ambas, as mulheres são bastante estimuladas com medicações orais e injetáveis. O controle é feito por USTV e dosagens hormonais eventuais. Quando os folículos estiverem no tamanho ideal será realizada a retirada de todos os óvulos através de uma punção via vaginal guiada por USTV, estando essa mulher sedada. No mesmo momento o homem coleta o sêmen. Caso ele seja vasectomizado o urologista fará a retirada dos espermatozoides diretamente do epidídimo ou do testículo.

A diferença entre ICSI e FIV está na técnica laboratorial. A ICSI – realizada em 90% dos casos – a embriologista seleciona os melhores espermatozoides e para cada óvulo injeta um espermatozoide. Nos casos de punção do testículo apenas essa técnica pode ser usada. Na FIV, a embriologista coloca na placa o óvulo com cerca de 150 mil espermatozoides ao redor.

A diferença de taxa de fecundação fica em cerca de 80% na ICSI e de 60 % na FIV.

Depois do cultivo dos embriões no laboratório por 5 dias os blastocistos (embriões de D5) serão introduzidos na cavidade uterina e os excedentes criopreservados (congelados para futuras tentativas).

Congelamento de óvulos

Quando se está no auge do ciclo reprodutivo feminino, mas se deseja adiar a gravidez ou se por ventura alguma doença maligna surgir e for necessário quimioterapia, recomenda-se o congelamento de óvulos. Graças à técnica, é possível preservar a qualidade das células reprodutivas, garantindo a existência de ovócitos saudáveis para o futuro.

Assim, independente do avanço do tempo, a mulher pode experimentar a maternidade com ovócitos próprios, gerados na sua idade mais fértil. E o congelamento, vale destacar, não gera nenhum comprometimento da reserva ovariana.

Agora que você entendeu como funciona o ciclo reprodutivo feminino, assuma a responsabilidade sobre a sua fertilidade. Adote um estilo de vida saudável, vá às consultas ginecológicas de rotina e faça os exames de check-up. E, em caso de dificuldade para engravidar ou desejo de adiar a maternidade, procure a ajuda de um especialista  em reprodução humana!

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Publicado por: Dr. Marcelo Costa Ferreira - Ginecologista - CRM/SC 7223 e RQE 2935
Formado em Medicina pela FURB, Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, Especialização em Reprodução Humana no Centro de Referência da  Saúde da Mulher em São Paulo e Especialização em Reprodução Assistida

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