Você alguma vez se perguntou como fica a fertilidade pós-bariátrica? Sabe-se que a obesidade já foi associada a diversas doenças, capaz de afetar milhões de pessoas ao redor do mundo.
Entre as doenças mais comuns, relacionadas à obesidade, destacam-se o diabetes, a hipertensão, condições osteoarticulares, varizes, diversos tipos de câncer, dificuldades respiratórias e com o sono, doenças do fígado e da vesícula. Além disso, também tem sido observado a influência do excesso de peso sobre a capacidade reprodutiva, de modo que mulheres obesas tendem a ter mais dificuldade para engravidar.
A capacidade de conceber e ter filhos é um dos aspectos mais significativos da vida de casais que desejam formar uma família. No entanto, para algumas mulheres, o sonho da maternidade pode ser afetado por diversos fatores, incluindo a obesidade.
Relação entre fertilidade e obesidade
Antes de abordar a relação entre a fertilidade e a cirurgia bariátrica, é essencial entendermos a influência da obesidade nesse processo. Afinal, essa é uma condição de saúde complexa que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo capaz de interferir na fertilidade de homens e mulheres.
É importante destacar que a obesidade pode levar a distúrbios hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), que podem causar desequilíbrios na ovulação. Além disso, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), embora seja possível que algumas mulheres obesas consigam engravidar naturalmente, a condição pode afetar negativamente a capacidade reprodutiva.
No geral, o tratamento inicial da obesidade sempre envolve mudanças no estilo de vida que incluem alimentação saudável e atividade física. Contudo, em alguns casos é recomendado o tratamento cirúrgico, chamado cirurgia bariátrica.
O que é a cirurgia bariátrica?
A cirurgia bariátrica é um procedimento que busca tratar a obesidade e suas complicações. É indicada para casos de obesidade mórbida ou obesidade severa associada a outras condições que comprometem a saúde.
O objetivo é promover a perda de peso significativa e sustentável, melhorando a saúde geral do paciente. Normalmente, o grau de obesidade é dado pelo índice de massa corporal (resultado da divisão do peso pela altura ao quadrado).
A fertilidade pós-bariátrica
Embora seja comumente esperado que a capacidade reprodutiva melhore após o tratamento cirúrgico de perda de peso, estudos revelaram que a cirurgia bariátrica pode ter um impacto negativo na fertilidade. Isso foi demonstrado devido a maior dificuldade para engravidar dessas pacientes por meio da reprodução assistida.
As mulheres submetidas à cirurgia apresentaram um menor número de folículos nos ovários, células que vivem nos ovários e que, com o decorrer dos ciclos reprodutivos, podem se tornar óvulos. Além disso, um menor número de óvulos retirados para tratamento e menor índice de amadurecimento deles.
Ou seja, os óvulos não chegavam ao estado de maturação que precisariam chegar para que conseguissem ser posteriormente fertilizados. Contudo, isso não quer dizer que a gravidez seja impossível, afinal há profissionais que afirmam que a cirurgia bariátrica apresenta benefícios sobre a fertilidade.
A perda de peso resultante do procedimento pode ajudar a regular os desequilíbrios hormonais associados à obesidade, como a SOP, o que pode levar a uma melhoria na ovulação e na qualidade dos óvulos. Por mais que exista uma melhoria na fertilidade pós-bariátrica, é fundamental que as mulheres que desejam engravidar após o procedimento recebam acompanhamento médico especializado, afinal, a cirurgia bariátrica não garante a fertilidade instantânea. o que pode garantir é a diminuição do peso.
O processo de concepção pode levar algum tempo após o procedimento, à medida que o corpo se adapta às mudanças metabólicas e hormonais. De modo geral, é importante realizar um planejamento familiar consciente, já que são inúmeras as condições que exercem influência sobre a capacidade reprodutiva da mulher e do homem. Lembre-se que algumas dificuldades podem ser contornadas e, por isso, uma conversa aberta com o parceiro e com o médico especialista deve ajudar na tomada da melhor decisão.
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