Carregar um bebê nos braços. É grande o número de casais que têm essa vontade e também a quantidade de casais que não conseguem realizar esse desejo. Segundo a Organização Mundial da Saúde no Brasil, um em cada 10 casais apresentam problemas de fertilidade.
As causas são diversas. A infertilidade masculina pode ser provocada pela varicocele, processos infecciosos, exposição a toxinas, fatores genéticos, reação fisiológica, alterações hormonais, obstrução dos dutos de transporte e infertilidade idiopática. Já a fertilidade feminina pode ser afetada pelas disfunções ovarianas, como falência ovariana precoce, estresse, excesso de prolactina, síndrome dos ovários policísticos, e disfunção na tireoide.
Até descobrir o que há de errado para realizar o tratamento adequado, o casal vive um período de incertezas que desperta intensas e diversas emoções, uma vez que tal desejo se insere dentro de um campo psíquico carregado de significações inconscientes.
Quando as emoções emergem é hora de buscar ajuda
A impossibilidade de gerar o filho naturalmente faz com que o homem e a mulher tenham de ressignificar o ato de tentar ser mãe e pai com a ajuda das técnicas de reprodução humana assistida. Diante dessa nova realidade, surge uma série de preocupações. A principal delas é se o tratamento vai alcançar o objetivo de dar ao casal a chance de viver a experiência da maternidade e paternidade.
Junto com as incertezas, surgem os mais diversos sentimentos, que determinam como a infertilidade vai ser vivida pelo casal e pelo homem e a mulher, individualmente. Cada um vivencia o momento com base no seu próprio conceito social, cultural e emocional, e levam toda essa significação para a formação da sua visão como casal.
Por exemplo, caso a mulher acredite que é seu papel conceber um filho, o fato de não conseguir fazer isso naturalmente pode fazer com que ela se puna, gerando barreiras para a solução do problema. Da mesma forma, o homem pode sentir que sua virilidade de procriador foi afetada e ter dificuldade para dar o próximo passo. E sem que esses conceitos sejam dissociados, há a possibilidade de o sucesso do tratamento ficar comprometido.
Como as dificuldades psicológicas dos pacientes inférteis são complexas e influenciadas por fatores como diferenças de gênero, causas e duração da infertilidade, estado específico da investigação clínica e procedimentos aos quais os pacientes são submetidos, torna-se pertinente o casal ter acompanhamento psicológico para enfrentar as próprias questões internas para estar mais próximo da realização do desejo de formar uma família. Assim, ao ao invés de fugir de suas sensações e sentimentos, o casal usa sua capacidades para aprender, buscando novas formas de lidar com as situações estressantes e alcançar o êxito.