Publicado em 31/10/2011

Vacina contra o HPV – Vírus causador do câncer cervical

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O câncer cervical, ou câncer de colo de útero, é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres do mundo inteiro, com impacto relevante, portanto, na saúde feminina. A sua etiologia relaciona-se à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV),vírus sexualmente transmissível, e outros fatores de risco associados, como fatores genéticos, de exposição ambiental e socioeconômicos.

É devida à alta incidência desse tipo de câncer que é indicada a realização do exame preventivo de colo de útero, ou Papanicolau, todos os anos, para fazer o diagnóstico precoce de alterações nessa região, pois quanto mais cedo elas forem detectadas, maiores as chances de se tratar e evitar complicações.

Há, atualmente, duas vacinas desenvolvidas para prevenção da infecção pelo HPV, que abrangem os principais subtipos do vírus associadas à ocorrência de câncer cervical, entre os mais de 200 subtipos existentes. Ambas as vacinas já foram aprovadas para comercialização no Brasil e estão disponíveis em serviços de saúde privada.

A vacina Gardasil® (Merck & Co.) é quadrivalente, protegendo contra infecção pelos subtipos 6, 11, 16 e 18 de HPV. E a vacina Cervarix® (GlaxoSmithKline Biological) é bivalente, e protege contra infecções pelos HPVs subtipos 16 e 18.

Hoje, a indicação das vacinas limita-se às mulheres de 9 a 26 anos, entretanto ela só confere imunidade para as mulheres que ainda não foram expostas ao HPV, o que se espera apenas nas mulheres que não iniciaram atividade sexual.

Conforme estudo sobre o impacto da vacina de prevenção do HPV, publicado no Jornal do Instituto Nacional do Câncer da Colômbia, em março de 2010, a aplicação da vacina, em grande escala, diminuiria as taxas de incidência do câncer, bem como das anormalidades na citologia cervical e necessidade de gastos da saúde pública com diagnóstico e tratamento. Outra pesquisa, publicada no jornal Lancet, em julho de 2009, demonstrou a diminuição da ocorrência de câncer e presença do HPV nas mulheres vacinadas.

No entanto, as vacinas ainda não estão disponíveis nos serviços de saúde pública no Brasil, pois, segundo o INCA, os gastos seriam muito grandes, já que a vacina é importada, e não aboliria a necessidade de rastreio do câncer cervical por meio do exame preventivo, pois ela não protege contra todos os subtipos de HPV. Os subtipos abrangidos pelas duas vacinas são os mais frequentes nos EUA, e de forma análoga no Sudeste do Brasil, mas elas não abrangeriam às demais regiões brasileiras, como o Nordeste, por exemplo. A vacina ineficaz, neste caso, daria ainda uma falsa sensação de segurança, o que também é prejudicial.

O geneticista Willy Beçak, presidente do Instituto Butantan, pelos motivos apresentados, está desenvolvendo com sua equipe uma vacina nacional contra o HPV. A ideia é utilizar um componente do DNA, presente em todos os subtipos de HPV, que tornaria a vacina eficaz em qualquer região. A previsão é de que a vacina esteja disponível à população dentro de 8 anos.

O Dr. Jean Maillard, ginecologista da Clínica Fecondare (CRM-SC 9987 e CRM-RS 13107),salienta que a vacina atualmente não deve privar as mulheres da proteção conferida com o uso de preservativos, tanto o masculino quanto o feminino.

Atualmente, complementa Maillard, apenas as pessoas que tem acesso ao ginecologista de forma rotineira são as  que podem utilizar as vacinas disponíveis e estas, realizando seu exame de Papanicolau anualmente, não previnem o HPV, mas sim o câncer de colo uterino, que é o grande vilão da infecção pelo vírus.

Dr. Jean conclui o tema dizendo: “Apenas quando as pesquisas desenvolverem vacinas com imunidade contra todos os sub-tipos virais de HPV e foram utilizadas a nível de saúde pública, poderemos colocar a vacina anti-HPV nos programas de vacinção de massa e para ambos os sexos”.

Artigo elaborado pela equipe Fecondare em parceria com a E-saúde.

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Publicado por: Equipe Fecondare

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