Estar grávida é uma condição que exige muito, tanto do corpo como do emocional da mulher. Tendo sido ou não, preparada para esse momento, essa exigência pode acabar gerando alguns sintomas, como dores de cabeça, enjoo, mal-estar, cansaço, azia, fraqueza, que acabam se tornando muito comuns para a grande maioria das gestantes. É fato que muitas medicações são proibidas durante esse período, pelo risco que causam ao feto em formação e ao bem-estar da gestação e, por isso, essas mulheres ficam com poucas opções de alívio para seus sintomas. Essa é uma das razões para o seu frequente consumo de produtos ditos “naturais”, como, por exemplo, chás de modo em geral.
Ainda há poucos estudos sobre os efeitos dessas substâncias no organismo da gestante e curiosamente a quase totalidade das pessoas tende a acreditar que esse tipo de tratamento está completamente isento de malefícios, o que não é sempre verdade. Com o aumento da procura por terapias alternativas nos últimos anos, aumentou o interesse da ciência em desvendar seus pontos positivos e negativos. Esse conhecimento se torna muito mais relevante no contexto do desenvolvimento do feto que é tão sensível às substâncias vindas “de fora”, que poderiam comprometer a sua formação e o seu desenvolvimento.
No ano de 2012, pesquisadores italianos de diferentes universidades fizeram um estudo sobre essa questão e concluíram que o consumo de suplementos fitoterápicos é de fato muito frequente entre as gestantes e que pouco se sabe sobre seus reais efeitos. Uma associação encontrada por eles foi entre o uso de óleo de amêndoas (usado para prevenir estrias) e o parto prematuro. Várias explicações foram propostas para isso, dentre elas a ação de substâncias contidas do óleo sobre a musculatura do útero e o próprio efeito mecânico da massagem necessária para a sua aplicação. Outros efeitos associados ao consumo de fitoterápicos foram a diminuição da taxa de gravidez em mulheres que se submeteram a técnicas de reprodução assistida, o nascimento de bebês pequenos para a idade gestacional ou bebês de baixo peso (este último associado ao uso de chá de camomila).
Os estudos ainda são escassos e exatamente por isso não há conhecimento científico suficiente para dizer até que ponto os benefícios desse tipo de terapia superam os seus riscos. Por mais reconfortante que elas sejam, em sendo uma substância química, tem o potencial teórico de prejudicar o feto, por isso é necessária a orientação de profissionais especializados em reprodução antes do consumo de fitoterápicos durante a gestação.
Publicado em 12/10/2014 - Atualizado 26/07/2019
Suplementos fitoterápicos durante a gravidez: prejudiciais ou benéficos?
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Publicado por: Equipe Fecondare