Causada pelo parasita trichomonas vaginalis, a tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível (DST). É importante estar atento aos sintomas da tricomoníase para evitar possíveis complicações. Da mesma forma, é importante saber que é possível uma pessoa apresentar essa e outras DSTs sem apresentar todos os sintomas associados a ela. No entanto, na aparição de uma ou outra sinalização, fique atento e esteja pronto a procurar um médico especialista. Assim, é possível evitar complicações.
Sintomas da tricomoníase manifestados por cada sexo
Nas mulheres
- Aparecem durante ou após o período menstrual;
- provocam dor durante as relações sexuais;
- causam coceira na área vaginal;
- em alguns casos, surge coceira na parte interna das coxas;
- geram dificuldade e/ou dor para urinar;
- desencadeiam corrimento vaginal de cor amarelada ou esverdeada espumosa, com um cheiro forte característico.
Nos homens
- Provocam queimação após ejacular;
- causam queimação após urinar;
- geram coceira e dor na uretra;
- provocam presença de corrimento uretral.
A tricomoníase é transmitida por meio de sexo vaginal sem proteção. Qualquer pessoa sexualmente ativa pode contrair a doença. O contágio não ocorre pelo sexo oral ou anal, nem por beijos e outros contatos mais superficiais. No entanto, a utilização de utensílios sexuais durante o sexo podem ser um veículo para o parasita causador da doença.
A tricomoníase pode ser confundida com a candidíase, o que é um perigo para o paciente, já que necessita de urgência no tratamento. É importante que o especialista que tratar a doença insista em realizar exames laboratoriais de análise da secreção vaginal e o papanicolau, que verifica a saúde do colo do útero.
A eficiência no diagnóstico é fundamental para que a doença não seja confundida com outras, semelhantes. O tratamento da tricomoníase é feito com antibióticos. Ambos os parceiros devem ser medicados, mesmo que não apresentem sintomas.
Durante e após o tratamento, considera-se fundamental a abstinência sexual por um determinado período, segundo orientações do médico. Esse período pode variar, mas de uma maneira geral, a recomendação é que se evite o contato sexual durante duas a três semanas após o término do tratamento medicamentoso. Assim que voltar a ter relações sexuais, é importante que qualquer desconforto seja seguido de um maior tempo de reclusão sexual, para que o organismo se recupere.
Complicações
Se houver o contágio por trichomonas e a pessoa for saudável, o tratamento surte efeito e não causa complicações. Em casos demasiadamente graves, pode levar à anemia, destruição do sistema hematopoiético, exaustão, perda de visão e hipoxia geral.
Nas mulheres, as possíveis complicações podem levar a:
- endometrite (inflamação do útero);
- salpingite (inflamação das trompas);
- cistite;
- adesões que inflamam os ovários;
- pielonefrite;
- aborto espontâneo;
- complicações pós-natais;
- nascimento de crianças com deficiência.
Em alguns casos, a mucosa vaginal infectada pode enfraquecer o colo do útero e a probabilidade de contrair outras infecções aumenta. Além disso, a tricomoníase se caracteriza como porta de entrada para clamídia, podendo causar infertilidade. Isso acontece pois o protozoário da tricomoníase é parecido com um espermatozóide, por apresentar uma cauda que abre caminho para a clamídia seguir pelo canal do útero.
Os homens podem apresentar:
- disfunções sexuais;
- prostatite;
- inflamação do pênis;
- viabilidade de espermatozoides reduzida;
- infertilidade.
Também pode aumentar as chances de desenvolver câncer de próstata, principalmente quando a doença é negligenciada, geralmente por não apresentar sintomas. Isso acontece pois o trichomonas vaginalis ativa um grupo de proteínas que pode levar a uma reação em cadeia e ao consequente aparecimento do tumor.
Previna-se da tricomoníase
Caso uma pessoa já tenha tido a doença e tiver sido medicada, isso não significa que esteja imune à tricomoníase. A melhor maneira de se proteger contra a infecção por trichomonas é o sexo com camisinha, seja vaginal ou anal. Caso utilize acessórios na hora do sexo, é indispensável o uso do preservativo, assim como lavá-los após a utilização. Outro cuidado importante é fazer exames regulares, a cada seis meses, além de procurar um médico caso algum sintoma estranho se manifeste.