Quase 10% das gestantes sofrem de asma, sendo o controle da doença sabidamente benéfico tanto para a mãe quanto para o bebê. Alguns estudos já associaram essa condição a maiores riscos de complicações relacionadas à gravidez, como a pré-eclâmpsia (grave aumento de pressão arterial),a necessidade de cesárea, baixo peso do recém-nascido e malformações congênitas, mas ainda pouco se sabe se o tratamento da asma pode causar aborto.
Por que o tratamento da asma pode causar aborto?
Um estudo canadense realizado neste ano buscou elucidar essa questão e concluiu que de fato pacientes asmáticas estão sob maior risco de aborto espontâneo do que gestantes sem a doença, principalmente aquelas que estão mais severamente acometidas. Uma das explicações para esse achado foi o fato de que toda vez que uma gestante tem uma “crise de asma”, ela provoca uma situação temporária “de falta de oxigênio” para o bebê, já que ela mesma não está respirando adequadamente. Outra explicação seria um possível efeito adverso da medicação utilizada pela gestante para alívio dos sintomas. Outra conclusão a que o estudo chegou foi de que as gestantes com asma estão sob menor risco de aborto induzido ou terapêutico, possivelmente porque essas pacientes estão em acompanhamento médico mais rigoroso em função da doença.
Percebe-se, dessa forma, a importância do bom controle da asma na gestante, objetivando o seu próprio bem-estar e o de seu futuro bebê. É possível se precaver das crises de asma buscando-se evitar a gripe, o estresse emocional cotidiano, o contato com a fumaça do cigarro e com o mofo, mudanças bruscas de temperatura, exercícios físicos muito intensos e a ansiedade que surge no momento da crise. É sempre importante consumir bastante líquido, manter um sono tranquilo, praticar atividade física regularmente e ter acompanhamento médico. A promoção da saúde da gestante é condição essencial para o bem-estar do seu bebê.