Por muito tempo se pensou que as mulheres eram responsáveis pelos problemas de fertilidade do casal, mas nos últimos anos aprendemos que ambos, homem e mulher, podem ser acometidos por alguma condição específica que os impeça de ter filhos. E, com isso, aos poucos, os homens foram aceitando que o problema poderia, sim, estar com eles, deixando de ser a responsabilidade sobre a gravidez algo exclusivo da mulher.
Quando o casal enfrenta dificuldades para engravidar, muitas vezes a opção é recorrer ao tratamento da infertilidade com a reprodução assistida. Mas, mesmo assim, alguns pacientes permanecem insatisfeitos e essa sensação pode levá-los à depressão.
Muitos estudos são realizados com homens que estão em tratamento com fertilização in vitro. Foi observado que a técnica de escolha para a fertilização em determinados pacientes (mesmo sendo a mais apropriada para o caso) pode influenciar negativamente o seu estado emocional.
A reprodução assistida pode gerar bastante ansiedade porque causa muita expectativa no paciente e os resultados muitas vezes demoram a aparecer. Mas o que pesa sobre o estado emocional é também o contexto no qual o homem está inserido, isto é, sua relação com a esposa, o gasto financeiro com o procedimento e a sua idade, entre outras coisas. Por outro lado, homens que por muitos anos sofreram com a infertilidade e iniciam tratamento sentem-se renovados com a chance, até então inexistente, de ter filhos.
Pode-se dizer que uma avaliação psicológica antes do tratamento é bem-vinda, de modo a situar o paciente em relação às suas próprias expectativas e à realidade da situação. Para muitos pacientes apenas uma avaliação inicial é necessária, mas há aqueles para quem um acompanhamento ao decorrer de todo o tratamento pode ser o mais indicado.
O mais importante é compreender a condição da infertilidade como algo que muitas vezes pode ser superado e a principal ferramenta pra isso é a reprodução assistida. Sem esquecer que a prioridade em qualquer tratamento é o bem-estar do paciente.