Publicado em 23/04/2012 - Atualizado 26/07/2019

O que são miomas uterinos ou leiomiomas?

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O mioma uterino ou leiomioma acomete até 40% das mulheres em idade reprodutiva e é o tumor benigno mais frequente do aparelho genital feminino. O manejo de mulheres com miomas uterinos depende de vários fatores, incluindo a idade da paciente e os sintomas, sua história obstétrica, os planos de engravidar no futuro e tamanho e localização dos miomas.

Um mioma uterino numa mulher assintomática é geralmente um achado incidental. Embora alguns desses tumores regridam naturalmente, outros continuarão a crescer e novos miomas devem se desenvolver.

Sugere-se que mulheres com miomas não adiem a gravidez por um período de tempo muito prolongado, se possível. Isso porque a fertilidade naturalmente declina com a idade, especialmente depois dos 35 anos, e os miomas podem contribuir ainda mais para a dificuldade em engravidar.

Nas mulheres que estão planejando engravidar, sugere-se que não realizem miomectomia profilática (a retirada cirúrgica do tumor),com objetivo de prevenir complicações no período gestacional. Já a relação entre os miomas e a infertilidade é controversa.

O efeito dos miomas na fertilização in vitro depende da localização deles: os miomas submucosos diminuem a chance de sucesso, enquanto os miomas subserosos parecem não ter nenhum efeito. Dados observacionais em estudos sugerem que miomas intramurais também têm um impacto negativo nos resultados da fertilização in vitro.

Para o tratamento dos miomas pode-se lançar mão das seguintes opções terapêuticas: o tratamento medicamentoso, a miomectomia ou a embolização das artérias uterinas.

A maioria das terapias medicamentosas para miomas uterinos evitam a gravidez, causam efeitos adversos quando empregadas a longo termo e resultam em rápido retorno dos sintomas quando usados de forma descontínua. Por isso, esse tipo de tratamento costuma falhar quando utilizado em pacientes inférteis visando torná-las aptas à concepção.

Prefere-se miomectomia em vez de embolização das artérias uterinas, que consiste num procedimento cirúrgico minimamente invasivo que bloqueia o fluxo de sangue através dos vasos ao redor do mioma, privando-os do oxigênio necessário para crescer, levando-os a regressão, para tratamento da maioria das mulheres com miomas uterinos que tem o desejo de engravidar. No entanto, opta-se por essa segunda técnica quando as mulheres têm alto risco cirúrgico, como aquelas como múltiplas laparotomias prévias ou miomas uterinos difusos onde a miomectomia pode não ser tecnicamente exequível.

Geralmente evita-se a embolização em mulheres que desejam engravidar também devido à segurança do procedimento no que diz respeito aos resultados da gravidez subsequente não estar muito bem estabelecidos.

De qualquer maneira, é importante frisar que os casais devem fazer uma avaliação completa da infertilidade antes de atribuir ao mioma o papel de agente causal ou ser contribuinte para ela.

Dr. Jean Maillard, ginecologista da Clínica Fecondare (CRM-SC 9987 e CRM-RS 13107), reforça que o mioma uterino é uma patologia benigna e muito freqüente nas mulheres.

Do seu ponto de vista, a retirada profilática dos miomas em mulheres assintomáticas jovens que pretendem gestar pode ser realizada. Explica também:

“É evidente que os casos devem ser individualizados e os casos de mulheres com miomas que estejam dentro do músculo uterino (intramurais) devem ser acompanhados e caso eles mantenham um crescimento anual linear, devem sim ser retirados por via laparoscópica, evitando assim uma cirurgia maior e uma maior incisão na parede uterina.

Os casos em que são mais externos (subserosos),estes sim poderão ser apenas observados e ter a gestação liberada sem problemas.

Os casos mais internos, por sua vez, dentro da cavidade endometrial (submucosos), são geralmente ressecados sem levar-se em consideração a perspectiva de gestação, pois são os mais sintomáticos dando muito sangramento nas menstruações. Nestes casos utiliza-se a técnica histeroscópica para retirá-los, sendo o procedimento realizado todo por via vaginal”, explica Dr. Jean.

Artigo elaborado pela equipe Fecondare em parceria com a E-saúde.

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Publicado por: Equipe Fecondare

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