“Estamos grávidos, e agora? Qual o momento ideal para procurar um médico especialista? O que eu posso e o que não posso mais fazer?”. São diversas as dúvidas na mente do casal que se descobre grávido e, na hora de procurar orientação médica, o melhor momento é sempre o mais cedo possível. Não que as pessoas já não engravidem há milhares de anos e tenham filhos sem a ajuda médica, mas na sociedade moderna algumas particularidades devem ser levadas em consideração, principalmente a questão da prevenção, em que o médico é capaz de, com condutas simples, prevenir potenciais danos à mãe ou ao futuro bebê.
De maneira bem ideal pode-se dizer que o melhor seria procurar o médico especialista antes de engravidar e já nesta consulta iniciar procedimentos que possam aprimorar a saúde da futura gestante e do futuro bebê, por meio de, por exemplo, mudanças de alguns comportamentos, uso de algumas medicações e vacinas, etc. Mas como diversas vezes a gravidez acontece de maneira inesperada, o mais comum é que a primeira consulta aconteça já para os três pacientes ao mesmo tempo: pai, mãe e futuro bebê.
O pré-natal é de extrema importância para que o casal se eduque em relação a tudo que ele pode fazer para o bem-estar da gestação. Então nesse período o médico o avalia pela sua história social, obstétrica, familiar, genética, médica geral, entre outros, e identifica as gestações de baixo e alto risco (as gestações de alto risco são aquelas com maiores chances de complicações para a gestante ou para o feto) e fornece as orientações específicas para ambas as situações. Assim, casal e médico tornam-se aliados em prol do bem-estar da futura família.
As orientações básicas incluem controle do ganho de peso (em uma gestação normal a mulher pode ganhar até 12Kg),diminuição do fumo (sendo o ideal deixar de fumar),diminuição no consumo de cafeína, cuidados com alguns tipos de chás e alguns alimentos, orientação em relação aos riscos ambientais – como toxinas, pesticidas, tinturas para o cabelo – uso de banheiras quentes e saunas, realização de atividades físicas, dificuldades potenciais com o emprego, uso de vitaminas e outras coisas.
Nesta primeira consulta também deve ser solicitado um exame de ultrassom, que ajudará a estimar a data provável do parto e avaliar a gestação inicial. O médico deve orientar quanto às medicações que podem e que não podem ser consumidas em casos de dores, cólicas, gripes, alergias, costipação, diarreia. Lembrando que nem sempre as medicações “mais naturais” – chás e fitoterápicos – são a melhor opção, por isso antes de ingerir qualquer tipo remédio vale a pena conversar com um médico.
Questões práticas do dia a dia, como o uso do cinto de segurança, a atividade sexual e andar de avião, também devem ser abordadas. De modo geral todas essas ações são permitidas, mas como cada gestação é única, é comum ocorrerem particularidades, e, portanto, é sempre importante esclarecer as coisas com o seu médico antes de se expor a alguma situação que lhe traga dúvidas. Também no início do pré-natal devem ser feitos exames de sangue e urina e a prevenção de infecções que podem causar danos para o bebê, como toxoplasmose e rubéola. Às vezes se torna necessário o aconselhamento genético, ou seja, a consulta de um médico especialista geneticista antes de iniciar a próxima gravidez, afim de evitar doenças hereditárias.
A gestação é uma situação natural, mas por estarmos expostos a tantas coisas no nosso cotidiano e pela medicina já estar desenvolvida o suficiente para prevenir boa parte dos danos que podem ser causados ao bebê em formação, é importante que o pré-natal seja realizado e valorizado pelo casal que pretende engravidar e mais ainda para aqueles que já estão grávidos, para que ao final dos 9 meses de expectativa – e ao longo de todos eles – a família que se forma possa ser recheada de alegria e comemorações.