O déficit de atenção é chamado tecnicamente de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Suas principais características são a impulsividade e a desatenção. A criança é tipicamente inquieta, possivelmente porque a comunicação entre determinadas partes do seu cérebro não acontece corretamente, provocando esse comportamento característico.
É comum a presença desse transtorno em diversos membros de uma família, sugerindo uma causa genética para ele. Mas o que foi descoberto atualmente é que o período da gestação também pode ser um importante fator no desenvolvimento da doença, estando associado ao consumo de cigarro e álcool pela gestante ou a problemas com o parto que causam sofrimento ao feto. Mas não há dados claros e definitivos que esclareçam esses achados.
Um estudo recente realizado na Suécia* verificou se haveria associação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) de uma mulher antes da gravidez e a presença de TDAH em seus filhos.
O IMC é capaz de classificar uma pessoa em relação ao seu grau de obesidade a partir de dados de peso e altura, demonstrando maior obesidade quanto maior o valor desse índice. O estudo sueco concluiu que, quanto mais alto o IMC da mulher antes de engravidar, maiores são as chances de seu filho desenvolver TDAH posteriormente. Por ser um estudo novo e recente, alguns dados precisam ser analisados com cuidado e essa associação que foi encontrada não pode ser considerada definitiva, mas apenas um indicativo de que pode haver relação entre eles.
A saúde da gestante e os cuidados com a gravidez são os principais responsáveis pela saúde do feto e do recém-nascido e cada dia que passa mais estudos mostram que os aspectos emocionais dos filhos também podem ser influenciados por acontecimentos durante a gestação.
A gravidez exige do corpo e da mente da mulher e a sua saúde deve ser preservada em benefício próprio e de seu bebê.
*https://www.tdah.org.br/
**International Journal of Epidemiology 2013;1–8
Maternal pre-pregnancy body mass index and offspring attention deficit hyperactivity disorder: a population-based cohort study using a sibling-comparison design, Qi Chen,1* Arvid Sjo¨lander,1 Niklas La°ngstro¨m,1 Alina Rodriguez,2,3,4 Eva Serlachius,5 Brian M D’Onofrio,6 Paul Lichtenstein1 and Henrik Larsson1