A grande maioria das pessoas que se submete à cirurgia bariátrica são mulheres, das quais metade estão em idade reprodutiva. A cirurgia tende a favorecer a capacidade reprodutiva, uma vez que restabelece alguns parâmetros hormonais previamente descontrolados pelo excesso de gordura, mas, por outro lado, promove algumas alterações nutricionais que podem vir a dificultar uma gestação posterior.
A principal alteração nutricional que ocorre após a cirurgia é a deficiência de vitaminas, como a vitamina D, que é uma substância essencial para o desenvolvimento do feto. A nossa principal fonte dessa vitamina é o Sol por meio da reação que ele promove em nossa pele. Também podemos obtê-la de alimentos, como peixes e frutos do mar, leite e derivados e gema de ovo.
Os nutrientes do bebê em formação são obtidos via alimentação materna e por isso a nutrição da gestante é tão importante. São feitas normalmente a reposição de ferro e a de ácido fólico, que são essenciais para o bebê. Alimentar-se 6 a 7 vezes por dia com refeições nutritivas fazem muito bem para ambos, pois a gestante deve se manter equilibrada para ser capaz de sustentar esse processo que perdura ainda na fase de amamentação.
Embora a deficiência de vitaminas seja um risco para o desenvolvimento do feto, a literatura científica ainda não foi capaz de fornecer dados suficientes sobre o tamanho do dano que a alteração nutricional após a cirurgia bariátrica poderia acarretar à gestante ou ao seu bebê. Os benefícios da cirurgia parecem superar os riscos teóricos de uma gestação com acompanhamento de pré-natal adequado.
*OBES SURG Vitamin D Deficiency in Pregnancy after Bariatric Surgery – REVIEWARTICLE – Marina Medeiros & Cláudia Saunders & Cristiane B. Chagas & Silvia E. Pereira & Carlos Saboya & Andréa Ramalho