Já se sabe que o estresse psicológico materno pode afetar o comportamento, o temperamento e o desenvolvimento neurológico do futuro bebê, embora a ciência ainda não consiga explicar exatamente de que forma isso acontece. O temperamento pode ser definido como a maneira que a pessoa tem de responder aos estímulos de seu meio, do ponto de vista emocional e comportamental. Acredita-se que ele tenha influência genética e psicológica. O que se questiona atualmente é se a ansiedade da mulher, que esteve em tratamento para engravidar, gerada pela sua expectativa em relação ao resultado da gravidez, poderia influenciar o temperamento do “bebê de proveta”.
Uma recente pesquisa australiana procurou comparar esse nível de ansiedade entre mulheres que tinham engravidado naturalmente com aquelas que se submeteram à reprodução assistida, relacionando-o ao temperamento dos seus bebês até os quatro meses de vida. E assim como já havia sido demonstrado por outros estudos, as gestantes que engravidam por meio da fertilização in vitro sofrem muito mais com essa expectativa do que aquelas que concebem naturalmente, mas, ao contrário do que se esperava, o temperamento dos seus filhos não é afetado na mesma proporção, isto é, não “piora” por causa disso. Acredita-se ainda que elas se tornam mais tolerantes com o comportamento dos seus filhos, por se sentirem muito gratas pela existência deles, relatando, inclusive, que seus bebês são mais “fáceis de lidar” do que imaginavam.
O que muda em relação ao “bebê de proveta”
A expectativa em relação à sobrevivência e ao bem-estar do recém-nascido de uma mulher que engravidou por fertilização in vitro é diferente daquela que engravidou naturalmente, mas essa preocupação é uma medida de precaução e de defesa e, sendo assim, é bem-vinda na maioria das situações. É importante ter em mente que o medo de que a ansiedade possa afetar o bebê não pode ser um peso a mais para a gestante carregar. Afinal de contas, é natural para uma mãe se preocupar.