É comum que mulheres que abortaram espontaneamente tenham receio de engravidar novamente. Além do medo de viver a situação mais uma vez, existe outro: o de não conseguir ficar grávida depois de ter abortado. A ideia de que o aborto dificulta uma nova gravidez é infundada. As interrupções espontaneas são muito frequentes na espécie humana só sendo considerado aborto de repetição (e aí sim ser investigado) os casais com mais de 3 perdas sucessivas.
Às vezes, uma doença autoimune, alguma alteração no útero ou a presença de miomas podem impedir a evolução natural da gestação. Por isso, a mulher que se considera saudável e apta a gestar, porém sofre um aborto, deve investigar o que pode tê-lo causado. Caso tenha sido alguma das condições citadas acima, até então desconhecidas para a mulher, é possível tratá-las para que não voltem a influenciar na fertilidade.
Mulheres não devem acreditar que o aborto dificulta uma nova gravidez
Uma perda é tida como aborto se acontecer até as 22 semanas de gestação ou quando o bebê tem menos de 500 gramas. Segundo os dados da Organização das Nações Unidas (ONU),15% das mulheres que informam a gravidez sofrem um aborto espontâneo. Mas, em 80% das vezes, o aborto acontece antes da 12ª semana e a maior causa é uma alteração cromossômica.
Geralmente, quando o aborto não está relacionado a nenhuma condição de saúde, a mulher não sabe por que ele ocorreu e fica sem respostas. As que desejam saber o que o causou podem encaminhar o feto sem vida para um diagnóstico genético. Existe um exame chamado Cariotipo, autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e coberto por alguns planos de saúde, que faz a análise cromossômica e pode desvendar o motivo do aborto.
Caso não existam problemas de saúde que podem ter influenciado no curso da gravidez anterior e exijam tratamento, a mulher pode voltar a engravidar assim que se sentir pronta para isso, já que agora sabe que o que pensava, que o aborto dificulta uma nova gravidez, não é verdade.
De acordo com uma pesquisa da Universidade de Aberdeen, na Escócia, as mulheres que tentam ter outro filho em até seis meses depois do aborto possuem chances maiores de engravidarem e taxas mais baixas de complicações..
Em uma nova gravidez, é pouco provável que um aborto espontâneo aconteça novamente. Mas, caso a mulher ainda tenha receio de que o aborto se repita, pode conversar com o médico a respeito. O melhor, nesse momento, é munir-se de informação para sentir-se segura e confortável, e viver plenamente a gestação.
Já escrevemos um e-book sobre o assunto que talvez possa ajudar a sanar algumas dúvidas: Abortamento – Diagnóstico e tratamento. O download é gratuito.