Aproximadamente metade dos casais inférteis procuram ajuda para tentar a reprodução e a maioria das tentativas auxiliadas por condutas médicas são bem-sucedidas. Ainda assim, alguns médicos deparam-se com casais que abandonam o tratamento reprodutivo em algum ponto do processo.
O que acontece na maioria das vezes é um mero adiamento do processo por quaisquer motivos. Em seguida, sobrevém o desgaste psicológico e físico (dor),motivos pessoais e de relacionamento (como separação, mudança, retorno aos estudos),moral e ética pessoais, preconceitos e medos, problemas organizacionais (influência sobre a rotina pessoal) e aqueles relacionados à clínica escolhida (como falta de fornecimento de informação e apoio),a rejeição do próprio tratamento (falha),ou ainda, é claro, mais de uma causa ao mesmo tempo.
Um dos motivos que poderia ser facilmente prevenido é o fornecimento de medicação para aliviar a dor que a mulher pode vir a sentir durante a retirada do óvulo e o preparo adequado dela para tal procedimento. Outra causa facilmente prevenível de descontinuação é o preconceito dos casais quanto ao processo e a seus resultados, isto é, muitas vezes os casais têm medos e angústias relacionados, por exemplo, à saúde do feto e da futura criança, que poderiam ser evitados com a adequada assistência da equipe de saúde para informar corretamente acerca de tudo o que envolve esse processo, mas, principalmente, escutando quais os anseios do casal, elucidando-os, fornecendo a eles as ferramentas adequadas para que tomem decisões de forma consciente e tranquila, amenizando as inseguranças naturalmente presentes no caminho da maternidade e da paternidade, sejam elas qual forem, mas sempre respeitando a ética e a moral individual de cada casal.
O processo de reprodução assistida contém, em seu próprio nome, a essência de sua ação: a assistência, isto é, uma equipe de profissionais que ajudam o casal a se reproduzir, se a reprodução for o seu desejo. Um auxílio que advém de informação e assistência técnica especializada. Por isso, é muito importante buscar a equipe de saúde que melhor se adpata a esse objetivo e melhor se adapta às necessidades do casal. Afinal, a decisão de qual clínica procurar já pode ser, por si só, estressante e é, algumas vezes, o motivo de desistência do tratamento.
É importante, uma vez sob o olhar do médico especialista, que o casal seja informado sobre quanto tempo demora cada etapa do processo, quantas consultas são previstas, qual é o possível investimento financeiro, uma vez que cada aspecto deve ser programado de modo que o casal consiga organizar a sua própria vida em função desse novo projeto a que decidiram se dedicar, para que ele não afete negativamente a sua rotina pessoal e profissional, o que também poderia fazê-los desistir. Somente uma conversa aberta e acolhedora pode ajudá-los.
Desse modo, a grande maioria das razões que levam os casais a descontinuar o processo de reprodução assistida pode ser contornado com um bom serviço especializado que lide com as necessidades individuais de cada casal.