Questiona-se atualmente se as crianças nascidas com ajuda da medicina reprodutiva tem a sua saúde prejudicada. Na tentativa de responder essa pergunta, muitas pesquisas estão sendo feitas em todo o mundo e algumas associações já foram de fato encontradas – embora elas não sejam tão importantes quanto aquelas que mostram a influência positiva sobre a criança quando concebida em um ambiente familiar tranquilo, com os devidos cuidados da saúde materna.
Bebês concebidos por fertilização in vitro com mais frequência nascem de parto prematuro, apresentam crescimento restrito dentro do útero e existem mais chances desses fetos apresentarem malformações. Esses desfechos algumas vezes não resultam da técnica reprodutiva em si, mas, sim, da condição de saúde prévia da gestante, ou de ambos os pais.
Quando atingem um ano de idade, segundo recente estudo da Universidade Ocidental da Austrália, essas crianças costumam apresentar mais depósitos de gordura no corpo, pressão arterial mais elevada, mais problemas de tireoide e de desenvolvimento ósseo em relação às crianças concebidas naturalmente; por outro lado, também foi observado que elas não estão sob maior risco de desenvolver câncer, asma, alergias, problemas de visão, audição, crescimento (altura, peso),função testicular ou desenvolvimento sexual.
Existe uma teoria que diz que, se a criança foi concebida sob condições adversas – condições que causariam algum tipo de estresse ao seu organismo -, desenvolverá mecanismo adaptativo que, a longo prazo, poderá levá-la a problemas de saúde, como doenças cardiovasculares. Considerando a concepção pela fertilização in vitro uma condição adversa, algumas explicações estão sendo buscadas para justificar isso e uma delas seria a maior quantidade de estrogênio a que esses embriões são expostos no início do seu desenvolvimento.
Ainda permanecem muitas dúvidas em relação a esse tema na comunidade científica e por isso é importante, quando se deseja esse tipo de tratamento, buscar um serviço de qualidade que minimize, dentro do possível, algumas repercussões negativas que possam acometer o feto em formação e a sua saúde futura. Para as famílias que desejam ter filhos, seja de forma natural ou auxiliada pela medicina reprodutiva, o mais importante é enfatizar os cuidados antes e depois da gestação, em relação à alimentação materna, à prática de atividade física, à cessação do tabagismo e ao controle do estresse emocional do ambiente familiar. Assim, não há motivos para preocupações excessivas no contexto da medicina reprodutiva, visto que os cuidados com essa criança não precisam ser diferentes de qualquer outra, priorizando sempre a preservação do bem-estar físico e psicológico durante sua formação e crescimento.