Alguma vez você já se perguntou se os antidepressivos diminuem a fertilidade? É muito frequente o uso de medicação antidepressiva na população de modo geral. Nos EUA, essa é a medicação mais prescrita entre os 18 e 44 anos, e muito se estuda sobre o seu verdadeiro valor e efeitos colaterais.
Contudo, as pesquisas científicas sobre o assunto são conflitantes. No final de 2012, foi publicado um artigo pela Universidade de Harvard sobre a relação entre o uso de antidepressivo e a infertilidade. Esse estudo indicava que não havia relação direta entre esses medicamentos e sua influência na saúde de homens que fizeram fertilização in vitro. Por outro lado, existem estudos que analisam os efeitos colaterais dos remédios para a saúde da mulher.
Neste artigo, vamos explicar tudo que você precisa saber sobre o assunto e responder se, de fato, os antidepressivos diminuem a fertilidade.
Depressão e a infertilidade
Antes de explorar a conexão entre remédios para depressão e fertilidade, é crucial compreender o que são esses problemas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a infertilidade como a incapacidade de conceber após um ano de relações sexuais regulares sem contraceptivos.
Esse problema afeta uma parcela significativa da população, com diversas causas, incluindo condições médicas, idade, fatores genéticos e estilo de vida.
Já a depressão, é uma condição de saúde mental debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Alguns estudos associam a depressão a uma série de complicações de saúde, incluindo:
- alterações hormonais;
- estresse oxidativo e
- disfunção no eixo hipotálamo-hipofisário.
Essas complicações podem influenciar diretamente o funcionamento do sistema reprodutivo, podendo potencialmente afetar a fertilidade.
Antidepressivos diminuem a fertilidade?
Antigamente acreditava-se que, ao melhorar o humor da gestante, o antidepressivo permitiria que ela cuidasse melhor de si mesma, o que traria repercussões positivas sobre a gravidez.
No entanto, o que se sabe é que o uso dessas medicações possui diversas associações negativas com a gestação, como:
- diminuição da eficácia do tratamento para infertilidade;
- maiores taxas de aborto espontâneo;
- parto prematuro;
- complicações durante a gestação (como a pré-eclâmpsia);
- afetar a saúde do recém-nascido a curto e longo prazo.
O que os pesquisadores americanos da Universidade de Harvard descobriram é que não há prova científica suficiente de que mulheres inférteis se beneficiem com o uso dessas medicações e que, portanto, elas deveriam ser devidamente aconselhadas sobre os seus riscos e orientadas sobre as outras formas de tratamento.
Tenha em mente que os médicos especializados em reprodução devem estar aptos a oferecer orientações e explicações detalhadas para suas pacientes. Dessa forma, elas podem fazer escolhas seguras sobre o tratamento mais adequado para os sintomas de depressão durante a gravidez.
Outra opção válida é a terapia cognitiva comportamental, um tipo de terapia que ensina a pessoa a rever a maneira de enxergar o mundo a sua volta, para poder lidar com ele da melhor forma possível, acarretando mudanças positivas sobre a vida.
A importância da consulta médica e do tratamento
É importante destacar que a depressão é uma doença séria que dificulta a concepção. Pacientes com dificuldade de engravidar são mais suscetíveis a sintomas depressivos, e são esses sentimentos que muitas vezes os impede de buscar tratamento para a infertilidade.
Sabe-se que são muitas as emoções relacionadas à jornada da fertilidade. Ela pode ser estressante, frustrante e emocionalmente desgastante. Nesse contexto, a saúde mental desempenha um papel fundamental.
Manter os sintomas da depressão sob controle pode potencializar as chances de concepção. No entanto, a descoberta apresentada pela Universidade de Harvard indica que o uso de medicação antidepressiva não parece elevar essas chances. Ou seja, os antidepressivos diminuem a fertilidade, principalmente no caso de mulheres que estão passando por tratamentos de infertilidade.
Por esse motivo, a decisão sobre o uso de antidepressivos deve ser tomada em conjunto com um profissional de saúde qualificado. Os médicos podem avaliar os riscos e benefícios individuais de cada paciente, considerando não apenas a condição mental, mas também a saúde reprodutiva.
Além disso, abordagens alternativas podem ser consideradas como parte do plano de tratamento, especialmente para pacientes com preocupações específicas relacionadas à fertilidade. Entre elas, podemos citar:
- psicoterapia,
- uso de acupuntura,
- homeopatia realizada por médicos especialistas,
- mudanças no estilo de vida e
- outras intervenções não medicamentosas.
Se você ou alguém que você conhece tem dúvidas ou preocupações sobre antidepressivos e fertilidade, recomendamos buscar aconselhamento médico especializado. A equipe da Fecondare está à disposição para fornecer informações adicionais e orientação personalizada sobre esse assunto. Entre em contato com nossos profissionais.