Publicado em 02/01/2024 - Atualizado 16/01/2024

Antidepressivos diminuem a fertilidade?

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Alguma vez você já se perguntou se os antidepressivos diminuem a fertilidade? É muito frequente o uso de medicação antidepressiva na população de modo geral. Nos EUA, essa é a medicação mais prescrita entre os 18 e 44 anos, e muito se estuda sobre o seu verdadeiro valor e efeitos colaterais.

Contudo, as pesquisas científicas sobre o assunto são conflitantes. No final de 2012, foi publicado um artigo pela Universidade de Harvard sobre a relação entre o uso de antidepressivo e a infertilidade. Esse estudo indicava que não havia relação direta entre esses medicamentos e sua influência na saúde de homens que fizeram fertilização in vitro. Por outro lado, existem estudos que analisam os efeitos colaterais dos remédios para a saúde da mulher.

Neste artigo, vamos explicar tudo que você precisa saber sobre o assunto e responder se, de fato, os antidepressivos diminuem a fertilidade.

Depressão e a infertilidade

Antes de explorar a conexão entre remédios para depressão e fertilidade, é crucial compreender o que são esses problemas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a infertilidade como a incapacidade de conceber após um ano de relações sexuais regulares sem contraceptivos.

Esse problema afeta uma parcela significativa da população, com diversas causas, incluindo condições médicas, idade, fatores genéticos e estilo de vida.

Já a depressão, é uma condição de saúde mental debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Alguns estudos associam a depressão a uma série de complicações de saúde, incluindo:

  • alterações hormonais;
  • estresse oxidativo e
  • disfunção no eixo hipotálamo-hipofisário.

Essas complicações podem influenciar diretamente o funcionamento do sistema reprodutivo, podendo potencialmente afetar a fertilidade.

Antidepressivos diminuem a fertilidade?

Antigamente acreditava-se que, ao melhorar o humor da gestante, o antidepressivo permitiria que ela cuidasse melhor de si mesma, o que traria repercussões positivas sobre a gravidez.

No entanto, o que se sabe é que o uso dessas medicações possui diversas associações negativas com a gestação, como:

  • diminuição da eficácia do tratamento para infertilidade;
  • maiores taxas de aborto espontâneo;
  • parto prematuro;
  • complicações durante a gestação (como a pré-eclâmpsia);
  • afetar a saúde do recém-nascido a curto e longo prazo.

O que os pesquisadores americanos da Universidade de Harvard descobriram é que não há prova científica suficiente de que mulheres inférteis se beneficiem com o uso dessas medicações e que, portanto, elas deveriam ser devidamente aconselhadas sobre os seus riscos e orientadas sobre as outras formas de tratamento.

Tenha em mente que os médicos especializados em reprodução devem estar aptos a oferecer orientações e explicações detalhadas para suas pacientes. Dessa forma, elas podem fazer escolhas seguras sobre o tratamento mais adequado para os sintomas de depressão durante a gravidez.

Outra opção válida é a terapia cognitiva comportamental, um tipo de terapia que ensina a pessoa a rever a maneira de enxergar o mundo a sua volta, para poder lidar com ele da melhor forma possível, acarretando mudanças positivas sobre a vida.

A importância da consulta médica e do tratamento

É importante destacar que a depressão é uma doença séria que dificulta a concepção. Pacientes com dificuldade de engravidar são mais suscetíveis a sintomas depressivos, e são esses sentimentos que muitas vezes os impede de buscar tratamento para a infertilidade.

Sabe-se que são muitas as emoções relacionadas à jornada da fertilidade. Ela pode ser estressante, frustrante e emocionalmente desgastante. Nesse contexto, saúde mental desempenha um papel fundamental. 

Manter os sintomas da depressão sob controle pode potencializar as chances de concepção. No entanto, a descoberta apresentada pela Universidade de Harvard indica que o uso de medicação antidepressiva não parece elevar essas chances. Ou seja, os antidepressivos diminuem a fertilidade, principalmente no caso de mulheres que estão passando por tratamentos de infertilidade.

Por esse motivo, a decisão sobre o uso de antidepressivos deve ser tomada em conjunto com um profissional de saúde qualificado. Os médicos podem avaliar os riscos e benefícios individuais de cada paciente, considerando não apenas a condição mental, mas também a saúde reprodutiva.

Além disso, abordagens alternativas podem ser consideradas como parte do plano de tratamento, especialmente para pacientes com preocupações específicas relacionadas à fertilidade. Entre elas, podemos citar:

  • psicoterapia,
  • uso de acupuntura,
  • homeopatia realizada por médicos especialistas,
  • mudanças no estilo de vida e
  • outras intervenções não medicamentosas.

Se você ou alguém que você conhece tem dúvidas ou preocupações sobre antidepressivos e fertilidade, recomendamos buscar aconselhamento médico especializado. A equipe da Fecondare está à disposição para fornecer informações adicionais e orientação personalizada sobre esse assunto. Entre em contato com nossos profissionais.

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Publicado por: Dr. Marcelo Costa Ferreira - Ginecologista - CRM/SC 7223 e RQE 2935
Formado em Medicina pela FURB, Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, Especialização em Reprodução Humana no Centro de Referência da  Saúde da Mulher em São Paulo e Especialização em Reprodução Assistida

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